Vários azeites do Corto Olive Company
Dino Cortopassi vem de uma família há muitos anos dedicada à produção de azeites
As últimas azeitonas da safra 2014 entrando na esmagadora
O fundador da empresa, em 1928
Mudas novas no olival em formação
A colheita mecânica impressionou os gaúchos
O
verdadeiro objetivo da viagem começou a ser cumprido, dia 17 de novembro, com a
chegada a Sacramento (CA) e ao Napa
Valley. A primeira visita foi à Corto Olive Company, recebido pelo próprio dono,
Dino Cortopassi, que não só mostrou o olival, como os equipamentos, as máquinas
e possibilitou uma degustação do seus azeites. Com 1.500 hectares de área
plantada, a Corto Olive produz 3 milhões de litros de azeite/ano. Tem 4 linhas
de esmagamento de azeitonas, que processam 7 mil quilos/hora cada uma. Empresa
familiar, a Corto totaliza quase 5 mil hectares, onde também planta amêndoas,
pistache, e, principalmente, tomates. É a maior empresa do mundo de molho de
tomate fresco.
Cortopassi
começou a plantar oliveiras há 10 anos e não se arrepende. O negócio vai muito
bem e as perspectivas de futuro são ótimas. Os Estados Unidos, que consomem 9%
do azeite produzido no mundo, produz apenas 3% das 350 mil toneladas que
consome. O norte-americano já consome 1 litro de azeite per capita e a demanda
continua aumentando. A produção nacional é de 5 mil t/ano para o consumo anual
de 350 mil/t.
A
terra é boa – em torno de US$ 29 mil o hectare – e possibilita extrair 2 mil
litros de azeite por hectare. Empresa familiar, fundada em 1928, a Corto
considera a qualidade dos seus produtos o aspecto mais importante do negócio. O
segredo, no caso do azeite, é o tempo entre colher a azeitona e processá-la. A
colheita dura 40 dias e neste período é que as máquinas de esmagamento
funcionam. O restante do tempo é dedicado à limpeza do equipamento.
A
Europa – Espanha (40%), Itália, Portugal e Grécia – é a principal fornecedora
de azeite para o mundo, mas Cortopassi vê um grande futuro para quem se dedicar
à olivicultura no Novo Mundo. Estão entrando firme no mercado os Estados
Unidos, a Argentina, o Chile e o Brasil – este ainda tem uma produção insignificante,
que nem aparece nas estatísticas mundiais, mas o crescimento do setor vem sendo
de 20% ao ano, principalmente em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No sul, já
há mais de 1500 hectares plantados com oliveiras em vários municípios, desde
Caçapava do Sul, Cachoeira e Lavras até a Campanha e a Serra do Sudeste.
A
degustação na Corto constou de provas das variedades Koroneiki e Arbequina. O
primeiro mostrou-se muito fresco, interessante, aroma de relva recém cortada,
frutado, toques de maçã verde, picância e leve amargor. O de Arbequina mostrou
menos aroma e mais picância, sabor de banana, alcachofra e tomate, atributos
equilibrados.
A
visita foi acompanhada pelo professor Paul Vossen, da Universidade de Davis, na
Califórnia, considerado um dos maiores especialistas norte-americanos em
oliveiras, azeitonas e azeites, catador (degustador) de fama internacional. Ele
explicou, por exemplo, que a cor não significa qualidade, como pensam alguns
brasileiros. Depende do tempo de maturação das azeitonas.
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