sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Novo preço mínimo da uva tem acordo histórico entre indústria e produtores
Alceu Dalle Molle, presidente do Ibravin
Aruivo JN
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A decisão foi conhecida no início do ano, mas os vitivinicultores gaúchos ainda comemoraram o novo preço mínimo da uva, acertada, nesta safra, sem grandes discussões e embates. O reajuste de 10% será pago a uvas que alcançarem um grau mínimo de qualidade, medido pelo índice de açúcar.
Foi um acordo histórico. Indústria e produtores de uva chegaram a um consenso sobre o novo preço mínimo da uva industrial da safra 2011/2012. “O acordo beneficia a qualidade da matéria-prima”, afirma o presidente da Câmara Setorial da Viticultura, Vinhos e Derivados, Arnaldo Passarin, que conduziu os encontros entre as lideranças das vinícolas e dos viticultores.
Os valores enviados para aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Agronegócios (Mapa) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) contemplam um reajuste de 10% - a inflação do ano mais 3% de ganho real. Assim, a uva industrial (isabel) passaria de 0,52/kg para de R$ 0,57/kg. Para receber o reajuste, o viticultor deve entregar uma uva igual ou acima de 15 Graus Babo (que representa a quantidade de açúcar, em peso, existente em 100g de mosto). Se a uva tiver 14 Graus Babo, o reajuste a ser pago será de R$ 0,49/kg para R$ 0,54 – os mesmos 10% de aumento. Acima dos 15 Graus Babo segue a regra dos 10% de acréscimo. De 13 Graus Babo para abaixo, não haverá reajuste no preço mínimo da uva.
Para as uvas viníferas, o reajuste será definido pelo governo federal, com o compromisso de valorizar a qualidade da uva. Para receber mais, o viticultor deve entregar uvas brancas acima de 17 Graus Babo e para as tintas com no mínimo 18 Graus Babo. Os valores acordados pelo setor vitivinícola brasileiro ainda devem ser aprovados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e publicados no Diário Oficial da União (DOU) para serem válidos.
“O acordo foi um avanço, principalmente por trazer como vantagem a valorização da qualidade da uva”, comenta o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, que também é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua. “Só teremos melhores vinhos, espumantes e suco de uva se tivermos uma matéria-prima de maior qualidade. É isso que o setor está procurando por meio de várias iniciativas”, destaca o presidente da Agavi (Associação Gaúcha dos Vinicultores), Elmar Viapiana.
O grau glucométrico da uva é medido em escala de graus Babo, que representa a quantidade de açúcar, em peso, existente em 100 g de mosto (caldo da uva), ou em escala de graus Brix, que representa o teor de sólidos solúveis totais na amostra (%/volume de mosto), 90% dos quais são açúcares. Esta medida pode ser feita diretamente no vinhedo, com a ajuda de um equipamento de bolso chamado refratômetro. (Fonte: Embrapa Uva e Vinho, pesquisadores Celito Crivellaro Guerra e Mauro Celso Zanus)
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