terça-feira, 6 de maio de 2014

Vinho comum contaminado com antibiótico

Instigado pelo Olyr Corrêa, lá do Rio, o Pelão me azucrinou com a história das vinícolas gaúchas de vinhos de mesa que colocaram antibiótico no seus vinhos. Não resta dúvida que é mais um estargo na imagem do nosso vinho, que rema contra a corrente, mas é preciso ficar bem claro que o assuntoainda está sendo examinado pelas autoridades e que se trata do chamado vinho de mesa, vinho comum, elaborado com uvas híbridas, de consumo popular. Mesmo assim, e até por isso, não deveria ter antibiótico nem coisa coisa alguma que não fosse derivado da uva. A punição deve ser exemplar se os produtores cometeram algo errado.
 Cleidi Pereira, do jornal ZH, escreveu que “O Ministério da Agricultura identificou a presença de antibióticos em vinhos de mesa produzidos no Rio Grande do Sul. As amostras foram coletadas no ano passado, em uma operação conjunta com a Secretaria da Agricultura (Seapa). Os rumores vinham preocupando a secretaria há mais tempo, segundo o gerente da Defesa Vegetal, José Cândido Motta. Mas a pasta não possui condições técnicas de comprovar o uso de substâncias como, principalmente, a natamicina — um tipo de conservantes cuja utilização é permitida na fabricação de queijos e embutidos.”
“As substâncias seriam utilizadas, segundo ele, em vinhos e espumantes suaves e em suco de uva, que contêm açúcar, fazendo com que as bactérias se proliferem com mais facilidade. O uso continuado pode criar resistência e venha a perder seu efeito quando necessário".Conforme apuração da Rádio Gaúcha, 13 indústrias vinícolas são investigadas por adulteração no vinho. Os processos por fraude no vinho estão sendo concluídos pelo Ministério da Agricultura e serão encaminhamento ao Ministério Público. Os nomes das empresas não foram divulgados.
O Ibravin, como emprese, desconhece "formalmente" o problema. Em nota, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) alegou desconhecer "formalmente esse tipo de problema", e destacou que cabe aos órgãos responsáveis "investigar, punir os responsáveis e orientar o setor a fim de não prejudicar a reputação da cadeia produtiva". A reputação do vinho gaúcho, que já enfrenta percalços, já foi atingida como mostram as reações do Olyr e do Pelão, certamente a mesma de muita gente pelo País afora. No Rio Grande do Sul, o setor produtivo da uva e do vinho envolve 15 mil propriedades vitícolas e 735 vinícolas com cadastro ativo. O problema é saber quando todos vão agir corretamente?

O Ibravin informou à Zero Hora ainda que o projeto para atualização tecnológica do Laboratório de Referência Enológica (Laren), que realiza as análises, foi pré-aprovado pelo Ministério do Planejamento e pelo Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). Orçado em R$ 5 milhões, a proposta está em fase final de avaliação para liberação dos recursos. 

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