Daniel Salton aplica R$ 45 milhões em Santana do Livramento
Arquivo JN
Apesar das dificuldades que o setor vitivinicola vê para novos investimentos, diante do peso dos impostos sobre o vinho, aumento dos custos de produção e dificuldades de comercialização, com aumento da coincorrência considerada desleal pelo vinho estrageiro que entra de contrabando ou com baixas taxas alfandegária, a Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, não desistiu de seu projeto na região da Campanha, a nova província vinícola brasileira, em Santana do Livramento, e voltou a incrementar os trabalhos de construção de uma cantina, na qual está investindo R$ 45 milhões, para recebimento de uvas e a realização da primeira etapa de vinificação. Em entrevista ao Blog, o presidente Daniel Salton explicou que a obra não andou mais rápido porque a Fundação Estadual de Preservação Ambiental concedeu e licença de implantação somente em janeiro passado. Amanhã, todas as empresas envolvidas no projeto farão uma reunião para acertar detalhes que garantam a conclusão das obras em setembro. O equipamento, de última geração, adquirido na Itália, com algumas máquinas inovadoras, que ainda não existem no Brasil, já está pronto para embarcar. “Vamos fazer o recebimento das uvas da região e a vinificação da safra 2015 já nas novas instalações”, informou Salton. As uvas serão transformadas em mosto, em Livramento, e o líquido transportado para vinificação final em Tuiuty, na serra. “Será uma maneira de diminuir o custo do frete, cujo peso é muito grande para estar levando casca, semente e resíduos”, explicou. No primeiro momento, não pensa em montar engarrafamento na nova unidade. Ele será feito em Tuiuty, onde fica a grande sede da Salton. Numa segunda etapa, se o projeto evoluir bem e chegar aos 500 ha de vinhedos, o término da vinificação e e o engarrafamento local poderão ser criados. O engarrafamento cria um problema suplementar, que é o transporte das garrafas vazias numa distância tão longa e, depois de cheias, o aumento do peso, encarecendo o frete, pois Santana do Livramento está a 500 quilômetros de Porto Alegre. Esta foi a alegação da Almaden para tirar o seu engarrafamento de Livramento.
Como seus colegas que estão reclamando dos impostos, Daniel Salton diz que “o setor não é valorizado, paga imposto demais e precisa do apoio de deputados e senadores para diminuir a carga tributária”. Criticou a substituição tributária que prejudica o caixa das empresas, antecipando o dinheiro do imposto para o governo e a não aprovação da proposta feita há alguns anos de considerar o vinho alimento, como acontece em outros países e, assim obter impostos menores sobre o produto.
Daniel Salton confirmou que a safra 2014 será de vinhos excelentes, especialmente os espumantes, que, segundo ele, é o grande trunfo da empresa, pois ela se preparou porque sabia que este mercado iria crescer no Brasil. "Outras empresas talvez estejam sentindo mais os efeitos da conjuntura porque não tiveram este cuidado com o mercado de espumantes. Nós nos preparamos não só para aumentar a oferta de uvas especiais, mas, também, em equipamentos e em consultorias para a elaboração de espumantes de alta qualidade", afirmou.
Os vinhedos da Salton em Livramento já chegam a 108 hectares. O projeto, se tudo correr bem, pode chegar a 500 ha. Além de existirem parceiros no fornecimento de uvas.
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