Olha carne de javali
Temra/D/JN
Veja o javali bruto na natureza
Arquivo JN
Uma dica que vem muito a calhar para meus amigos lá de
Livramento, Rivera, Alegrete, Uruguaiana e outros municípios da Campanha e da
Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul e do norte do Uruguai, onde os javalis
invadiram os campos, transformaram-se em praga e estão abatendo cordeiro, bois
e até cavalos, além de destruir lavouras. Isabella Tebet, da Core
Comunicação, sugere substituir o peru do Natal por carne de javali.
Os pecuaristas gaúchos, liderados por Tarso Teixeira, presidente do Sindicato
Rural de São Gabriel estão reivindicando autorização do governo para caçar
javalis. Se ela for concedida até o Natal, ai está a chance de ter vuma carne
diferente nas ceias de Natal e fim de ano.
E uma carne exótica e light que pode ser uma ótima opção
para quem busca uma alternativa diferenciada e, ao mesmo tempo, sofisticada e
saudável. A sugestão é da Tempra,
empresa que é referência no Brasil na criação e produção de carne de javali.
Ela sugere como uma opção requintada e diferenciada, que promete surpreender os
seus convidados, a substituição do tradicional peru ou algum outro prato
principal pelo javali.
O javali é um
animal muito antigo, originário do norte da África e sudeste da Ásia. Na
América, é considerado exótico, pois não faz parte da fauna da região. O índice
de colesterol de sua carne é quase inexistente. Quando comparada à carne
bovina, ainda apresenta 85% menos calorias, 31% mais proteínas e 15% mais
minerais.
Reconhecida pelo
seu sabor e qualidade nutricional, atualmente o javali está conquistando os
restaurantes mais badalados das grandes cidades, entre eles os paulistas
Barbacoa, Piselli e o Fricóo, que recebeu o prêmio do Paladar. Neste último,
por exemplo, é servido o Risoto de Javali, que pode ser uma das opções de
receitas com essa iguaria para o Natal ou para o Ano Novo. Embora seja uma
mudança radical, com certeza surpreenderá e agradará a todos.
Para facilitar a vida dos meus leitores, publico a
receita que mais me agrafou. Mas, no site da Temra – www.temra.com.br – é
possível acessar algumas opções de receitas em torno da carne de Javali.
Vamos ao pernil de javali em corte Temra à moda de
Gubbio:
Ingredientes
• Pernil de javali;
• Vinho tinto ou branco;
• Alecrim;
• Sálvia;
• Zimbro;
• Sal;
• Alho (cortado em quatro, sem alma)
• Manteiga.
Modo de Preparo
Com o vinho e os temperos preparar uma marinada. Deixar o
pernil no mínimo 24 horas na marinada, descansando. Secar o pernil, passar os
dois lados na farinha de trigo e dourá-lo na frigideira umedecida com azeite de
oliva. Acrescentar meio copo da marinada e deixar cozinhar tampando a
frigideira. Ao final acrescentar um pequeno pedaço de manteiga.
Depois, escolha um vinho Merlot, da Dunamis, lá de Dom
Pedrito, e ofereça aos amigos. Tenho certeza que o sucesso da carne será
seguido pelo do vinho.
Quem não estiver na Campanha ou na Fronteira Oeste ou não
puder caçar alguns dos milhares de javalis que corem pelos matos e campos,
procure a Temra, cujo projeto de criação de javali foi implementado há mais de
20 anos por um dos sócios da empresa, o engenheiro agrônomo André Fleury
Silveira de Alvarenga, após um longo período de estudos e experiências
realizados na propriedade da família. A Temra é atualmente a maior empresa no
Brasil que cria e industrializa a carne de javali com excelência na qualidade
e rigorosa padronização dos cortes. O
seu ciclo de produção foi desenvolvido com a assessoria de zootecnistas e
veterinários. Como resultado disponibiliza ao mercado um produto de sabor,
textura, maciez, teor de gordura e peso adequados para a gastronomia
brasileira.
Por tratar-se de um animal exótico, cuja carne é pouco
conhecida e explorada, a Temra também
sempre contou com o auxílio de renomados chefes de cozinha para o
desenvolvimento dos melhores cortes para seus produtos. Além disso, em parceria
com a Fazenda Novo Horizonte, mantém um plantel que hoje conta com
aproximadamente 2000 animais puros, 36 cromossomos, atestados por exames de
cariotipagem realizados nas matrizes, feitos na Faculdade de Medicina
Veterinária de Botucatu.
+++++++++ O Javali no Pampa:
Entendendo os fatos +++++++++
Tarso Teixeira, presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, e Carlos Sperotto, presidente da Farsul
Arquivo JN
Coincidentemente, o presidente do Sindicato Rural de São
Gabriel, Tarso Teixeira, mandou-me um artigo sobre a situação dos javalis na
região da Campanha e da Fronteira Oeste. Reproduzo-o na íntegra, para facilitar
o entendimento da questão. Carne de javali é ótima, mas javalis demais, soltos
nos matos e nos campos, é uma praga exótica nos campos do Cone Sul:
“Ao longo do mês de
novembro, uma iniciativa da Regional II da Farsul, que engloba sindicatos e
associações rurais dos municípios de São Gabriel, Sant’Ana do Livramento, Dom Pedrito, Bagé,
Caçapava do Sul, Candiota, Lavras do Sul e Sant’Ana da Boa Vista ganhou
manchetes e gerou algumas incompreensões, algumas delas geradas por
desconhecimentos, outras pela tradicional má vontade ideológica de amplos
setores da mídia com o agronegócio.
Trata-se da denúncia do estado de calamidade que se abateu sobre muitas
áreas rurais da Fronteira Oeste e Campanha Central do Estado por conta da
disseminação do javali, que tem comprometido a fauna nativa e destruído a
lavoura e pecuária de inúmeras fazendas da região. As entidades da região se
mobilizaram e foram até o secretário estadual de Meio Ambiente, para exigir uma
ação do governo diante da gravidade dos fatos.
Alguns setores da mídia reagiram
com ironia quando divulgamos que em muitas propriedades rurais, especialmente
dedicadas à ovinocultura, a situação é de tal gravidade que muitos não poderão
honrar os financiamentos feitos. O
produtor rural é sempre o maior interessado em não ter problemas com
instituições bancárias. Ocorre que muitos produtores da região acessaram linhas
específicas para o incremento da ovinocultura, como o Mais Ovinos para o RS, do
Governo do Estado. No entanto, a disseminação do javali destruiu rebanhos
inteiros. Em Sant’Ana do Livramento, o sindicato rural tem registrado centenas
de casos. Um único proprietário da localidade de Funchal perdeu em 2013 70
cordeiros e um terneiro, todos eles abatidos e devorados por javalis.
Não se desconhece que o javali
chegou na região na década de 90, como uma promissora alternativa econômica
para o campo, mas isso só foi possível porque existiu uma liberação do IBAMA.
Hoje, a disseminação desta espécie invasora na nossa fauna nativa está
destruindo emas, tatus, mulitas, e causando prejuízos incontáveis nas lavouras
e na pecuária da região. Pelo fato de se
tratar de um animal selvagem, sem qualquer tipo de controle vacinal, os
suinocultores gaúchos correm o risco de contaminação de seus rebanhos com doenças
graves, como febre aftosa, doença de Aujeszky, e
a proliferação dos “javaporcos” – cruzas de comportamento ainda mais violento
que o javali selvagem original.
É urgente que o Estado
estabeleça um plano de contingência com várias ações combinadas, desde a
liberação emergencial da caça até a decretação de Estado de Emergência na área
Rural de todo o Rio Grande do Sul, para que a Defesa Civil seja acionada. Se a
economia gaúcha cresceu 15% no segundo trimestre de 2013 – “um PIB chinês”, nas
palavras do governador – isto só foi possível porque o agronegócio gaúcho
cresceu 111,7% neste mesmo período. Se quisermos manter estes índices de
crescimento, é preciso debelar as pragas que ameaçam a lavoura e a pecuária,
sob pena de ver a economia crescer apenas no papel, sem se refletir na geração
de empregos e renda nos municípios produtores, como é o desejo de todos os
gaúchos.”
Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de
São Gabriel
Vice Presidente da Farsul - em 02/12/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário