sábado, 13 de junho de 2015

Vinho bom, mas comida ruim


Se o jantar com o Pelão, a Maria Cristina e a Marina foi delicioso, não posso dizer o mesmo do jantar que fiz no restaurante Dalva e Dito, do badalado chef de cozinha Alex Atala, dia 8 de junho. Só o vinho – Domaine Rimbert Le Mas ao Schiste 2012 – salvou a noite. Serviço ruim, mau atendimento, poucos garçons, desatenciosos, comidinhas sem sabor. O couvert foi pão de milho com manteiga Aviação, alho assado e pasta de feijão. Veio a manteiga e demorou para vir o pão, só trazido depois de muita insistência com o garçom. O alho assado com gosto muito forte. A entrada, foi palmito pupunha ao forno, sozinho, desacompanhado, comidinha sem graça.
O prato principal, peixe em crosta de ervas e nozes do Pará com mandioca gratinada foi o pescado mais sem sabor que comi nos últimos anos. Além do mais, o peixe estava seco demais, se esfarinhando. A sobremesa, torta de requeijão em calda de jabuticaba e farofa de castanha do caju, esteve razoável.
Deu até para fazer uma brincadeira com meu amigo Nairo Alméri, na mesma mesa. A de que o chef Atala tinha ido parar no Albert Einstein quando soube que ele, olhando aquele prato principal, pediu um filé com arroz e ovos... Para um bastantão, só faltaram as fritas...
Mas o vinho francês, elaborado com 35% de carignan, 30% de syrah, 30% de grenache e 5% de mourvèdre, pelo Jean-Marie Rimbert, o poeta, estava bom. E, aqui, o garçom foi generoso, enchendo sempre a taça. Uma curiosidade:  O nome deste vinho faz referência às condições extremas em que os vinhedos de Rimbert são cultivados. Ele é considerado o melhor produtor da uva carignan na França. Sua propriedade está localizada em um vilarejo denominado Berlou (antigo santuário para os lobos) e utiliza métodos orgânicos. A colheita é manual e na maceração utiliza o método de “pigeage”, com os pés, uma vez ao dia por duas semanas. O vinho passa 12 meses em barris de carvalho francês. Esse vinho tem uma cor vermelho rubi. No nariz diversos perfumes selvagens e sabores de frutas escuras, licor de cereja e pot-pourri de rosas secas. Na boca mistura de frutas escuras, ameixa seca, coco e caramelo, e notas minerais. Muito macio e taninos elegantes. Graduação alcoólica 13º.

Normalmente, o Les Mas ao Schite, da Domaine Rimbert, é servido com carnes vermelhas, de caça, coelho e cordeiro. Mas o sommelier  do Dalva e Dito o serviu com peixe, hoje um pecado não muito grande...

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