Quem me conta é a jornalista Lu Móglia: a Miolo, que espera uma grande safra em 2009, produzirá nesta safra seu primeiro vinho branco super premium com denominação de origem do Vale dos Vinhedos, o Cuvée Giuseppe Chardonnay DO
As condições climáticas favoráveis aliadas aos investimentos da Miolo em tecnologia de ponta, mudas importadas, instalações e equipamentos de última geração levam a empresa a projetar para 2009 uma safra com qualidade semelhante à de 2008, quando foram produzidos os vinhos super premium, elaborados somente em safras excepcionais. A principal novidade será a produção do primeiro vinho super premium branco com denominação de origem do Vale dos Vinhedos, o Cuvée Giuseppe Chardonnay DO.
A colheita iniciou no dia 14 de janeiro com as variedades precoces (chardonnay, pinot noir, pinot grigio, sauvignon blanc, riesling itálico). Estive lá e vi a qualidade das uvas. A produção total estimada é de 5 milhões de quilos.
As uvas destinadas para vinhos brancos e para os vinhos base espumantes estão sendo vinificadas em ótimas condições no que se refere aos índices técnicos (açúcar e acidez) e à sanidade.
Nas uvas tintas, as parcelas do vinhedo destinadas à produção super premium foram selecionadas já há alguns anos e são áreas que apresentam condições de alto potencial qualitativo (solo, meso-clima e plantas). As operações de poda seca, desbrota, desfolha, desponte e calibração da produção por planta (retirada dos cachos em excesso ou amontoados) já foram realizadas. A uva está na fase de maturação e evoluindo dentro da normalidade.
“Embora seja cedo ainda para afirmar que alcançaremos qualidade suficiente para a produção dos super premium, a resposta que as parcelas do vinhedo estão dando até o momento aos trabalhos e o acompanhamento realizado nos sinaliza que estamos no caminho certo para a sua produção”, afirma o engenheiro agrônomo da Miolo Wine Group, Ciro Pavan.
Vamos conferir isso no final de semana, dia 7, quando os enólogos da Miolo receberão jornalistas e visitantes de todo o País para o Wine Day dos Tintos.
No Vale dos Vinhedos e na serra:
A colheita no Vale dos Vinhedos começou no dia 14 de janeiro com as uvas pinot noir. Já foram vinificados os vinhos chardonnay e riesling itálico e os vinhos brancos base espumante chardonnay e pinot noir. “Essas variedades apresentam excelente sanidade. Teremos vinhos brancos finos e equilibrados. A qualidade das uvas permitirá a elaboração do espumante Brut Millésime”, diz Adriano Miolo, Enólogo e Diretor-Técnico da Miolo Wine Group.
A Miolo já encerrou a colheita das uvas brancas. “A chardonnay é a uva que melhor expressa o terroir da região para vinhos brancos. Esse vinho novo será 100% fermentado em barricas novas de carvalho francesas por seis meses”, diz.
No início de março, começará a colheita das uvas merlot e, na segunda quinzena do mês, das cabernet sauvignon. Segundo Adriano Miolo, o mês de março será decisivo para a elaboração dos vinhos Merlot Terroir e Lote 43.
Na Campanha:
O tempo seco no final de dezembro e início de janeiro determinou a necessidade de irrigação emergencial, situação que foi normalizada com as chuvas do final de janeiro. Em fevereiro, o clima continuou seco com baixa precipitação de chuvas, o que permitiu a elaboração de vinhos com excepcional qualidade. Os vinhos brancos pinot grigio, sauvignon blanc e viognier foram vinificados na própria cantina da fazenda Fortaleza do Seival pela primeira vez. “Anteriormente, as uvas eram levadas para o Vale dos Vinhedos. A mudança vem para melhorar ainda mais a qualidade do vinho”, explica Miolo.
A Miolo também iniciou a elaboração dos vinhos pinot noir e gamay. “Percebemos que a uva gamay tinha melhor adaptação na campanha e optamos por elaborar o vinho na região, como ocorreu com o pinot noir há dois anos”, afirma. O Miolo Gamay 2009 será elaborado com assessoria de Henry Marionnet, considerado o Papa Mundial do Gamay pelo jornal francês Le Figaro. O resultado será conhecido no final de março, quando o produto chega ao mercado. Será o primeiro vinho da safra deste ano do Brasil. Em março, inicia-se a colheita da tempranillo, touriga nacional e tannat. No final de março e no início de abril, será a vez da cabernet sauvignon e petit verdot.
Nos Campos de Cima da Serra:
As geadas tardias ocasionaram a perda da variedade pinot noir e nesta safra não será elaborado o RAR Pinot Noir. Em março, inicia-se a colheita da merlot e em abril, da cabernet sauvignon. Ambas têm expectativa de excelente qualidade.
Sobre as condições climáticas da safra
O inverno transcorreu normalmente quanto ao acúmulo (somatória) de horas de frio < 7,2°C e <10°C. A normal meteorológica (média de 1976 a 2007) está em 409 e 950 horas de frio, o que foi suficiente para uma boa quebra de dormência para todas as variedades.
Os meses de julho e agosto registram temperaturas acima da média da normal meteorológica. No mês de setembro, o frio voltou com muita intensidade, recuperando a soma das horas de frio. Algumas regiões foram afetadas com as geadas ocorridas em setembro, mas, no geral, as perdas foram muito pequenas e se concentraram principalmente na região dos Campos de Cima da Serra nas variedades chardonnay e pinot noir.
As variedades precoces iniciaram a sua brotação em agosto e tiveram um crescimento mais lento do que o normal em setembro, mas normalizaram seu crescimento vegetativo em outubro.
As variedades intermediárias e tardias praticamente iniciaram a brotação ao mesmo tempo devido ao frio mais intenso ocorrido em setembro. O mês de outubro e o início de novembro foram bastante chuvosos e com temperaturas um pouco abaixo da normal meteorológica. Esta umidade excessiva chegou a afetar algumas variedades como a pinot noir e a riesling em algumas regiões da Serra Gaúcha, provocando queda da produção por desavinho e por ataque da podridão cinzenta nas inflorescências. Também os danos foram localizados e de pouca importância no geral.
Novembro e dezembro foram mais secos e ensolarados. Chegou a faltar umidade no solo no período, o que provocou um moderado estresse hídrico. Isso contribuiu muito para a sanidade e a qualidade das variedades precoces em colheita atualmente.
O mês de janeiro foi mais chuvoso que o normal e a expectativa é que fevereiro e março confirmem as previsões climáticas de chuvas abaixo da média devido à presença do “La Niña”, garantindo também uma ótima safra de vinhos com as variedades intermediárias e tardias.
As informações sobre o comportamento do clima foram do agrônomo Ciro Pavan.
O perfil da Miolo
Para quem ainda não conhece, a Luciana Móglia me passou, também, o perfil do Miolo Wine Group. O Miolo Wine Group foi criado em 2006 para reunir uma linha de mais de 70 produtos elaborados a partir de parcerias nacionais e internacionais. Tem por objetivo atuar no mercado mundial com uma variedade de vinhos de qualidade que atenda a todos os segmentos. O grupo possui hoje oito projetos: Vinícola Miolo (Vale dos Vinhedos, RS), Fortaleza do Seival Vineyards (Campanha, RS), RAR (Campos de Cima da Serra, RS), Lovara Vinhos Finos (Serra Gaúcha, RS), Fazenda Ouro Verde (Vale do São Francisco, BA), Viasul (Chile), Osborne (Espanha e Portugal) e Los Nevados (Argentina).
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