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Existem apenas 277 pessoas no mundo com o titulo de Master of Wines. Apenas um brasileiro, Dirceu Vianna Junior, que trabalha com a importadora Coe Vintners, em Londres, e que esteve no Rio Grande do Sul, na semana passada, visitando o Vale dos Vinhedos, e falou sobre as perspectivas do vinho brasileiro no exterior, especialmente na Europa. Um MW só recebe seu diploma depois de cinco anos de estudo no Instituto Master of Wines, na Inglaterra, e, quando se forma, está apto a fazer consultoria, produzir, definir, degustar e comercializar vinhos, desde o plantio, selecionando mudas e acompanhando o crescimento, até a criação do marketing para venda. Paranaense de Marechal Randon, Junior está há 20 anos na Inglaterra e já trabalhou com vinhos na França, Espanha, Estados Unido e África do Sul, e trouxe uma boa notícia aos vitivinicultores brasileiros: o consumo de vinho no mundo voltará a crescer.
Junior interessou-se por vinho quando, em Londres, jovem estudante, trabalhou em restaurante e encarregou-se de montar as cartas de vinho. Começou a estudar em 1990 e conseguiu ser aprovado no instituto em 2001. Há cerca de cinco anos, conheceu os vinhos brasileiros numa feira em Londres e sentiu que, com algumas mudanças em seu estilo e caráter, poderiam cair no gosto dos europeus. A Miolo aceitou suas sugestões e, desde então, ele representa a empresa na Inglaterra. O primeiro passo foi colocar os vinhos em hotéis e restaurantes de luxo, como o Pato Gordo, um dos mais finos da Inglaterra, no qual se demora quatro meses para conseguir mesa e não se come por menos de R$ 1,2 por pessoa. Também conseguiu colocá-los no famoso El Buli, da Espanha. Feita a imagem da empresa como uma organização séria e dos vinhos como produtos de qualidade, este ano vai ser iniciada nova etapa do processo, a conquista do grande mercado consumidor, através das redes de supermercados.
“O momento é bom – diz Junior – porque a Inglaterra se encaminha para ser o maior importador de vinhos do mundo, superando a Alemanha. Não é o maior consumidor – posições dominadas pela Itália e Estados Unidos, países que importam e também produzem, o que não é o caso da Inglaterra, que só produz 0,2% do que consome.” Os Estados Unidos, que hoje são o segundo maior consumidor, passarão a ser o primeiro até 2012. Inglaterra e Estados Unidos, então, se transformaram em mercados chaves para o vinho do mundo. Ao contrário do que acontece em alguns países europeus, nestes dois o consumo está aumentando. De acordo com pesquisa mundial que recebeu há duas semanas, de 114 países pesquisados, em apenas seis haverá diminuição do consumo de vinho: França, Espanha, Portugal, Argentina, Suiça e Austria. Em 2009, haverá aumento de 6% no consumo mundial, concluiu Vianna Junior.
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