sábado, 21 de junho de 2008

Alberto Oliveira classifica como preocupante situação da vitivinicultura gaúcha

O coordenador da Frente Parlamentar da Vitivinicultura e da Fruticultura, deputado Alberto Oliveira (PMDB), definiu como preocupante a situação dos produtores brasileiros de vinhos, principalmente dos gaúchos, diante da entrada de vinhos importados vindos da Argentina e do Chile, beneficiados pela desvalorização do dólar e de acordos comerciais. Ele acompanhou ontem (18) sete entidades do setor vitivinícola e dos ministérios de Agricultura, Indústria e Comércio, Desenvolvimento Agrário e de Relações Exteriores, na embaixada brasileira em Buenos Aires, na Argentina, para reivindicar a revisão do acordo bilateral que fixa o preço mínimo de entrada da caixa de vinho no mercado nacional em US$ 8. Segundo ele, o objetivo é rever o acordo feito em 2005 e elevar o valor mínimo do produto para US$ 22. "Não podemos assistir de forma passiva ao prejuízo dos produtores brasileiros e, em especial, dos gaúchos, frente à desvalorização do dólar", justificou o deputado. Ele calcula que, nesses dois anos, houve uma desvalorização de 43% do preço da caixa de vinho, sendo que os vinhos brasileiros reduziram a participação no mercado interno em 6%.
Oliveira revelou que as autoridades argentinas não aceitaram discutir a revisão do acordo antes de debater o tema com o Chile. "Em 2001, a participação dos vinhos argentinos se restringia a 2,5 milhões de litros. No ano passado, esse volume chegou a 15,6 milhões, o que representa 500% de aumento, deixando os produtores gaúchos extremamente apreensivos", reforçou. O coordenador da Frente da Vitivinicultura acrescenta que, em 2001, o consumo de vinho alcançou pouco mais de 58 milhões de litros e, em 2007, ultrapassou os 86 milhões de litros. "Houve crescimento no consumo, mas a participação brasileira no mercado nacional diminuiu, pois em 2001, o consumo interno de vinhos argentinos e chilenos era de 13,2%, passando para 41,7% no ano passado, enquanto que o brasileiro caiu de 52 para 26%", lamentou. O deputado adianta ainda que está programado para julho um movimento em defesa da uva e do vinho brasileiro, no qual esta reivindicação já está incluída.
Para o presidente da Câmara Setorial da Uva e da Vinho, Hermes Zanetti, a presença de representantes de quatro ministérios brasileiros demonstra a relevância do tema. "Precisamos da compreensão do governo federal para nos auxiliar nesta questão", disse. Participaram também das reuniões o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, da Associação Gaúcha de Vinicultores, Benito Panizzon, da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Alceu Dalle Molle, do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, além dos diretores do Sindivinho, Arnaldo Passarin, e da Uvibra, Henrique Benedetti.
Como diz o titulo desta nota, o deputado Alberto Oliveira está preocupado com os vitivinicultores gaúchos. Eu acho que ele deve se preocupar, também, com os consumidores brasileiros de vinhos. Tenho medo de que o governo coloque uma sobretaxa sobre os vinhos estrangeiros e os produtores brasileiros acabem aproveitando para aumentar o preço do vinho nacional - já fizeram isso no passado.

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