sábado, 29 de março de 2014

Garibaldi terá o primeiro condomínio residencial vitivinícola do Brasil

                                                Maurênio Stortti
                                               Foto Valéria Loch

Muita gente sonha em produzir seu próprio vinho. O Brasil acaba de aderir à onda dos condomínios vitivinícolas. Em Garibaldi, o Terroir Vinhedos Exclusivos, é a primeira experiência no gênero e terá como produto o espumante. O lançamento conceitual foi realizado pela Lex Empreendimentos Imobiliários com assessoria do Grupo M. Stortti Consultoria, na quinta-feira, dia 27 de março, às 10h, nas dependências do Hotel Hilton Morumbi, em São Paulo. Depois,  houve lançamento em Porto Alegre.
O evento reuniu a grande mídia nacional e, sexta-feira, dia 28, o lançamento foi  realizado em Porto Alegre, para a mídia do Rio Grande do Sul. O empreendimento de luxo, estará localizado no coração do Vale dos Vinhedos, em território garibaldense, região reconhecida internacionalmente como importante área para o plantio de uvas e produção de espumantes. O investimento será de R$ 30 milhões. 
O Terroir Vinhedos Exclusivos ocupa um terreno de 284.029 metros quadrados, próximo ao loteamento Alto das Videiras. Na primeira fase, serão vendidos 58 lotes de cerca de mil metros quadrados cada um, por R$ 450 mil. Além das videiras, que começam a ser plantadas neste ano, e das caves e instalações ligadas ao espumante, haverá um hotel boutique com 26 lofts, cuja bandeira está em negociação. O espaço de lazer inclui sala de jogos, piscinas, quadras e uma área de preservação ambiental de mais de 42 mil metros quadrados. A taxa condominial, que contempla a produção das 600 garrafas anuais, será por volta de R$ 30 mil ao ano. 
Uma comitiva de Garibaldi, formada pelo prefeito, Antonio Cettolin, secretária de Turismo e Cultura, Ivane Fávero, presidente da Câmara de Vereadores, José Bortolini, presidente da Apeme, Luciano Frubbel, presidente da CIC, César Ongaratto acompanhou o lançamento do projeto.A secretária de Turismo e Cultura, Ivane Fávero, reforçou que essa proposta inovadora posicionará Garibaldi como um dos principais destinos do enoturismo no Brasil. “Essa experiência nova, já conhecida em outros países, onde fizemos pesquisas e percebemos que essa era uma tendência atual, tem muito mais que um valor no aspecto material, vai auxiliar a posicionar Garibaldi como a capital do Espumante, onde se fazem os melhores produtos e um dos principais destinos de enotutismo do Brasil” finaliza. 
O prefeito Antonio Cettolin, comemora o lançamento do empreendimento e lembra a preocupação do município, que sempre foi de fortalecer o espumante, que nasceu aqui há 100 anos. “Este empreendimento, vem fortalecer ainda mais o produto. Isso será um marco para Garibaldi, reforçará a imagem da nossa cidade, do nosso produto e será importante economicamente, uma vez que tratá compradores de todo o país que certamente movimentarão nosso comércio e empresas. Mais uma vez parabenizamos a família Siviero por proporcionar esse momento diferente à Garibaldi” explica o prefeito Cettolin.
A ideia surgiu para confirmar Garibaldi como berço do espumante. "Tentamos materializar essa busca de autoestima num projeto imobiliário", conta Maurenio Stortti, diretor da empresa de consultoria, que chama a região de "Toscana Brasileira", e conta atrair empresários do triângulo Rio/São Paulo/Minas. 
Como costuma acontecer nesses empreendimentos, não apenas o enólogo se torna um chamariz, a equipe de arquitetos também. No projeto brasileiro, toda a área ligada ao vinho foi entregue ao escritório de arquitetura Bórmida y Yanzón, de Mendoza, na Argentina. "Recorremos a estrangeiros, já que queríamos uma solidez técnica e ainda não havia um projeto destes aqui", explica Stortti. 
A dupla de arquitetos Mario Yanzón e Eliana Bórmida soma inúmeros projetos semelhantes nos últimos anos e é referência em matéria de vinícolas. Na Argentina, eles assinaram as Bodegas Salentein e Norton, e em Portugal, a Quinta do Seixo Sogrape. Em 2010, pela Bodega Diamandes, ganharam o Great Wine Capitals como melhor arquitetura e paisagismo do mundo.
A moda, que já pegou em Portugal, Espanha, Argentina e outros países do Novo Mundo, consiste em seduzir pessoas comuns a produzirem um produto para chamar de seu. Para dar consistência ao projeto, o empreendimento gaúcho traz um nome de peso: o engenheiro agrônomo e enólogo chileno Mario Geisse. Proprietário da Família Geisse, em Pinto Bandeira, e enólogo da Casa Silva, no Chile, ele é uma figura de destaque internacional. Para Mario Geisse, a experiência é instigante: "Nunca participei de um projeto assim. Tenho toda a estrutura da minha vinícola e 35 anos de conhecimento no assunto para compartilhar". 

O empreendimento brasileiro é um híbrido entre os que existem em outros países. Aqui, não haverá videiras no quintal de cada um. O espaço reservado para o plantio de uvas (das variedades chardonnay e pinot noir) é o mesmo para todos os proprietários. A fermentação e parte da elaboração do espumante serão feitas nas instalações da Família Geisse, de acordo com o método tradicional francês. A fase final acontecerá nas caves do condomínio. Os proprietários terão direito a 600 garrafas por ano e escolherão características fundamentais da bebida: porcentagem de uvas, tempo de maturação, estilo (nature, brut, extra brut) e rótulos. As primeiras garrafas devem estar prontas em cinco ou seis anos.

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