sexta-feira, 19 de abril de 2013

Com apoio do Mapa, municípios do RS obtêm registro de IG


                   Deunir Argenta, presidente da Apromontes
                  Foto Gilmar Gomes
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) oficializa,quinta-feira, 18 de abril, o registro de Indicação Geográfica (IG) de vinho dos municípios de Flores da Cunha e de Nova Pádua - localizados na região dos Altos Montes no Rio Grande do Sul. A certificação, que foi concedida em dezembro de 2012, contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A IG é uma ferramenta de desenvolvimento rural que protege o consumidor e o produtor, pois delimita a área de produção, mantendo os padrões locais e impede que outras pessoas utilizem de maneira indevida o nome da região em produtos ou serviços. “É uma oportunidade de ampliar o mercado, garantido emprego e renda”, destacou o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), Caio Rocha.
A primeira IG nacional registrada no Brasil foi a do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul. Desde seu reconhecimento em 2001, houve diversos avanços na região, como a valorização das propriedades agrícolas, melhoria do padrão tecnológico, maior oferta de empregos, atração de novos investidores e reconhecimento de mercado.
O Mapa é uma das instituições responsáveis pela promoção de atividades e ações para IG de produtos agropecuários. O suporte técnico para obtenção dos registros é oferecido pela Coordenação de Incentivo à Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários da SDC. “Um acordo de cooperação firmado entre o ministério e a Embrapa Uva e Vinho permitiu que a região de Altos Montes recebesse o certificado de IG”, explicou Caio Rocha. A cerimônia de oficialização da IP Altos Montes ocorreu, dia 18 de abril, às 19h, na Escola Internacional de Gastronomia (UCS/ICIF), em Flores da Cunha.
Desde 2005 a Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes (Apromontes) pleiteava a distinção, que foi deferida pelo órgão em dezembro passado.
“A Apromontes foi criada em 2002 e desde então ocorreu um grande processo de transformação nas vinícolas e produtos da região produtora. Foram realizados muitos investimentos em vinhedos, vinícolas e em enoturismo. Atualmente somos 11 vinícolas preparadas para receber bem e produzir ótimos vinhos. Esse será um marco em nossa história”, destaca o presidente da Apromontes, Deunir Argenta.
Para receberem o selo da IP os vinhos da região passarão, a partir de agora, por um criterioso processo de seleção, que delimita o local de cultivo das uvas, as variedades utilizadas na elaboração dos vinhos, critérios de produtividade, entre outros. Ao todo, 14 vinhos produzidos em 2012 já poderão ser lançados com selo. “Na safra 2013 o número de produtos com selo já deve dobrar”, destaca o presidente do Conselho Regulador da Apromontes, Daniel Salvador.
Além do esforço dos produtores associados à Apromontes, o reconhecimento da IP foi possível graças ao projeto financiado pela Embrapa, tendo como instituições executoras a Embrapa Uva e Vinho (coordenação geral), a Embrapa Clima Temperado, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ao todo, o projeto mobilizou uma equipe de 15 pesquisadores destas instituições. O trabalho ainda contou com apoio financeiro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo.
Segundo Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa que coordenou o projeto da IP Altos Montes, o reconhecimento é resultado da clareza de objetivos imposta pela associação de produtores, bem como cooperação com a equipe do projeto, que teve início em 2005 com o então presidente da Apromontes, Antonio Mioranza. “Em poucos anos de trabalho já são visíveis os resultados obtidos com a produção de vinhos cada vez melhores, que conquistam o reconhecimento dos consumidores. Alguns produtos são históricos na região, como o Riesling Itálico, o Cabernet Franc e a Malvasia de Candia. Outros estão se firmando como novas descobertas, como é o caso da Ancellotta”, destaca Tonietto.
Norberto de Barcellos, da Barcellos Marcas, empresa responsável pelo processo junto ao INPI, explica que o pedido foi encaminhado à Delegacia Regional do Rio Grande do Sul no dia 13 de março de 2012. A partir de então não sofreu nenhuma exigência e tramitou normalmente. A publicação de deferimento ocorreu em 10 de dezembro de 2012, após uma tramitação rápida pelo órgão. “A tramitação foi muito rápida devido a exigência estabelecida em todas as etapas pela própria região produtora”, finaliza Barcellos.
















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