O
livro conta a história do vinho gaúcho em três volume
Rinaldo Dal Pizzol, produtor de vinhos e historiador
Sérgio
Inglez de Souza, jornalista e historiador do vinho
Fotos
Arquivo JN
Nas 752 páginas, distribuídas em três volumes, Rinaldo
Dal Pizzol e Sérgio Inglez de Sousa fazem um amplo relato entre 1620 e 2010. Foram 30 anos recolhendo documentos de fatos
relacionados ao universo vitivinícola, ocorridos entre os anos de 1620 e 2010,
para a organização do livro Memórias do Vinho Gaúcho, de autoria de Rinaldo Dal Pizzol e Sérgio
Inglez de Sousa. Neste ano, o lançamento acontecerá em dois momentos: no dia 15
de dezembro, no Ecomuseu da Cultura do Vinho, em Bento Gonçalves, e no dia 17
de dezembro, na Farsul, em Porto Alegre. No início de 2015 será lançado em São
Paulo e nos dias 25 e 26 de fevereiro será apresentado especialmente para o
setor vitivinícola em Bento Gonçalves e Flores da Cunha.
O levantamento das memórias começa pelos primórdios da
vitivinicultura gaúcha, entre 1600 e 1875, em que trata, por exemplo, dos
jesuítas como os primeiros viticultores gaúchos, e se encerra com as grandes
transformações do vinho brasileiro entre 1990 e 2000.Entre os documentos,
destacam-se fotos históricas, como o registro, em 1923, de comandantes da
Revolução Federalista, entre eles Oswaldo Aranha, Gomercindo Saraiva e Flores da
Cunha, embaixo de uma pérgola de videira em Dom Pedrito; e um anúncio da
fazenda Quinta do Seival, de propriedade João Marimon e seus filhos, em Bagé,
considerado o maior estabelecimento vitivinícola do Estado naquela época. Além
disso, a obra traça um perfil do imigrante ítalo-vêneto e resgata informações
como a quantidade de vinho que as colônias Dona Isabel e Conde d´Eu,
respectivamente hoje Bento Gonçalves e Garibaldi, produziam em 1883. Como fatos
mais recentes, o livro trata da criação do Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin), em 1998, e a primeira Avaliação de Vinhos da Associação Brasileira
de Enologia (ABE), em 1993.
O livro Memórias do Vinho Gaúcho,
ultrapassa o papel de simples suporte de memórias do segmento e lança elementos
para a compreensão da verdadeira essência da atividade vitivinícola
gaúcha, qualquer que seja o ponto de vista: técnico, social, político e
cultural. A intenção foi trazer a público o vinho gaúcho enquanto um produto do
esforço humano em suas comunidades e vinculado a seus modos de vida, que sempre
é carregada de produções simbólicas e de sentidos.
Para Rinaldo Dal Pizzol, o livro pretende chamar a
atenção das lideranças que conduzem a economia e a cultura estadual e nacional
produzindo análises e reflexões, além de incentivar a comunidade vinícola
gaúcha a vasculhar as evidências de seu passado para contribuir com essa
história e estimular para que a obra possa ser ampliada, aprofundada e
modificada, se for preciso. “Espero que a extensa busca realizada sobre o vinho
gaúcho e sua cultura também possam estimular outros setores para que contem
suas histórias, pois esse registro é uma forma de difundi-las”, ressalta.
Distribuído em três volumes, que totaliza 752 páginas, a
obra é financiada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, PRONAC
128357. Tem apresentação do escritor Luis Fernando Veríssimo, conta com
prefácio ex-ministro da Agricultura Francisco Turra e prólogo do empresário
Raul Randon.
O livro Memórias do Vinho Gaúcho
foi editado pela AGE Editora. São patrocinadores: Banco Bradesco, Randon,
Fras-le, Carraro, Salton, Verallia, Telasul, Meber, Concresul, Toniollo
Busnello, SCA e tem como apoiadores a Farsul, Senar e Sebrae.
Autores
Rinaldo Dal Pizzol
é natural de Bento Gonçalves (RS) e formado em Ciências Econômicas. Desde 1960
foi diretor de empresas do setor vinícola. Presidiu a União Brasileira de
Vitivinicultura (Uvibra) e foi vice-presidente da Festa Nacional do Vinho, em
Bento Gonçalves, e da Festa Nacional do Champanhe, em Garibadi. Atualmente
preside o Instituto R. Dal Pizzol, atua como consultor de empresas vinícolas no
Brasil e do exterior, é diretor da Dal Pizzol Vinhos Finos. O Instituto é
responsável pela recente constituição do Ecomuseu da Cultura do Vinho que
abriga entre outros atrativos culturais uma bem organizada coleção
ampelográfica privada (de videiras), em campo, com cerca de 400 variedades,
exposição a céu aberto e sala de exposição de longa duração que estão à
disposição dos visitantes.
Sérgio Inglez de Sousa
é natural de Piracicaba (SP) e engenheiro mecânico por formação. Dedicou-se ao
estudo do vinho viajando por praticamente todos os países produtores das
Américas, Europa, África do Sul e Oceania. Tem mais de uma centena de artigos
sobre a matéria, publicados nas principais revistas especializadas brasileiras.
Ministrou cursos no Senac, foi Presidente da Sociedade Brasileira dos Amigos do
Vinho e, dentre seus livros sobre a cultura do vinho, destacou-se Vinho – Aprenda a degustar e a
trilogia Vinho Tinto, Vinho Branco, Espumante – o prazer
é todo seu. Sérgio é filho e sucessor de uma personalidade ligada à
cultura da uva e do vinho, o professor, pesquisador e escritor Julio Seabra
Inglez de Sousa; autor do famoso e apreciado livro Uvas
para o Brasil, editado pela Cia Melhoramentos, de São Paulo, em
1969.
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