O nosso grupo jantando com Luís e Miguel Douro: Karina Papa, Danilo Ucha, Luis, Miguel, Jeriel Costa e Pedro Mello e Souza
O território do Alentejo, em Portugal, que tem este nome
porque está “além do Tejo”, o rio caudaloso e histórico que banha Lisboa,
produz vinhos há mais de dois mil anos, desde os tartessos, da cultura
megalítica (José Gonçalves, da Herdade Monte Novo e Figueirinha nos mostrou os
restos de uma cidade da Era do Ferro, descoberta sob a atual cidade de Beja),
passando por fenícios, gregos, romanos e outros povos que ocuparam a península
ibérica. Neste tempo todo, teve altos e baixos, mas sempre conhecido como um
bom vinho. Hoje, o Alentejo vive um novo momento de grandes vinhos e partiu
para a conquista de mercados pelo mundo todo, inclusive o Brasil, para onde já
exporta 2.340.000 litros/ano e pretende aumentar as vendas. Outros mercados
importantes são Angola (3.912.000 litros), Estados Unidos (1.386.000 l), China
(782.000 l), Canadá (753.000 l), Suiça (554.000 l), Japão (249.000 l), Russia
(209.000 l), Moçambique (169.000 l) e Noruega (118.000 l).
Estive alguns dias visitando vinícolas no Alentejo, em
companhia dos colegas brasileiros Karina Papa, chefe de cozinha e blogueira, de
Sorocaba (SP), Jeriel Costa, do Blog do Jeriel, também de São Paulo, e do Pedro
Mello e Souza, do Rio, especialista em vinhos e comidas que está concluindo uma
enciclopédia sobre estes temas já com 50 mil verbetes (o Larousse tem 9 mil).
Nossa guia foi a Maria Amélia Vaz da Silva, diretora de marketing da Comissão
Vitivinicola Regional Alentejana (CVRA), que, além de nos apresentar a
produtores e enólogos, nos forneceu as informações sobre o setor que vou usar
nestes textos. Estivemos na sede da CVRA, em Évora, onde fizemos degustação dos
vinhos Herdade da Comenda Grande e da Casa Agrícola HMR e conhecemos a Maria
Teresa Chicau, responsável pela divulgação dos eventos da CVRA.
A CVRA reúne 360 associados (263 produtores mais 97
comerciantes de vinhos) que plantam 21.970 hectares, e produzem, em 11.371 ha,
vinhos considerados DOC – Denominação de Origem Controlada – e em 10.599 há
vinhos RA – Regional Alentejano. A produção média por hectare é de 5.500 kg. A
região produz 22,7% dos vinhos
portugueses.Em 2012, a produção do Alentejo foi 78,2% de tintos, 20,4% de
brancos e 1,4% de roses.
Existem 8 regiões demarcadas para vinho DOC – Borba,
Évora, Granja-Amareleja, Moura, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira -,
nas quais só podem ser produzidas, entre as uvas tintas, Alfrocheiro, Alicante
Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah, Touriga Nacional e
Trincadeira. Entre as brancas, Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires,
Manteúdo,Perrum, Rabo-de-Ovelha, Roupeiro (Siria) e Trincadeira das Pratas
(Tamarez. Mas podem participar do vinho, numa proporção de até 25%, as tintas
Baga, Caladoc, Carignan, Cinsaut, Corropio, Grand Noir, Grenache, Tinta Grossa,
Manteúdo Preto, Merlot, Moreto, Petit Verdot, Pinor Noir, Tannat, Tinta
Barroca, Tinta Caiada, Tinta Carvalha, Tinta Miúda, Tinto Cão, Touriga Franca e
Zinfandel e as brancas Alicante Branco, Alvarinho, Bical, Chadonnay, Chasselas,
Diagalves, Encruzado, Gewurztraminer, Gouveio, Lairão, Malvasia Fina, Malvasia
Rei (Assrio), Moscatel Graúdo, Mourisco Branco, Pinot Gris, Riesling,
Sauvignon, Sémillon, Sercial, Tália, Verdelho, Viognier e Viosinho.
Todas as castas autorizadas para a elbaoração dos vinhos
DOC podem ser usadas, em qualquer porcentagem, para a produção do Vinho
Regional Alentejano.
Comissão Vitivinícola Regional Alentejana - e-mail:
cvra@vinhosdoalentejo.pt