terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Brasil no Vale dos Vinhedos




                                                       Juarez Valduga e Moysés Michelen pisando uvas
                  Uma festa popular com queijo, salame, pão e muito vinho
                  Moysés Michelon e esposa são os anfitriões todos os anos
                  Fotos Milena Schäfer/Conceitocom Brasil

Diversos sotaques embalaram a Abertura Oficial da Vindima no Vale dos Vinhedos no sábado, 1º de fevereiro, no Salão da Comunidade 8 da Graciema. Brasileiros de diversas regiões do país reviveram as festas de antigamente com a folclórica pisa das uvas, a fé dos imigrantes, a mesa farta regada a vinhos e espumantes das vinícolas que integram o roteiro e a alegria da música e dos jogos típicos. Esta é a sexta safra celebrada pelo Hotel Villa Michelon com o apoio da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).
A expectativa da colheita mais uma vez foi impedida pela chuva, que conduziu todos os participantes para o salão da comunidade, recepcionados pela Banda Furiosa, da Casa das Artes, que apresentou um repertório de músicas folclóricas italianas. Emocionado, Moysés Michelon, diretor do Hotel Villa Michelon, convidou todos a aproveitar a festa. “Minha gente, todos aqui são bem vindos. Vamos celebrar juntos a colheita da uva que representa a fé e o trabalho de todos que vivem aqui”.
Ao pedir o chapéu de palha emprestado para Michelon, Juarez Valduga, presidente da Aprovale, disse que ver o empresário vestido a caráter lhe dá ainda mais certeza do trabalho realizado no Vale. “Sempre que nossa cultura é compartilhada com autenticidade o resultado é surpreendente”. O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, brindou a abertura da vindima.
As soberanas do Vale dos Vinhedos, Sabrina Batistello, Patrícia Bresolin e Daiane Scopel abriram a pisa das uvas, que foi seguida pelo diretor do Hotel Villa Michelon, Moysés Michelon, e pelo presidente da Aprovale, Juarez Valduga, além de turistas que entraram na brincadeira. O momento foi harmonizado pelo Coral Santa Cecília, de Venda Nova dos Imigrantes (ES), que participou voluntariamente do evento com 30 dos seus 40 integrantes.
Além da alegria sempre presente no evento, a religiosidade, que faz parte do cotidiano de quem mora no Vale dos Vinhedos, também integrou a programação com uma celebração religiosa conduzida pelo padre Francisco Andognini. O filó italiano teve a apresentação dos corais Vale dos Vinhedos, Terra Nostra, Casa das Artes, além de Jatir Dequigiovanni e da Orquestra de Gaitas de Santa Tereza. O Grupo Náni, de Farroupilha, também participou do evento, regado a vinhos, espumantes e suco de uva de associados à Aprovale (Angheben, Battistello, Casa Valduga, Dom Cândido, Don Laurindo, Famiglia Tasca, Gran Legado, Larentis, Milantino, Miolo, Peculiare, Pizzato e Suvalan).
As ilhas de vinhos e espumantes foram acompanhadas por mesas com produtos coloniais como pão caseiro, copa, queijo, salame, grostoli, cuca e a fruta da estação: uva. A interação ficou por conta dos tradicionais jogos típicos como a mora e a bisca, além do jogo de damas de vinho, em que as peças são taças de vinho branco e tinto. Para completar, uma mostra do artesanato da região.
A rotina no Vale dos Vinhedos de janeiro até meados de abril se repete diariamente num vai e vem de caixas e cestos cheios de uvas de diversas variedades, que saem carregados dos vinhedos até às cantinas. É quando inicia o processo de elaboração dos vinhos e espumantes das vinícolas que integram o roteiro. Muitos desses rótulos estarão exibindo a marca da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, única no Brasil no setor de vinhos.
A colheita da uva no Vale dos Vinhedos representa mais de 3 milhões de quilos de uvas viníferas, o que corresponde a um terço da produção anual de 12 a 14 milhões de garrafas de vinhos finos e espumantes, além de suco e outros derivados de uva. O restante da uva vem de vinhedos de outras regiões.
A produção do Vale dos Vinhedos responde por 20% dos vinhos finos e 25% dos espumantes nacionais e a vindima é o segundo melhor período do ano para o enoturismo, ficando atrás apenas do inverno. Este ano, de janeiro a março, o roteiro espera receber mais de 70 mil visitantes, atraídos pelos diferenciais e programas criados pelos empreendimentos do Vale dos Vinhedos.


Nenhum comentário: