Já escrevi, aqui no Blog, sobre a oficialização da
Indicação Geográfica Monte Belo, na serra gaúcha. Agora, o faço com mais
detalhes, pois a entrega do registro de reconhecimento aconteceu na Igreja
Matriz São Francisco de Assis, com direito à bênção.
O
inusitado marcou o nascimento, na tarde de sexta-feira, dia 13 de dezembro, da
Indicação Geográfica (IG) Monte Belo. A solenidade de entrega do certificado de
registro da mais nova IG de vinhos finos e espumantes do país aconteceu na
Igreja Matriz São Francisco de Assis, símbolo maior de Monte Belo do Sul (RS),
município que detém 80% da área da Indicação (estando os outros 20% em Bento
Gonçalves e em Santa Tereza). O reconhecimento foi concedido pelo Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), à Associação dos Vitivinicultores de
Monte Belo do Sul (Aprobelo), formada por 11 vinícolas – Adega da Serra, Adega
Del Monte, Armênio, Calza, Casa Angelo Fantin, Faé, Famiglia Tasca, Honório
Milani, Megiolaro, Reginato e Santa Bárbara. O evento, assistido por
aproximadamente cem pessoas, contou, inclusive, com bênção, ministrada pelo
pároco Lóris Cortese. E, como toda celebração que se preze, seguiu com vinho e
comes, no salão paroquial.
Anfitrião,
o pároco Cortese abriu a solenidade, lembrando do milenar vínculo entre uva,
vinho e fé, citando trechos bíblicos em que a bebida é mencionada. “E as torres
desta Igreja dizem: ‘Olhem para o alto”’, afirmou, evocando a importância do
templo, com suas torres de 65 metros de altura, e da religiosidade na
comunidade de Monte Belo do Sul.
O
presidente da Aprobelo, Antoninho Calza, destacou a expectativa de, por conta
da conquista da Indicação Geográfica, Monte Belo passar de fornecedor de
matéria-prima para a condição de produtor de vinhos finos e espumantes
reconhecidos. “Não é admissível que uma região tão conhecida pela qualidade das
uvas que produz, como das variedades Riesling e Chardonnay, não seja também
pela bebida que elabora”, assinalou. Ele também ressaltou o apoio dado pela
Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), para o desenvolvimento da IG,
“por demanda da Associação, prontamente atendida”. Ainda, recordou, entre
outros aspectos, que foi na unidade de pesquisa onde foram produzidos os
primeiros vinhos-base e espumantes com marca das vinícolas associadas à
Aprobelo – as quais hoje elaboram os produtos em suas próprias instalações.
O
chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido, observou que o
desenvolvimento da Indicação foi impulsionado por um desejo coletivo – o das
vinícolas da Aprobelo –, envolvendo, para sua concretização, de igual modo, uma
série de instituições. Ele lembrou das diversas etapas do processo de
estruturação da IG, iniciado em 2004, como a qualificação dos técnicos dos
estabelecimentos da Associação, ministrada por pessoal da Embrapa
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