O
mercado japonês deu um salto no ranking das exportações de vinhos brasileiros
engarrafados do 8º lugar, em 2012, para 3º, em 2013, atrás apenas de Estados Unidos e Colômbia, com um volume de
51.872 litros. E a tendência é que o país asiático aumente sua
representatividade do setor com ações como a que a Agência Brasileira de
Promoção de Exportação e Investimento (Apex-Brasil), parceira do projeto Wines
of Brasil do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), está realizando. O
escritório recebeu, esta semana, compradores
do Isetan Mitsukoshi, maior grupo de varejo do Japão. A missão esteve na Serra gaúcha cumprindo
agenda junto a vinícolas locais.
A
programação iniciou-se com uma apresentação institucional do Wines of Brasil e
de dados do setor vinícola brasileiro realizada pela gerente do projeto do
Ibravin, Roberta Baggio Pedreira. Conforme a gerente, apesar de não ser um dos
cinco países-alvo do projeto – são eles Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha,
Países Baixos, e China –, o Japão tem um grande potencial como mostra a
ascensão à 3ª colocação no ranking das exportações.
A
iniciativa da Apex-Brasil tem o objetivo de fortalecer o posicionamento do
Brasil junto aos segmento de produtos de alta qualidade e valor agregado, o
chamado mercado de luxo. A ideia é que, após as negociações iniciadas nessa
visita (além do setor de vinhos, os de vestuário, alimentação, design e cultura
também fazem parte da ação), a rede japonesa realize uma grande promoção de
produtos brasileiros, que, dependendo da resposta dos consumidores, prossiga
por todo ano e se estenda por todas as lojas da marca.
“A
Apex tem possibilitado a aproximação do Wines of Brasil às mais importantes
redes do mundo. A Isetan é a terceira que vem conhecer a região e o nosso
trabalho por meio de uma ação promovida pela agência”, lembra Roberta. Em 2013
vieram ainda as grandes redes norte-americanas Walgreens e Central
Market.
A
programação da missão da Isetan Mitsukoshi da Serra gaúcha foi intensa. Além da
apresentação do Wines, o grupo visitou a Miolo Wine Group, Casa Valduga, Vinícola
Aurora e Lidio Carraro, teve reuniões com Vinícola Perini e Vinícola Sanjo e um
jantar de negócios com a Basso Vinhos e Espumantes. A agenda foi montada em
função de contatos já iniciados e solicitações feitas pela rede de varejo.
Miolo
e Valduga atravessam um importante momento de conquista do mercado japonês.
Ambas fecharam contrato com a importadora Ikemitsu para distribuição de
vinhos naquele país. O primeiro pedido foi enviado agora em dezembro. Apesar de
os negócios com as duas vinícolas e os japoneses, nesse caso, não tenham
relação direta com a parceria entre Wines of Brasil e Apex, as empresas
salientam que a construção do caminho tem sido graças ao projeto. Conforme a
gerente de Exportação da Casa Valduga, Elisa Walker, os recursos para mercado
externo são utilizados aproveitando os eventos nos quais a iniciativa
marca presença divulgando os vinhos nacionais. “A maioria das vinícolas usa o
planejamento do Wines para se basear”, diz.
Para
a gerente de Exportação para Ásia e Américas da Miolo, Morgana Miolo Valenti, o
apoio da Apex através do Wines of Brasil é fundamental. “Conversamos com esses
compradores nas mais importantes feiras do mundo onde vamos com o projeto,
participamos das rodadas de negócio promovidas por ele. É importante para
despertar o interesse e consolidar a imagem do vinho nacional”, argumenta. A
respeito da visita da rede Isetan, Morgana reforça a importância para os
japoneses entenderem um pouco mais a sobre da região, verificarem a seriedade e
organização das industrias. “Os japoneses precisam ver para acreditar”,
comenta. Embora no bolo de exportações da vinícola os orientais ainda não
tenham destaque, a situação tende a se modificar. “As expectativas são
excelentes. O pessoal da Ikemitsu já confirmou que fará um segundo pedido em
janeiro”, conta.
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