Também do Olyr Corrêa é a informação de que, na Austrália, se está vendendo chardonnay a R$ 3,19, mais barato do que uma Coca-Cola. E pergunta: como o vinho brasileiro poderá enfrentar este tipo de coisa? A matéria foi publicada em The Daily Telegraph December 12, 2009.
“ Agora me explica: com que cavalo nós vamos entrar nesta penca?”, pergunta o Olyr. E, alertando que “preguiça depois dos sessenta, mata” mandou a reportagem traduzida.
"Vinho é agora mais barato que água e Coca Cola, cortesia de uma superprodução de uvas, dólar australiano forte e mudança nos gostos.
A cadeia de lojas de bebida de grandes superfícies Dan Murphy, pertencente à Woolworth, está vendendo 82 mil garrafas sem marca a R$ 3,19 cada.
Para comparação Woolworth cobra R$ 3,60 por garrafas d´água com sifão de 750 ml e R$ 4,92 por uma Coca Cola de 600 ml - igual a R$ 6,16 por 750 ml.
"Em meus 15 anos na indústria do vinho eu não consigo lembrar quando os bebedores tiveram melhor valor por seu dinheiro," diz Steve Donohue, chefe de merchandising da Dan Murphy.
Então, como você vende vinho por R$ 3,19?
Comprando por tão pouco como R$ 0,72 o litro.
Este é o boato no distrito de Riverina, onde dizem que a Dan Murphy comprou o produto.
A indústria do vinho na Austrália vem enfrentando uma superprodução de uvas desde 2007. E está piorando, com uma nova vinícola abrindo a cada dois dias.
Nos anos anteriores muito do excesso foi exportado.
Mas a ascensão do dólar australiano tornou isso mais difícil - vinho do Chile, Argentina e África do Sul tem se tornado mais atrativos tanto para os supermercados ingleses como para seus consumidores.
O volume de vinho exportado caiu 11% no último ano, a primeira queda depois de 1995, querendo dizer que mais quantidade tem de ser vendida no mercado doméstico, deprimindo os preços.
Um adicional de 1,8 milhões de litros de vinho branco engarrafado foi vendido na Austrália nos três meses que antecedem o final de setembro, comparado com o ano anterior, mostra o Birô de Estatísticas. Para vinho tinto o número é 250 mil litros.
Em Riverina, a nova urgência é a necessidade de esvaziar os tanques de armazenamento antes da nova colheita, no mês que vem.
A dor do produtor é o ganho do bebedor.
"Você está pagando menos e levando a mesma boa qualidade," diz Donohue.
Os "sem marca" de R$ 3,19 são chardonnays e cabernet/merlots, que perderam fatia de mercado para o cabernet sauvignon da Nova Zelândia e o shiraz australiano.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário