Na Embrapa Uva e Vinho, produtores de vinho artesanal aprenderam técnicas de
análise sensorial para identificar qualidades e defeitos nos vinhos
Integrando o projeto para aumentar a qualidade dos vinhos
artesanais de pequenos produtores de Bento Gonçalves (RS), foi realizado curso
que repassou aos vitivinicultores noções relativas à análise sensorial, visando
identificar defeitos ou qualidades apreciadas nos vinhos coloniais. A atividade
foi realizada pela Emater/Ascar-RS, Embrapa Uva e Vinho, Instituto Federal do
Rio Grande do Sul (IFRS), com o apoio da
Prefeitura do município, no Laboratório de Análise sensorial da empresa de
pesquisa.
O grupo de produtores de vinho artesanal está desde 2011
recebendo orientações e cursos de capacitação realizados de acordo com
diagnóstico das principais fragilidades, identificadas pelos próprios
produtores ou pela equipe de técnicos envolvidos na ação. Segundo Thompson Didoné, técnico
da Emater que acompanha a ação desde o seu início, já foram realizadas
capacitações relacionadas à adubação, poda, qualidade de mudas, elaboração de
vinhos, manejo fitossanitário, dentre muitas outras. “A partir das análises
laboratoriais e sensoriais dos vinhos, pudemos identificar uma melhoria
significativa na qualidade do vinho elaborado. Os produtores realmente
colocaram em prática o que aprenderam, seja na troca de utensílios ou na
higienização da cantina”, avaliou.
“Agradeço a oportunidade. Foi ótima, mas deveria ter
acontecido antes, pois com certeza é o primeiro curso que ensina as técnicas
para o colono avaliar um vinho. A gente fazia e tomava, seguindo os
ensinamentos dos antigos. Agora vai ser diferente”, avaliou Jandir Crestani,
produtor do Vale dos Vinhedos e um dos participantes da capacitação.
O resultado da capacitação foi bastante positivo na
avaliação dos responsáveis pelo curso, os enólogos da Embrapa Uva e Vinho João
Carlos Taffarel e Raul
Ben. “Além de
uma parte teórica básica, eles degustaram vários vinhos de boa qualidade e
outros com defeitos graves, como por exemplo com cheiro de ovo podre ou de
vinagre”, informou Ben.
A partir da avaliação positiva do evento, o analista Taffarel já
propôs um segundo módulo. “Poderemos fazer o próximo curso degustando vinhos
das principais cultivares que vocês utilizam, como 'Isabel', 'Bordo', ou 'Seybel'.
Assim, vamos avançar na percepção sensorial e, com certeza, melhorar ainda mais
a qualidade dos vinhos que vocês elaboram”, pontuou Taffarel.
Os 62 produtores que integram o Projeto para aumentar a
qualidade dos vinhos artesanais já estão preparando a quarta edição
do Festival Nacional do Vinho Colonial, que irá acontecer nas comunidades de
Faria Lemos, Tuiuty, Vale
dos Vinhedos e São Pedro, a partir do mês de setembro, após a seleção dos
vinhos que serão apresentados. O Festival Nacional do Vinho colonial é uma
promoção das associações das comunidades, com apoio da Prefeitura, por meio da
Secretaria Municipal de Agricultura e de Turismo, Sindicato de Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS/Região
Uva e Vinho), IFRS/BG, Embrapa e Emater. O
objetivo é preservar a identidade e a maneira tradicional da produção de vinho,
além de valorizar e incentivar a melhoria dos produtos.
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