O Grupo Peruzzo, que já possui 10 supermercados, sete postos de combustíveis, uma distribuidora de bebidas Coca-Cola e Kaiser e uma padaria nas regiões da Campanha e Zona Sul deu mais um exemplo de empreendedorismo em Bagé, onde tem sua sede: inaugurou, sábado, dia 22 de novembro, a Peruzzo Vinhas e Vinhos, a primeira vinícola do município com vinhedo e cantina, destinada a produzir, numa primeira etapa, 100 mil garrafas de vinho e espumantes. Iniciativa do ex-bancário do Sul-Brasileiro Lindonor Peruzzo que, em 1993, adquiriu a Padaria Moderna, em Bagé, e não parou mais de crescer, a vinícola, assessorada pelo enólogo argentino Adolfo Lona, que durante 35 anos foi diretor da Martini & Rossi e, depois, da Bacardi-Martini, tem como diretor-técnico Eder Peruzzo, filho de Lindonor, que estudou agronomia especialmente pensando no projeto e, posteriormente, fez especialização em vinhos na França.
O Grupo Peruzzo investiu R$ 2 milhões em 16 hectares de vinhedos e na cantina, dentro de uma área de 186 hectares, na qual já plantava legumes e hortaliças para abastecimento dos supermercados da rede. A inauguração, na qual foram lançados vinhos chardonnay e cabernet sauvignon e três espumantes extra brut, brut e demi-sec, foi abençoada pelo bispo de Bagé, Dom Gilio Felício e contou com a presença do presidente do Ibravin, Denis Debiasi e do deputado federal Afonso Hamm. A proposta de Lona, Lindonor e Eder é produzir vinhos de alta qualidade, colhendo apenas 2 quilos de uvas por pé dos vinhedos irrigados, o que garante vinhos premiuns. Por enquanto, o plantio é de chardonnay, cabernet sauvignon, cabernet franc e merlot, com mudas trazidas da França e de Portugal.
O empreendimento é considerado um exemplo em Bagé porque feito numa região tipicamente de pecuária onde faltam iniciativas empresariais e onde grandes fazendas, com mais de 1.200 hectares empregam apenas três ou quatro pessoas. O projeto Peruzzo, com hortaliças, uvas e vinhos, em 186 hectares, emprega 45 pessoas. A região, no paralelo 31, é propícia ao cultivo de uvas – a Salton planta lá e a Miolo possui grandes vinhedos no vizinho município de Candiota – e acredita-se que vá se transformar numa nova e grande província vinícola gaúcha produtora de vinhos finos. .
Localizada na região onde o historiador Tarcísio Taborda encontrou o Forte de Santa Tecla, do período das lutas de espanhóis e portugueses pelas terras do Brasil Meridional, em Bagé, a Peruzzo foi inspirada nos famosos châteaux de Bordeaux (França), a mais célebre região de vinhos do mundo tecnologias, tais como barricas de carvalho francês, prensa pneumática italiana e tanques de inox. . Integram a diretoria da Vinícola Lindonor Peruzzo (diretor presidente), Lindonês Giordani (diretor) e Éder Peruzzo (diretor técnico).
Bagé, município localizado a 374 quilômetros de Porto Alegre, está situado no estratégico paralelo 31. De acordo com os principais órgãos mundiais de vitivinicultura, as regiões onde se fabricam os melhores vinhos atualmente se encontram acima do paralelo 30 no Hemisfério Sul. Apenas nessas latitudes temperadas encontra-se o conjunto de solo e clima favorável ao cultivo de uvas de altíssima qualidade. Na Campanha gaúcha, O inverno rigoroso e o verão escaldante garantem a exata maturação da uva e contribuem para uma produção diferenciada.
Duas refeições à altura
de cinco bons vinhos
Os convidados para a inauguração da Vinhas e Vinhos Peruzzo, principalmente jornalistas especializados em vinho, inclusive de São Paulo, foram recepcionados com jantar, dia 21 de novembro, na própria cantina, pelo presidente Lindonor Peruzzo, sua esposa..... e seu filho Eder Peruzzo. O cardápio foi elaborado pela chefe de cozinha Ana Paula, da Tempero & Saúde, que ofereceu de entrada pãezinhos dips com molhos e pastas, rolinhos de salmão com chutney de damasco e mini quiches de vegetais. Depois, uma salada de folhas com camarão, e o prato principal rosti de inhame com nozes, picanha recheada ao creme e arroz branco. Como sobremesa, panqueca de maçã e sorvete de abacaxi. A picanha estava deliciosa.
Os vinhos, apresentados pelo enólogo Adolfo Lona, começaram com espumante extra brut, muito bom, seguido de um brut e, depois, vinho chardonnay e vinho cabernet sauvignon. O fechamento foi com um espumante demi-sec. Foi uma noite perfeita.
No sábado, depois de visitar os vinhedos de cabernet sauvignon e chardonnay, onde Eder Peruzzo e Adolfo Lona explicaram o sistema de plantio e tratamento das plantas, bem como suas origens francesas e portuguesas, foi a vez de almoçar um churrasco preparada na vala por Tibiriçá Moraes e seu filho Lafayette, com picanha da Carne Pampa, paleta e pernil de cordeiro merino australiano, salgados com salmoura de água quente. A entrada foi quiches de vegetais, seguida de salada gravilax salmão com vegetais, picanha com creme de mandioquinha aromatizado e cordeiro assado com arroz festivo e vegetais grelhados. Na sobremesa, tortinha de mação com sorvete.
Começou-se com espumantes extra brut e brut e terminou-se com demi-sec. Com a refeição, chardonnay e cabernet sauvignon.
Os primeiros cinco vinhos
que começam a ser comercializados
O Cabernet Sauvignon Peruzzo 2007 é 100% de uva cabernet oriunda de parreirais de cinco anos em espaldeira simples, com distância de plantio de 1 m, 4.000 plantas por hectare, 2 quilos de uva por planta, colhidos no final de março. Tem 13,6 graus de álcool e acidez total de 6 g/L de ácido tartárico. Passou por barricas de carvalho e ficou 4 meses na garrafa antes de ser dado como pronto, segundo enólogo Adolfo Lona, consultor da vinícola. Tem cor vermelha rubi intenso, aromas vinosos acentuados com ligeiro herbáceo, sabor macio e agradável. Ideal para beber entre 16° e 18° centígrados.
O Chardonnay, com 12 graus de álcool, tem acidez total de 6,17 g/L de ácido tartáico. Também é 100% chardonnay de um vinhedo de cinco anos, em espaldeira simples, 4.000 plantas por hectare, 2 quilos de uvas por pé, colhidas na segunda quinzena de janeiro de 2008. Apresenta cor branca dourada pálida, aromas frutados intensos e persistentes, sabor fresco e agradável de frutas verdes, ideal para beber entre 10° e 12º centígrados.
O Extra Brut, com 12,5 graus de álcool e acidez total de 6,81 g/L de ácido tartárico, não tem açúcar algum. É um produto de 90% chardonnay e 10% merlot Blanc de noir, de um vinhedo de cinco anos, em espaldeira simples, 4.000 plantas por hectare, produção de dois quilos por planta, colhidas na segunda quinzena de janeiro. Tem cor amarela dourada pálida, aromas intensos e complexos, sabor amável resultante da harmonia entre acidez e álcool. Ideal para beber na temperatura entre 4° e 6º centígrados.
O espumante Brut tem 12,4 graus de álcool e acidez total de 6,82 g/L de ácido tartárico, produzido com 90% de chardonnay e 10% de merlot blanc noir, com adição de 6 g/l de açúcar, vinhedo de espaldeira com cinco anos, 4.000 plantas por hectare, prdução de dois quilos de uva por pé, colhidas na segunda quinzena de janeiro. Tem cor amarela dourada pálida, aromas intensos que misturam fruta e mel, sabor macio e agradável, que deve ser apreciado à temperatura entre 4º e 6º centígrados.
O Demi-Sec tem 12,4 graus de álcool, acidez total de 6,79 g/L de ácido tartárico, elaborado com 90% de chardonnay e 10% de merlot banc de noir e adição de 20 g/l de açúcar. Vinhedo de cinco anos, em espaldeira simples, com 4.000 plantas por hectare e produção média de dois quilos de uvas por pé, colhidos na segunda quinzena de janeiro. Apresenta cor amarela dourada pálida, aromas intensos e frutados, sabor amável e agradável como resultado da moderada quantidade de açúcares. Para beber na temperatura entre 4º e 6º centígrados.
Os vinhos já estão à venda nas lojas Peruzzo da Metade Sul e, em janeiro, deverão chegar aos restaurantes e lojas especializadas de Porto Alegre. Depois, irão para Rio, São Paulo e outras capitais, segundo Eder Peruzzo.
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