segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Indicação de Procedência atesta qualidade de vinhos da uva Goethe



O território dos Vales da Uva Goethe é a primeira Indicação de Procedência de Santa Catarina e a terceira do tipo no País.  A primeira safra de vinhos e espumantes produzidos a partir da variedade Goethe chegará este mês ao mercado.   O Instituto Totum, ligado à consultoria Keyassociados, foi quem cuidou do processo do selo de Indicação de Procedência.
A primeira safra de vinhos e espumantes produzidos na região de Urussanga (SC) chega ao mercado com a garantia de origem e qualidade, produzidos a partir da variedade de uva Goethe com o selo de Indicação de Procedência – que garante a origem e a qualidade da bebida produzida na região de Urussanga, conhecida como Vales da Uva Goethe. Colonizada por italianos, a região fica entre as encostas da Serra Geral e o Litoral Sul de Santa Catarina e abrange os municípios de Urussanga, Pedras Grandes, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Treze de Maio, Orleans, Nova Veneza e Içara. É a única no mundo que produz em escala comercial a uva Goethe, variedade criada há mais de 150 anos. 
O processo para obtenção do selo de Indicação de Procedência dos Vales da Uva Goethe começou em 2005, com a criação da Associação dos Produtores da Uva e do Vinho Goethe da Região de Urussanga  (ProGoethe), que passou a trabalhar pela diferenciação e valorização do vinho Goethe.  Em 2011 o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) liberou a licença para implementar a Indicação de Procedência. Em meados do ano passado, a Associação, a Prefeitura Municipal de Urussanga, o Ministério da Agricultura e o Instituto Totum, este último responsável pelo processo de pactuar e implantar esse controle,  iniciaram com os produtores de uva e vinícolas um trabalho de adesão e controle desse processo. 
Para a safra 2012/2013, o processo de Indicação de Procedência teve a adesão de seis vinícolas e sete produtores locais, abrangendo uma área com vinhedos de 70 hectares. Segundo Andrea Vargas dos Santos, consultora do Instituto Totum, apesar de agregar valor ao produto e ajudar a alavancar o turismo, o conceito de indicação geográfica ainda é pouco conhecido no País.  Para receber o selo de Indicação de Procedência, é preciso provar o “saber fazer”, diz Andrea.
Além do vinho Goethe produzido em Urussanga, apenas duas outras regiões vinícolas no Brasil ostentam a certificação de procedência: Vale dos Vinhedos e Pinto Bandeira, ambas no Rio Grande do Sul. 
“A importância do selo nos Vales da Uva Goethe vai além da proteção e reconhecimento da origem do produto. O esforço da ProGoethe possibilitou o resgate histórico e cultural da produção de uva e de vinhos na região e a sua revalorização, fortalecendo a identidade e história local, os laços culturais, preservando a existência de um produto nobre e  único,” afirma Andrea.   

A Indicação de Procedência Vales da Uva Goethe acrescentará um novo parâmetro na produção, organização e comercialização de vinhos e espumantes no Brasil. Estes produtos constituem a classe de vinhos e espumantes brasileiros com Procedência reconhecida, sustentada, não somente na questão da produção territorial, mas fundamentalmente em um produto que há mais de um século é elaborado no território de abrangência da Indicação de Procedência.

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