terça-feira, 26 de agosto de 2014

01 - Por que o vinho não entra no Simples?

                                                 Ignácio Carrau
                                                  Arquivo JN
Ignácio Carrau também manda os cumprimentos pelo Blog Cordeiro e Vinho, “sempre recheado de notícias importantes e muito interessantes”, e faz interessantes considerações sobre o “esquecimento” do setor vinho, mais uma vez, na legislação beneficiadora do Simples.
“Aproveito para te perguntar – escreve Ignácio – a respeito do seguinte: você viu que foi ampliada a quantidade de categorias em mais de 400 para que possam ser consideradas no Simples da Receita Federal? Eu, como acredito muita gente, estávamos esperançados em que o nosso ramo de vitivinicultura finalmente também conseguisse se enqudrar nessa ampliação. Pelo que soube, isso não aconteceu e, portanto, o peso mastodôntico da carga tributária continua a mesma para os pequenos, fazendo com que a maioria das empresas não consigam sobreviver e as que conseguem acabam chegando com um preço quase que do dobro do que poderia ser para o consumidor final. Segundo alguns comentários se deve a que no Brasil o vinho ainda é considerado bebida alcoólica, o que é um verdadeiro absurdo, já que nem na América Latina e em nenhum outro grande país produtor acontece isso. Está provado que o vinho é um alimento e dos mais completos para a saúde humana.
Você, que é tão relacionadp com todo o setor industrial, com o Ibravin e outrs associação de calsse, assim, como boa parte dos políticos gaúchos e a imprensa especializada em todo o país, não saberia o que poderemos fazer para sair desta encruzilhada? Se isso não for possível, to achando que os nossos vinhos brasileiros vamos ter que focá-los para o mercado externo e não mais no Brasil, o que seria pena, realmente. Vou copiar a outros críticos especializados para que também possam nos dar a sua opinião à respeito, mas tenho a impressão de que se não  conseguirmos agora é possível que nunca mais. Não sei se é um sonho, mas me parece que o setor poderia formar um mutirão juntando todo o mundo para exigir que sejamos incluídos, o que faria ressuscitar o setor, beneficiando a milhões de pessoas entre produtores e consumidores em todo o Brasil.
Grande abraço e fico no aguardo de teus comentários.”
Ignácio Carrau
02 - Por que o vinho não entra no Simples?
                                        Álvaro Cézar Galvão em seu ofício
                                        Arquivo JN

O parceiro de algumas andanças pelo mundo do vinho, Álvaro Cézar Galvão, o Engenheiro que virou vinho, continua o debate:
“Ignacio, Ucha e demais amigos.
Enquanto não tivermos uma representação sadia, que nos defenda no Congresso, destes e outros tantos abusos, jamais, repito jamais seremos realmente livres da máquina devoradora. Em todas as áreas, dou um exemplo prático: comprei no final do ano passado um computador Lenovo, porque prometiam um serviço que se chama Lenovo em casa, para qualquer problema com a máquina, além do mais, é a maior fabricante de computadores do mundo e acabava de adquiri a IBM Brasil.
Resultado, o computador veio com defeito, o tal serviço não existe, e mentem descaradamente dizendo que irão resolver, sabe desde quando? Desde janeiro. Até a Lenovo Espanha já me pediu desculpas pelo ocorrido, e as autoridades, e o governo nada fazem.....
O vinho? é luxo. Mas a cachaça não, até tem tributação menor, sabiam?
Eu nunca acreditei que o vinho fosse entra na tributação simplificada, até pelos representantes que temos do RS no congresso, e a própria Dilma, que comprou a tese da salvaguarda.
Abraços de luz, que é o melhor que podemos fazer por enquanto. Contem sempre comigo.”
Álvaro Cézar Galvão -  http://www.divinoguia.com.br/cezargalvao@uol.com.br/+55 11 9 9136-2953.
“Obrigado e lutaremos juntos pelo Setor Vitivinicola brasilenho.” 
Abraço.
Javier Carrau - Montevideu

 03 – Por que o vinho não entra no Simples?

“Obrigado, caro amigo Galvão pelos seus comentários.
É ridículo ficar sabendo que até a cachaça tem menos tributos do que o vinho. Mas este tipo de coisa é que realmente desmotiva e muito qualquer um e agora com essa história das ST então, só isso já encarece mais de 50% o custo dos vinhos. Pelo esforço financeiro que exige das empresas e que a maioria nem consegue pagar.
Vamos continuar a aguardar e  ver de que forma poderíamos fazer alguma coisa nos unido e conseguindo o apoio político que é em definitiva o que nos poderia permitir chegar lá.
Grande abraço.”
Ignácio.

 04 – Por que o vinho não entra no Simples?
Acho importantíssima a manifestação do Ignácio Carrau, pois, desde que comecei a escrever sobre vitivicultura e vinhos, e lá se vão mais de 40 anos, nos primórdios do atual pujante Vale dos Vinhedos, digo que um dos problemas do vinho brasileiro é a alta carga de impostos. No princípio, ela até dificultava o próprio início da atividade produtora. Depois, com o passar do tempo, a evolução do mercado e novas técnicas, criaram condições para o surgimento de boas vinícolas, que passaram a produzir mais e melhor e, inclusive, o mercado externo. Mas, persistiu a questão do preço do vinho para consumidor – muito elevado, inclusive, diante de alguns importados com faclidades.

Eu, também, era dos que imaginava que o vinho entraria no Simples Nacional, facilitando o pagamento de impostos e dimiuindo seu peso sobre os produtos. Não aconteceu. E digo ao Carrau, repetindo o Galvão, que não ocorreu pela grande falta de representatividade que tem o setor, tanto por suas entidades, algumas só de fachada e sem poder algum de barganha, quanto pelos políticos – deputado, senadores e governadores – que deveriam representar e defender melhor os interesses dos eeitores dos municípios, estados e regiões voltados para a vitivinicultura. Nenhum faz isso com verdadeiro empenho. Também faço um meã culpa quanto ao meu estado, o Rio Grande do Sul, que é o maior produtor de vinhos do país e que deveria se empenhar mais pela defesa do setor. O Rio Grande do Sul perdeu presença e poder político no contexto do País, nos últimos anos, e nosso políticos, por sua vez, deixaram de ser aqueles homens impávidos, colossos, que colocavam os interesses de sua comunidade acima de qualquer outra coisa. Não se faz mais político gaúcho como antigamente. As eleições estão aí, é o momento de pensar bem sobre isso – inclusive o setor vitivinicola e os consumidores – e votar em homens e mulheres sérios, honestos, valentes e verdadeiramente comprometidos com o desenvolvimento econômico e social de sua região. Acho que é isso, meus amigos Carrau e Galvão. Só não podemos desistir, nem “nos entregar pros homes”, como diz aquela canção gaúcha.

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