A colheita no Vale dos Vinhedos está oficialmente aberta. Muitos sorrisos e os braços da comunidade para receber quem quer conhecer um pouco da cultura do vinho na região. E uma prova desta autêntica hospitalidade foi o evento realizado no sábado, dia 30, no Hotel Villa Michelon, e que marcou o início da safra 2010. Turistas, comunidade, autoridades, rainhas de festas comunitárias, imprensa e até um padre italiano participaram do evento.
Após uma breve cerimônia com pronunciamentos do diretor do hotel, Moysés Michelon, do prefeito de Bento Gonçalves Roberto Lunelli e de representantes do setor e do governo do Estado, abriu-se a exposição de uvas de produtores do Vale. Em seguida, foi todo mundo para o ato principal da tarde: a colheita. “Este é o verão dos sonhos de todo morador de Manaus”, falava, também sorrindo por entre os parreirais, o arquiteto amazonense Mário Toledo. Ele, a esposa Socorro e o filho e também arquiteto Ulli estão hospedados há cerca de um mês na região e participaram da colheita dos primeiros cachos de uva da temporada no Parreiral Modelo do hotel.
Poucos instantes mais tarde, seguindo os passos de Michelon, as administradoras de empresa portoalegrenses Sueli Bertaiolli e Sandra Foller toparam, em uma brecha por entre os parreirais, com duas senhoras que puxavam uma cantoria melódica. Mais alguns segundos e uma leva de turistas se aglomerou nas proximidades, alguns cantando junto, enquanto canções típicas eram entoadas grupo Stela D’Itália. “Meu Deus, que lindo isso”, dizia Sueli, segurando um funil de vime cheio de uvas recém colhidas, enquanto Sandra fotografava a cena.
Mais alguns minutos se passaram antes que Michelon subisse novamente no trator já cheio de uvas para seguir até as proximidades do lago do hotel. Lá, integrantes de vinícolas e um grande número de turistas e moradores já o esperavam ao lado de uma mastela (bacia de madeira). O trator chegou, a mastela se encheu de uva e as soberanas do Vale Diana Giordani e Franciele Maran, Michelon e turistas tiraram os calçados e se meteram na pisa da uva. As portoalegrenses Sueli e Sandra, com sorriso largo no rosto, claro, também participaram. “Bebam, bebam”, dizia o conselheiro da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Ademir Brandelli, oferecendo um copo do suco de uva, que se formava por entre os pés das duas visitantes, para quem se aproximava.
A pisa teve fim e Michelon chamou todo mundo para a missa. A família Toledo, de Manaus, se posicionou nas proximidades da carroça do trator para ouvir alguns contos de seu Remi Valduga, figura tradicional no Vale. Pouco depois eles também ouviram as palavras do padre Júlio Giordani, natural da região e terminaram, cantando e dançando com o padre italiano Gaetano Borgo. Já era noite quando Michelon convocou: “Agora é hora do filó. Vamos para um autêntico pranzo”. O salão encheu rápido e a cantoria começou com o Coral do Vale dos Vinhedos, Grupo de Cantoria Italiana Stella D’Itália de Garibaldi e os Corais Vicentino e Saluto al Brasile, de Monte Belo do Sul.
Vinhos, espumantes e suco de uva foram oferecidos para degustação por 16 vinícolas do Vale dos Vinhedos, acompanhado de pães, queijos, copa e salame. Era passado das 23 horas quando o baralho de cartas chegou e duas mesas, uma em cada extremidade do salão, foram limpas. Em uma alguns turistas se impressionavam com as pancadas dadas na madeira em cada jogada de “bisca”. Na outra, mais um grupo tentava, atento, entender o que ocorria no jogo de “mora”. Era mais um instante de sorrisos no dia em que a safra da principal região produtora de vinhos do país teve início.
Vinícolas participantes
Adega Casa de Madeira, Casa Valduga, Cooperativa Vinícola Aurora, Famiglia Tasca, Milantino Vinhos Finos, Peculiare Vinhos Finos, Pizzato Vinhas e Vinhos, Vinhos Don Laurindo, Vinhos Larentis, Vinícola Battistello, Vinícola Cave de Pedra, Vinícola Cordelier, Vinícola Dom Cândido, Vinícola Marco Luigi, Vinícola Miolo e Vinícola Torcello.
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