Publiquei uma nota em minha coluna diária, no Jornal do Comércio de Porto Alegre, fazendo uma brincadeira com a decisão do Ibravin-Apex-Brasil de contratar uma argentina para representar os vinhos brasileiros nos Estados Unidos, onde um dos principais concorrentes dos nossos vinhos são os produtos argentinos, e disse que seria a mesma coisa que contratar Maradona para técnico da Seleção Brasileira de Futebol. O pessoal do Ibravin não gostou muito. Eis a resposta de Orestes de Andrade Jr., assessor de imprensa do instituto.
“A consultora argentina Nora Favelukes foi contratada pelo Projeto Wines From Brazil, realizado em parceria pelo Ibravin e pela Apex-Brasil, pelo seu amplo conhecimento e experiência no mercado de vinhos norte-americano. Trabalhando há mais de 20 anos com vinhos sul-americanos, ela tem bagagem suficiente para bem representar as vinícolas brasileiras nos Estados Unidos, o país mais representativo para a exportação de vinho nacional. É o país que mais comprou vinhos de empresas diferentes, 22 no total. O segundo colocado, a Alemanha, adquiriu vinhos de 13 empresas verde-amarelas. Quando os vinhos argentinos não eram conhecidos nos Estados Unidos, a Nora trabalhava com os vinhos chilenos. A sua estratégia como consultora do Wines of Argentina foi apresentar os vinhos argentinos junto com os chilenos. Em cinco anos, os argentinos aumentaram de 1% para 9% a sua exportação de vinhos à terra do Tio Sam, inclusive ultrapassando o desbravador Chile. “No começo, pegamos carona nos chilenos. Agora, o Brasil pode aproveitar o conhecimento que os consumidores têm do vinho sul-americano para apresentar toda a sua diversidade e potencial”, avalia Nora. “Vejo um futuro promissor para os vinhos brasileiros nos Estados Unidos, mas o trabalho deve ser feito com cautela e segurança”.Conforme Nora Favelukes, 70% dos vinhos vendidos nos EUA são nacionais. Os importados ficam com 30% do mercado. Mas as oportunidades são crescentes. Em 1960, a fatia dos importados era de apenas 5%; em 1990, já subira para 13%; e agora já alcança 1/3. “Se o preço de um vinho importado for igual ao similar americano, o consumidor prefere o nacional”, avisa. A consultora diz que o consumo de vinhos nos EUA está aumentando e evoluindo em qualidade. “A melhor notícia para o Brasil é que o mercado é aberto e interessado em novidades”. Ela projeta que, em dois anos, os EUA devem se tornar o país com o maior consumo de vinhos do mundo. Hoje, os norte-americanos estão em 3º, com 300 milhões de caixas (de 9 litros) por ano. A França lidera com cerca de 370 milhões de caixas (9l), seguida pela Itália, com 320 milhões de caixas (9l). Os norte-americanos compraram R$ 1,9 milhão em vinhos brasileiros nos últimos quatro anos.”
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