Paul Vossen e Luiz Eduardo Batalha preparando a
degustação
Paul Vossen é considerado o Nº 1 em Azeites nos USA
Batalha servindo seu azeite para degustaçãoO ensopado de cordeiro preparado por dona Eronize
Empresários e produtores rurais, como Lindonor Peruzzo, de vermelho interessados em oliveiras
Está prometida para setembro a chegada ao mercado dos
dois mais novos azeites de oliva produzidos a partir de oliveira plantadas no
Rio Grande do Sul, com azeitonas aqui colhidas e aqui esmagadas, num processo
100% natural, sem uso de qualquer químico ou aditivo. Os dois azeites, um
suave, especial para saladas e tomates, e outro, mais forte, mais picante,
tiveram seus blends (misturas de variedades) formulados, sábado, dia 16, na
Fazenda Guarda Velha, de Luiz Eduardo Batalha, que plantou 200 hectares de
oliveiras, em outubro de 2010, e fez a primeira colheita, em março deste ano,
antes mesmo das árvores completarem 4 anos, um diferencial que favorece o Rio
Grande do Sul como área ideal para seu cultivo.
A seleção dos azeites foi feita pelo especialista
norte-americano Paul Vossen, da Universidade da Califórnia, considerado o nº 1
em azeites daquele país, jurado internacional de vários concursos, que não só
provou todos os azeites para decidir pela melhor mistura, como deu verdadeiras
aula sobre azeites ao Batalha, à sua esposa Eronize e aos principais
funcionários da Fazenda responsável pelo setor de oliveiras, azeitonas e
azeites. Os detalhes são segredo, mas deu para ver que foram usadas, pelo menos
três das 12 variedades plantadas na Guarda Velha; arbequina,, picual e
colatina.
Batalha
pediu que fosse definido um azeite suave, para saladas, e um mais forte e
picante. Depois, na degustação da qual participamos, deu bem para sentir o
1ºcom nota 3 como picância e amargor, delicado, com sabor de almendras, frutos
secos, bem herbáceo. Arrisco a dizer que levou 90% de arbequina e 10% de
picual. Vossen confirmou. O 2º, mostrou-se menos aromático, com picância mais
elevada (7), amargos (3) e sabor de canela e menta. Foi elaborado com azeitonas
manzanilla, Colatina e arbequina.
Depois
dos blends, feitos na sala das máquinas de moagem das azeitonas – moderno
equipamento Pieralise importado da Itália e inaugurado em março de 2014, quando
também estive lá – já os experimentamos no almoço, que só saiu lá pelas 14h,
pois me atrasei na estrada e o pessoal, muito gentilmente, ficou esperando que
eu chegasse. Fiquei honrado com a deferência. Logo depois, chegaram o
secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Cláudio
Fioereze, em companhia do ex-secretário Luiz Fernando Mainardi e sua esposa
Márcia, que foram visitar as instalações, provaram os azeites e charam-nos
superioires. Vossen e Batalha ficaram satisfeitos com a aprovação.
Mas
a grande prova veio na noite de sábado, quando Batalha e Eronize prepararam um
jantar para um grupo de cerca de 20 pessoas, entre fazendeiros, produtores de
vinhos e empresários da região, interessados em ouvir Paul Vossen e, quem sabe,
investir também em oliveiras, pois a região de Pinheiro Machado, Candiota e
Bagé ainda é muito dependente do setor primário de produção de bovinos e ovinos,
florestas e, futuramente, carvão, mas esta é uma riqueza de depende de grandes
investimentos em minas e usinas produtoras de energia elétrica. Alguns,
inclusive, já chegaram decididos a investir em oliveiras, azeitonas e azeites e
ficaram muito entusiasmados depois de ouvirem Luiz Eduardo Batalha e Paul
Vossen falarem nas perspectivas do mercado, onde o consumo mundial cresce
vertiginosamente e os atuais grandes produtores – Itália, Espanha, Portugal e Grécia – não tem
condições de atender a demanda 1ue vem por aí. Nos Estados Unidos, onde também
se começou a produzir azeite, informou Vossen, a produção nacional não atende
3% da demanda. No Brasil, que está se transformando num dos maiores
consumidores de azeite do mundo, a oferta não chega a 1% do consumo.
A
intenção de Batalha é incentivar o ingresso de novos empreendedores, não só
porque acha um grande negócio e quer ajudar a diversificar a economia regional,
mas, também, porque a indústria de esmagamento que construiu tem capacidade de
processar suas atuais safras – tem 200 hectares de olivais já produzindo e está
plantando outros 130h – e as que virão. Então, está disposto a prestar serviço
para outros plantadores.
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