Apesar da antiga tradição vitivinícola do Alentejo, a
maioria das atuais adegas é de criação recente, graças ao crédito abundante que
foi oferecido a Portugal pela Comunidade Econômica Européia antes da atual
crise econômico-financeira que atinge toda a Europa. A Roquevale não é uma das
mais novas, mas construiu sua adega em 1989, conforme informação de Joana Roque
do Vale, que nos recebeu, dia 22 de janeiro, de manhã, em Redondo. São duas
herdades – Monte Branco e Madeira Nova de Cima – com cerca de 189 hectares de vinhas que produzem 8 milhões de
litros/ano, os quais são vendidos 85% no mercado nacional e o restante
exportado para Brasil, Macau, Angola, Canadá, Estados Unidos e Bélgica. A
propriedade tem 200 há. É um dos maiores produtores privados de vinho do
Alentejo.
O primeiro vinho veio diretamente da cuba: Redondo 2013
Branco, com Roupeiro, Rabo-de-Ovelha, Fernão Pires, Arinto. É um vinho para o
dia-a-dia, explicou Joana, tem frescor, é gastronômico. Seguiu-se o Rosé Terras
de Xisto 2013, tirado diretamente da cuba. Um vinho completamente seco, um
pouco diferente dos rosés aos quais estamos asostumados no Brasil, elaborado
com as uvas Touriga Franca, Aragonez e Castelão. Muito fresco, bom para acompanhar
refeições. Depois, o Terras de Xisto Tinto 2013, elaborado com Aragonez,
Trincadeira, Castelão e Moreto, tem frescor, elegância e retrogosto bem
acentuado.
O quarto vinho apresentado por Joana Roque do Vale foi o
Tinto da Talha Grande 2011, com Trincadeira, Castelão e Aragonez, vinho bem
elaborado, pouco frutado, balsâmico, mostra chocolate. Não é um vinho
consensual. Há quem não goste de suas características mais marcantes. Depois, o
Tinto da Talha Escolha 2009, com Alicante Bouschet e Touriga Nacional, cujo
nome lembra os romanos que habitaram o Alentejo e faziam vinhos em grandes
talhas de barro. Durante a fermentação malolática, passou três semanas no
carvalho francês. Destacou-se pela frescura. Um vinho pronto para beber e não
para guardar. Este vinho deve chegar ao Brasil por R$ 55,00.
O sexto vinho foi o Roquevale Reserva Alentejo DOC 2006,
com Alicante Bouschet, Tinta Caida e Touriga Nacional, que passou 24 meses em
barrica de carvalho francês. Este vinho destacou-se tanto que recebeu várias
medalhas de ouro e prata em concursos pelo mundo. O sétimo, foi o Roqueval
Reserva 2009, com Alfrocheiro, Aragonez e Alicante Bouschet, que passou 12
meses em barricas de carvalho francês. E, a seguir, fomos os primeiros a
degustar o Roquevale Gran Reserva 2009,
que virá este ano para o mercado. Na minha opinião, poderia ficar um pouco mais
na adega. Os taninos já não são agressivos, mas o vinho mostra que tem
excelentes condições de evoluir. É bem equilibrado, passou 24 meses nas
barricas de carvalho francês, que amalgaram a Tinta Caiada, a Alicante Bouschet
e a Touriga Nacional. Quando chegar ao Brasil, custará em torno de R$ 120,00.
Roquevale – e-mail: geral@roquevale.pt
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