Levantamento de informações das pesquisas sobre vinícolas deve ser concluído em dezembro.Silvia Tonon/JN
Será que meu amigo Raymundo Paviani vai dizer qual a maior vinícola brasileira?Arquivo JN
O Ibravin, que, desta vez, parece que tomou conta
do Blog, pois temos várias notas sobre ele, está fazendo uma pesquisa em busca
de uma informação que eu, como repórter do setor de vinhos, busco há 40 anos!
Só espero que, quando a obtiverem, a divulguem e não mantenham o comportamento
atual do setor que esconde os dados sobre quem é a maior vinícola brasileira.
Pedi esta informação, por escrito, ao presidente da Uvibra, que tem os dados, e
ele respondeu que não podia divulgar. Não sei porque, pois é uma informação que
teria que ser pública. O problema é que uma vinícola diz que é maior que a
outra e a outra contesta. Não há um terceiro, isento, que dê a informação
correta.
Pois bem, agora, o Ibravin, em parceria com a
Universidade de Caxias do Sul, sairá em busca de informações que ajudarão no
direcionamento de estratégias setoriais. Uma para
verificação de informações mercadológicas e outra para atualização e ampliação
de dados do setor vinícola do Rio Grande do Sul. Ambas estão sendo
desenvolvidas em convênios com a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e devem
ter a coleta de dados encerradas até o final de dezembro.
A primeira delas, realizada pelo Instituto de
Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes) da UCS, consiste em um levantamento junto
ao mercado para verificar o preço que vem sendo efetivamente praticado na
aquisição do vinho de mesa a granel. O trabalho abrangerá as vinícolas gaúchas
e seus principais clientes localizados nos demais estados. Os resultados
ajudarão a construir as políticas públicas de apoio ao setor e de controle
de estoques, dentre as quais a de preços mínimos e de escoamento da produção
operadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin,
Alceu Dalle Molle, argumenta: “O levantamento começará a formar um banco de
dados. As informações servirão para comprovar que o vinho de mesa a granel tem
sido comercializado por um valor abaixo até dos custos de produção. A Conab
precisa se embasar em números para desenvolver as políticas”. Segundo o
dirigente, o cenário atual para os produtores de vinho a granel é preocupante.
Isso, porque o vinho de mesa corresponde a 85% do total de vinhos elaborado
pelo setor e cerca de metade dele é comercializado a granel.
Em 2013, a perspectiva do setor é de chegar ao
final do ano com 270 milhões de litros de vinho de mesa estocados. Considerando
que o estoque de passagem gira em torno de 150 milhões de litros, o estoque
excedente ficará em torno de 120 milhões de litros. Segundo Dalle Molle, os
estoques tem aumentado porquê, nos últimos cinco anos, não houve aumento no
preço da bebida a granel. Pelo contrário, ocorreu redução, apesar da incidência
de aumentos gerais como inflação e impostos.
Já a segunda pesquisa é uma qualificação das
informações a respeito do setor vitivinícola do Estado, de forma a traçar um
perfil atualizado das indústrias. A coleta de dados está sendo feita junto às
702 vinícolas, sendo desenvolvida por membros do Programa de Pós-Graduação em
Administração do Campus Região dos Vinhedos da UCS (Carvi).
O censo, de acordo com o diretor executivo do
Ibravin, Carlos R. Paviani, permitirá que as informações que se tem no Cadastro
Vinícola sejam ampliadas, analisadas e complementadas. “Teremos ideia da
estrutura mais atual de produção das empresas, os investimentos e perspectivas
de futuro. Poderemos saber quais os mercados nos quais essas vinícolas estão
atuando, dimensionando-os. O objetivo, resumidamente, é ampliar a comunicação e
a base de informação sobre o setor”, argumenta.
Os dados do censo deverão também auxiliar ao
Ibravin a avaliar os produtos e serviços oferecidos para o segmento, além de
propor e implementar ações mais focadas nas necessidades e perfil de setor
apurado.
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