Apesar das dúvidas de Aldo Renato, os produtores de vinhos da serra gaúcha reafirmam que a safra de 2008 será das melhores, tão boa ou melhor do que a de 2005, a última que se destacou. Os mais audaciosos dizem que será melhor do que a de 2004, que foi ótima.
A safra de uva colhida até agora - as brancas e poucas tintas, como a merlot - está tão boa em quantidade e qualidade e as perspectivas de continuar tempo firme, sem chuvas, na serra gaúcha, até o final de março, levaram os produtores a uma decisão arriscada. Para colher uma uva cabernet sauvignon superior à da excelente safra de 2005, eles resolveram retardar a colheita, que deveria iniciar nos primeiros dias de março para o final de semana 15 de março. Se estas uvas pegarem mais sol, sem chuva, o grau de açúcar natural será maior e possibilitará a elaboração de um vinho, no mínimo, fantástico em qualidade. Se chover, a qualidade cairá...
Foi o que me garantiu o enólogo chefe da Vinícola Salton, Lucindo Copat, durante um encontro que contou com as presenças, também, de Antonio Salton e Daniel Salton, diretores da vinícola, dia 25 de fevereiro. Entusiasmado com a quantidade e a qualidade da uva branca chardonnay, já vinificada, e da merlot, em vinificação, Copat examinou a previsão da estação meteorológica que possui no meio dos parreirais, que indica tempo seco até 30 de março, e sugeriu aos diretores esperar mais para colher as tintas. É quase certo, então, que a colheita de cabernet sauvignon, tannat, malbec e cabernet franc vá até a metade de abril, como nos melhores anos.
A super safra de chardonnay (1,4 milhão de quilos, crescimento de 220% em relação ao volume recebido em 2007) vai permitir que a Salton, que já é a maior produtora de espumantes do País e líder na comercialização há quatro anos, tenha um acréscimo de 800 mil garrafas de espumantes finos em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a uma produção de 4,4 milhões de garrafas, segundo Daniel Salton. "O momento no Brasil é do espumante, pena que aqui tenhamos que pagar 47% de imposto, quando concorrentes, como na Argentina, pagam apenas 17%", disse Antoninho Salton. A expectativa com as tintas é de que safra da Salton seja 57,6% maior do que em 2007, atingindo 4,730 milhões de quilos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Realmente, o problema não é o solo e o clima gaúcho, no meu entender.
O problema são os "Imigrantes Italianos Que Radicaram No Rio Grande do Sul" (seria uma ofensa para os nativos chamá-los de gaúchos) e sua desmedida ambição argentária. Nenhuma uva filha da terra, por mais excepcional qualidade que tenha, produz vinho que preste nas mão desses ambiciosos.
Postar um comentário