quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alentejo 14 - Jantar no Fialho, com Granadeiro Vinhos




                        Cláudio Martins, da Granadeiro Vinho de Autor

De volta è Évora, fomos jantar no Fialho, um dos mais famosos restaurantes da cidade, meu velho conhecido, ali na Travessa das Mascarenhas, 16, onde reencontrei Gabriel, Manuel e Amor, filhos do fundador, Manuel Fialho. Amor é o chefe de sala, Gabriel chefe de cozinha e Manuel relações públicas. A casa continua impecável, com as comidas maravilhosas e uma clientela selecionada. Inclusive, encontrei lá Afonso de Barros Aveiro, morador do Porto, que, ao saber que eu era gaúcho, apresentou-se como amigo do empresário e político Nestor Jost (1917-2010), ex-presidente do Banco do Brasil e ex-ministro da Agricultura, no governo de João Figueiredo, a quem muito entrevistei nas décadas de 1960/80.
Fomos ao Fialho para jantar com Cláudio Martins, da Granadeiro Vinho de Autor, localizada no Monte dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz., com 100 hectares de vinhas e outros mil há destinados a criação de gado, cavalos e plantação de cereais. Antes de entrar nos vinhos, vamos aos petiscos que comemos, como queijo e presunto do Azeitão, pasteis de vitela, bolinho de bacalhau e, finalmente, uma bela posta de bacalhau assado com batatas ao murro, tão bem servido que reparti a metade com o Pedro Mello e Souza. Cláudio informou, de saída, que seus vinhos são sem preconceito, mas com estrutura..

Começamos com o  Tapada do Fidalgo Branco 2012, com Antão Vaz e Arinto, plantadas no Monte dos Perdigões, leve, fresco, redondo, fácil de beber, gastronômico. Depois, o Poliphonia Branco 2012, com Antão Vaz e Viognier, com muita frescura e complexidade, aromático, alegre, leve, enche a boca, tem volume, e que acompanhou muito bem os pastéis de vitela.O terceiro foi o Tapada do Fidalgo Rosé 2011, com Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira, 14,5º de álcool, complexo, elegante, persistente, com 12 meses em barricas de carvalho francês, que chegará ao Brasil por R$ 70,00. Seguiu-se o Poliphonia Reserva Tinto 2011, com frescor e acidez suficiente para combater gorduras, o que o torna ideal para acompanhar um cordeiro assado no forno. Elaborado com Trincadeira, Syrah e Alicante Bouschet, tem 14,5º de álcool e passou 12 meses em barricas de carvalho francês, ganhando estrutura e complexidade.  O vinho seguinte foi o Poliphonia Signature 2010, com Alicante Bouschet e Syrah, 18 meses em barricas novas de carvalho francês, o que o tornou marcante, estruturado e complexo. Mas ainda vai evoluir na garrafa.
Ao final, Cláudio presenteou-nos com um belo livro, tamanho grande, capa dura, sobre o Monte dos Perdigões e o culto da terra, escrito por Alberto Franco e Ana Telles, prefácio de José Cutileiro e belas fotos de José Manuel Rodrigues. O Monte dos Perdigões está pousado numa daquelas colinas que parecem feitas para desmentir que tudo no Alentejo é plano. O livro conta duas histórias, a história do monte e da herdade, com raízes no século XV, e a do último homem da linhagem inicial da casa, D. Luís da Costa de Freitas Branco, fidalgo, compositor, musicólogo, que ali viveu a infância, compôs suas obras e viver um grande amor.
Granadeiro Vinho de Autor - e-mail:comercial@granadeirovinhos.com

Nenhum comentário: