sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Exportação de vinhos engarrafados cresceu 250% no primeiro semestre




A qualificação do setor vitivinícola brasileiro tanto em produtos, profissionalismo comercial e na construção de imagem, turbinada pela exposição do país durante a Copa do Mundo, resultou em ganhos recordes na exportação do vinho brasileiro engarrafado. O volume de exportações no primeiro semestre de 2014 inflou 257% em relação ao mesmo período do ano anterior. Até junho deste ano, o Brasil já exportou o equivalente a US$ 7,16 milhões em vinhos engarrafados e um total de 1,78 milhão de litros.
Para efeito de comparação, em todo o ano passado, o resultado obtido com as vendas para o exterior foi de US$ 5,3 milhões com 1,5 milhão de litros. O volume exportado este ano também corresponde a 17% do total comercializado pelas empresas vinícolas, em vinhos finos engarrafados, no somatório dos mercados interno e externo. Para comparação, o mercado interno consumiu 8,71 milhões de litros dessa categoria de produto.
Outro indicador a ser comemorado, é a valorização do preço médio obtido por litro exportado, que passou de US$ 3,36 para US$ 4,01, que representa um ganho próximo de 20%. Segundo a gerente do Wines of Brasil, Roberta Baggio Pedreira, o setor está colhendo os resultados da aproximação com redes de varejo internacionais, um dos grandes objetivos do projeto.
Entre os compradores, ela destaca o Reino Unido que, no ano passado, ocupava a sexta posição no ranking de principais destinos e, nos últimos três meses, se mantém no topo como maior importador de vinhos brasileiros. "O Reino Unido é a menina dos olhos, porque é lá que as vinícolas estão inseridas nas maiores e mais prestigiadas redes", diz. O país multiplicou por 12 o valor exportando, absorvendo quase 20% do total exportado pelo Brasil, totalizando US$ 1,56 milhões.
Entre estas redes, estão Waitrose, uma das principais cadeias de supermercados de luxo no Reino Unido, com 312 unidades na Inglaterra, Escócia e Gales, e Marks & Spencer, a maior rede de lojas de departamento do Reino Unido, com 840 lojas em 30 países. Roberta também afirma que a realização da Copa do Mundo no Brasil contribuiu para potencializar marcas brasileiras no Exterior.
Percentualmente, a Bélgica foi o destino com o maior crescimento, multiplicando o valor adquirido em vinhos engarrafados por quase 60, totalizando US$ 1,16 milhões. Na terceira posição figura a Alemanha com US$ 730 mil e um crescimento de 456%. A China, por sua vez, que surgiu como importadora de vinhos brasileiros há apenas três anos, hoje está entre os 10 principais compradores, ostentando um dos valores mais altos na média de preço por litro, de US$ 7,47. "Isso se deve ao fato do vinho na China estar ligado a status e não necessariamente à cultura de consumo. Entretanto, o país é estratégico principalmente pelo tamanho de mercado potencial que apresenta", observa Roberta.
No total, nos primeiros seis meses do ano, os vinhos brasileiros engarrafados foram exportados para 35 países, contra 32 do mesmo período de 2013. Os cinco países-alvo do Wines of Brasil - projeto de promoção dos vinhos brasileiros no Exterior executado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) com a Agência Brasileira de Promoção às Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) - estão entre os 10 principais destinos de exportação, sendo eles Reino Unido, Alemanha, Holanda, Estados Unidos e China/Hong Kong. Além da Bélgica, figuram entre os destinos de destaque Paraguai, Japão, Suíça e Colômbia.


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