sexta-feira, 5 de junho de 2009

Em defesa do rosé

E aí, pessoal, vamos nos mobilizar em defesa dos vinhos rosés. Proposta de lei que autoriza mistura de vinhos coloca em risco o verdadeiro rosé. Produzido em umas das regiões mais charmosas e badaladas da Europa, os rosés da Provence trazem em sua alma o mesmo espírito sofisticado e descompromissado da região francesa. Tendência em vários países do mundo, a alta qualidade dos rosados vem de uma tradição secular e muito investimento em estudos: a região de Provence é a única no mundo a possuir um Centro de Pesquisas e Experimentação dedicado exclusivamente aos rosés. O resultado são rosés secos, de cores claras e sensuais, com complexidade aromática e boa estrutura.
Para manter a qualidade já alcançada e a busca constante por melhores resultados, produtores, conselhos, federações e sindicatos da região da Provence se uniram contra um projeto de lei atualmente em discussão na Europa, que ameaça os tradicionais vinhos provençais ao permitir a mistura de vinho branco e vinho tinto na produção de rosés. A mobilização para impedir a aprovação do projeto de lei conta com a participação do Conseil Interprofessionnel des Vins de Provence (CIVP), que apoia os produtores de vinhos da Provence na divulgação de uma petição para impedir que a lei seja regulamentada. O documento pode ser assinado no site www.coupernestpasrose.com, até o dia 17 de junho.
“Esta proposta é uma ofensa aos viticultores que usam técnicas específicas para a elaboração dos rosés, assim como aos consumidores, que serão enganados se não puderem distinguir a diferença no rótulo”, alerta François Millo, diretor do CIVP.
O consumo de rosés em todo o mundo vem crescendo nos últimos dez anos, o que comprova a qualidade dos rosados provençais, que já representam 24% do mercado francês, resultado do refinamento de técnicas de elaboração, anos de pesquisas e investimento, além da tradição dos terroirs da Provence. Para os envolvidos no movimento contra a aprovação da lei, o vinho resultante da mistura de tintos e brancos poderá ser facilmente confundido com o verdadeiro rosé, desestabilizando a economia de regiões tradicionalmente produtoras.
Os vinhos de Provence se encontram atualmente em mais de 20 importadoras no Brasil. Entre as marcas disponíveis, destaque para nove vinícolas que formam o Provence Club Brasil que também tem o objetivo de promover os rosados dessa região. Para mais informações e para conhecer as técnicas autorizadas de produção de vinhos rosés, consulte o site http://www.vinsdeprovence.com/brasil.

2 comentários:

OC disse...

Ameaça congelada.

Da Decanter:
"
EU drops rose blending plans
June 8, 2009
Oliver Styles

The EU has announced it will drop plans to allow red and white wines to be blended to make rosé, agriculture minister Mariann Fischer Boel announced today.

The announcement comes after months of strong lobbying from wine-producing countries in Europe, including France and Italy.

Producers and lobbyists argued that allowing the blending of red and white wines to make rose – a method legal in New World wine countries and, ironically, Champagne – would destroy the 'nobility' of the more traditional method of maceration used in Europe.

'It's become clear over recent weeks that a majority in our wine sector believe that ending the ban on blending could undermine the image of traditional rose,' said Fischer Boel. 'I am always prepared to listen to good arguments – that's why I am making this change'

The blending plans were drawn up to allow EU competitivity with New World rose producers and would have only been allowed in the production of Table Wines"

errico disse...

Olyr e Ucha,

atenção que há uma picaretagem contra os consumidores: os vinhos podem ser misturados, só não podem ser chamados rosé.

Veja este comentário do Le Figaro:

Des consommateurs trompés

Si les viticulteurs du Sud de la France ont accueilli avec «joie» et soulagement cette décision, l'Assemblée des régions européenne viticole (Arev) tire cependant la sonnette d'alarme. «La proposition de Mariann Fisher Boel indique clairement que ‘le coupage d'un vin blanc sans appellation d'origine protégé (AOP) ou sans Indication géographique protégée (IGP) avec un vin rouge sans AOP/IGP ne peut pas produire un vin rosé'. Il faut faire très attention car la négation ne porte pas sur le mode de production par coupage mais sur le fait que le vin issu de ce mélange ne pourra pas s'appeler rosé», explique Dominique Janin, secrétaire général adjoint de l'Arev. En d'autres termes, le mélange vin blanc et vin rouge n'est pas interdit. «C'est très vicieux car selon le mélange qui va être produit et vendu dans des bouteilles transparentes, les consommateurs pourront croire que c'est du rosé», poursuit le secrétaire général. Seule solution pour l'Arev : l'interdiction du coupage doit être inscrite clairement dans le texte.