Ignácio Carrau
Arquivo JN
Ignácio Carrau também manda os cumprimentos pelo Blog Cordeiro
e Vinho, “sempre recheado de notícias importantes e muito interessantes”, e faz
interessantes considerações sobre o “esquecimento” do setor vinho, mais uma
vez, na legislação beneficiadora do Simples.
“Aproveito para te perguntar – escreve Ignácio – a
respeito do seguinte: você viu que foi ampliada a quantidade de categorias em
mais de 400 para que possam ser consideradas no Simples da Receita Federal? Eu,
como acredito muita gente, estávamos esperançados em que o nosso ramo de
vitivinicultura finalmente também conseguisse se enqudrar nessa ampliação. Pelo
que soube, isso não aconteceu e, portanto, o peso mastodôntico da carga
tributária continua a mesma para os pequenos, fazendo com que a maioria das
empresas não consigam sobreviver e as que conseguem acabam chegando com um
preço quase que do dobro do que poderia ser para o consumidor final. Segundo
alguns comentários se deve a que no Brasil o vinho ainda é considerado bebida
alcoólica, o que é um verdadeiro absurdo, já que nem na América Latina e em nenhum
outro grande país produtor acontece isso. Está provado que o vinho é um
alimento e dos mais completos para a saúde humana.
Você, que é tão relacionadp com todo o setor industrial,
com o Ibravin e outrs associação de calsse, assim, como boa parte dos políticos
gaúchos e a imprensa especializada em todo o país, não saberia o que poderemos
fazer para sair desta encruzilhada? Se isso não for possível, to achando que os
nossos vinhos brasileiros vamos ter que focá-los para o mercado externo e não
mais no Brasil, o que seria pena, realmente. Vou copiar a outros críticos
especializados para que também possam nos dar a sua opinião à respeito, mas
tenho a impressão de que se não
conseguirmos agora é possível que nunca mais. Não sei se é um sonho, mas
me parece que o setor poderia formar um mutirão juntando todo o mundo para
exigir que sejamos incluídos, o que faria ressuscitar o setor, beneficiando a
milhões de pessoas entre produtores e consumidores em todo o Brasil.
Grande abraço e fico no aguardo de teus comentários.”
Ignácio Carrau
02 - Por que o vinho não entra no Simples?
Álvaro Cézar Galvão em seu ofício
Arquivo JN
O parceiro de algumas andanças pelo mundo do vinho, Álvaro Cézar Galvão, o Engenheiro que virou vinho, continua o debate:
“Ignacio, Ucha e demais amigos.
Enquanto não tivermos uma representação sadia, que nos
defenda no Congresso, destes e outros tantos abusos, jamais, repito jamais
seremos realmente livres da máquina devoradora. Em todas as áreas, dou um
exemplo prático: comprei no final do ano passado um computador Lenovo, porque
prometiam um serviço que se chama Lenovo em casa, para qualquer problema com a
máquina, além do mais, é a maior fabricante de computadores do mundo e acabava
de adquiri a IBM Brasil.
Resultado, o computador veio com defeito, o tal serviço
não existe, e mentem descaradamente dizendo que irão resolver, sabe desde
quando? Desde janeiro. Até a Lenovo Espanha já me pediu desculpas pelo
ocorrido, e as autoridades, e o governo nada fazem.....
O vinho? é luxo. Mas a cachaça não, até tem tributação
menor, sabiam?
Eu nunca acreditei que o vinho fosse entra na tributação
simplificada, até pelos representantes que temos do RS no congresso, e a
própria Dilma, que comprou a tese da salvaguarda.
Abraços de luz, que é o melhor que podemos fazer por
enquanto. Contem sempre comigo.”
Álvaro
Cézar Galvão - http://www.divinoguia.com.br/cezargalvao@uol.com.br/+55
11 9 9136-2953.
“Obrigado
e lutaremos juntos pelo Setor Vitivinicola brasilenho.”
Abraço.
Javier Carrau - Montevideu
Javier Carrau - Montevideu
“Obrigado,
caro amigo Galvão pelos seus comentários.
É
ridículo ficar sabendo que até a cachaça tem menos tributos do que o vinho. Mas
este tipo de coisa é que realmente desmotiva e muito qualquer um e agora com
essa história das ST então, só isso já encarece mais de 50% o custo dos vinhos.
Pelo esforço financeiro que exige das empresas e que a maioria nem consegue
pagar.
Vamos
continuar a aguardar e ver de que forma
poderíamos fazer alguma coisa nos unido e conseguindo o apoio político que é em
definitiva o que nos poderia permitir chegar lá.
Grande
abraço.”
Ignácio.
Acho importantíssima a manifestação do Ignácio Carrau,
pois, desde que comecei a escrever sobre vitivicultura e vinhos, e lá se vão
mais de 40 anos, nos primórdios do atual pujante Vale dos Vinhedos, digo que um
dos problemas do vinho brasileiro é a alta carga de impostos. No princípio, ela
até dificultava o próprio início da atividade produtora. Depois, com o passar
do tempo, a evolução do mercado e novas técnicas, criaram condições para o
surgimento de boas vinícolas, que passaram a produzir mais e melhor e,
inclusive, o mercado externo. Mas, persistiu a questão do preço do vinho para
consumidor – muito elevado, inclusive, diante de alguns importados com
faclidades.
Eu, também, era dos que imaginava que o vinho entraria no
Simples Nacional, facilitando o pagamento de impostos e dimiuindo seu peso
sobre os produtos. Não aconteceu. E digo ao Carrau, repetindo o Galvão, que não
ocorreu pela grande falta de representatividade que tem o setor, tanto por suas
entidades, algumas só de fachada e sem poder algum de barganha, quanto pelos
políticos – deputado, senadores e governadores – que deveriam representar e
defender melhor os interesses dos eeitores dos municípios, estados e regiões
voltados para a vitivinicultura. Nenhum faz isso com verdadeiro empenho. Também
faço um meã culpa quanto ao meu estado, o Rio Grande do Sul, que é o maior
produtor de vinhos do país e que deveria se empenhar mais pela defesa do setor.
O Rio Grande do Sul perdeu presença e poder político no contexto do País, nos
últimos anos, e nosso políticos, por sua vez, deixaram de ser aqueles homens
impávidos, colossos, que colocavam os interesses de sua comunidade acima de
qualquer outra coisa. Não se faz mais político gaúcho como antigamente. As
eleições estão aí, é o momento de pensar bem sobre isso – inclusive o setor
vitivinicola e os consumidores – e votar em homens e mulheres sérios, honestos,
valentes e verdadeiramente comprometidos com o desenvolvimento econômico e
social de sua região. Acho que é isso, meus amigos Carrau e Galvão. Só não
podemos desistir, nem “nos entregar pros homes”, como diz aquela canção gaúcha.
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