segunda-feira, 18 de agosto de 2014

03 - O preço da terra e dos azeites


                                                Paul Vossen, jurado internacional de azeites
                                                Foto DU/JN
Como na questão do vinho – e em outras culturas, na comparação mundial – uma das atrações para se plantar oliveiras no Rio Grande do Sul é o preço da terra, algo logo percebido por Paul Vossen. Disse que, em terras aptas ao plantio, o hectare não custa menos de US$ 15 mil. No Napa Valley, onde estão as grandes vinícolas dos Estados Unidos, o hectare é cotado a R$ 500 mil e não se encontra facilmente. Também o preço do azeite é considerado compensador, entre US$ 10 e US$ 50 o meio litro, dependendo da qualidade.
Outro aspecto que entusiasma os investidores é o que azeite, cada vez mais, terá mercado, diante das mudanças de comportamento dos consumidores, que não querem mais produtos relacionados com química. A maioria dos óleos comestíveis do mundo são extraídos com uma atividade química. O azeite de oliva é totalmente natural, pois é extraído pelo esmagamento mecânico da azeitona. A azeitona entra na máquina moedora e o azeite sai pronto para ser usado na outra ponta.
“As oportunidades são fantásticas”, disse Vossen. Neste momento, a produção e o consumo estão iguais no mundo. Por pequeno que seja o aumento no consumo, faltará azeite. Nos Estados Unidos, por exemplo, a perspectiva é dobrar o consumo. Com 350 milhões de habitantes, o país consome 9% do azeite produzido no mundo. Hoje, consome apenas 1 litro per capita, enquanto a Australia consome 2 lpc, a Itália 14lpc, a Espanha 15 lpc ea Grécia 20 lpc. O plantio de oliveiras, nos Estados Unidos, começou quando os americanos se deram conta do tamanho do mercado, nos anos das décadas de 1980/1990, enquanto a Austrália começou 10 anos antes.

“Este lugar – disse Paul Vossen, dirigindo-se aos atentos convidados de Luiz Eduardo Batalha e referindo-se à região Sul do Rio Grande do Sul – pode ser muito interessante para a produção de azeites. Tem solo, tem clima e, principalmente, tem mercado.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Sr. Ucha,

Parabenizo a todos os envolvidos pelo evento. Fico encantado em saber que há entusiasmo por parte dos empresários da região sobre o azeite de oliva e a vitivinicultura.

Do meu ponto de vista, achei este tópico o mais interessante dentre os cinco, uma vez que trata mais de uma visão macro-microeconômica, ou seja, de "business". Tenho três perguntas:

- Apesar do objetivo - plenamente justificável - do evento, houve degustação de outros azeites locais?
- Além de todo o potencial sobre o negócio, o Sr. Vossen gostou da qualidade dos azeites produzidos aqui?
- O Sr. Vossen tem agenda para comparecer à Finooliva?

Grato, abraços,

Carlos Daniel A. L. da Rosa