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O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, por meio do Departamento de Propriedade Intelectual e
Tecnologia Agropecuária (Depta) da Secretaria de Desenvolvimento
Agropecuário e Cooperativismo (SDC), apoiou financeiramente a pesquisa
realizada pela Embrapa Uva e Vinho que resultou na descoberta da
originalidade da uva Moscato Branco, cultivada na região da Serra Gaúcha,
no Rio Grande do Sul (RS).
A hipótese da exclusividade surgiu a partir da observação de que a uva
Moscato Branco cultivada em terras brasileiras se distinguia das uvas
moscatéis cultivadas na Europa. Os primeiros resultados da pesquisa já
indicavam que a suspeita era verdadeira e que a variedade era realmente
exclusiva.
Para dar ainda mais credibilidade ao resultado, em janeiro deste ano, o
ampelágrafo – cientista que identifica e classifica as cultivares de
videira – francês Jean-Michel Boursiquot, da Universidade SupAgro, de
Montpellier, na França, esteve na Serra Gaúcha para confirmar a suspeita de
que a cultivar de uva Moscato Branco, presente na região desde a década de
1930, somente é cultivada comercialmente no Brasil, principalmente na
região de Farroupilha (RS), município que responde por cerca de 50% do
volume de produção da casta no Brasil. O ampelógrafo é mundialmente
conhecido por ter redescoberto no Chile a variedade Carmenère.
A experiência de Boursiquot, conjugada ao trabalho dos pesquisadores da
Embrapa, tornou possível a comparação, sem encontrar um par idêntico entre
amostras da Moscato Branco cultivada no Brasil e de uvas Moscato existentes
em amplas coleções dos bancos genéticos de uva, brasileiro e francês. A
Moscato Branco é utilizada na elaboração de vinhos secos finos moscatéis e
do moscatel espumante – um sucesso da vitivinicultura brasileira.
Agora, os estudos seguem, buscando mapear a origem e estabelecer a
paternidade dessa variedade. A ação multi-institucional envolve os
produtores da Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos,
Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin), titular da Indicação Geográfica, na
modalidade Indicação de Procedência (IP) – cujo pedido de registro deve ser
encaminhado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) ainda
neste primeiro semestre.
Para o secretário da SDC, Caio Rocha, a pesquisa é de extrema importância
para os produtores da região. "Esta é uma variedade que suas
características são adequadas para vinhos, frisantes e espumantes de
qualidade reconhecida. No município de Farroupilha, tem sido a mais
plantada, o que irá culminar no reconhecimento de indicação geográfica,
demonstrando as características específicas da área", disse.
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