terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Texel 1 -Expansão da raça Texel pela América do Sul
Claudino Loro, este bloguista e David Martins no 15º Mercotexel
Foto Arfio Mazzei
Criadores de Texel querem conquistar a América do Sul
Foto DU/JN
Maria Teresa Queirolo, presidente da Brastexel, e Silvia Helena Loro, do Mercotexel
Foto Arfio Mazzei
Estive em Santana do Livramento, na fronteira com Rivera (Uruguai),
participando do 15º Mercotexel, maior evento de venda de animais de
alta genética da raça ovina Texel, bebi grandes vinhos e comi boa
carne, tanto de cordeiro, quanto de bovinos, quando fui almoçar numa
“parrilla”, em Rivera. Comi chinchulin, tripa gorda, úbere e molleja
em La Leña e valeu a pena. O preço anda em torno de R$ 70,00 para duas
pessoas, sem as bebidas.
Na noite do dia 18, ajudei a elaborar o prato de cordeiro que seria
servido no jantar. A sugestão foi de Sérgio Luiz Fontoura Mazzei e
Regina Peuckert Mazzei, com minha consultoria, e prepação da chef
santanense Genecy Alves Mendes, que possui um bufê de pratos finos com
carne de cordeiro em Livramento. Mais de 100 convidado gostaram do
prato. Foi usada a carne de quatro cordeiros e não sobrou nas panelas
nem uma peça do “cordeiro aos três molhos”. Martim Marona Pons, grande
criador em Uruguaiana, também chef de cozinha, membro da Confraria do
Cordeiro, elogiou muito o prato.
Além do leilão de animais, no sábado, dia 19, os criadores de ovinos
Texel discutiram o futuro da raça. Depois de ter conquistado o Rio
Grande do Sul, onde já há 440 cabanhas e o rebanho da raça já é
superior a 300 mil animais, e o Brasil, onde existem 500 mil animais,
os criadores querem ganhar o mercado da América do Sul, principalmente
Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile e Bolívia. “Acreditamos que o
mercado gaúcho e brasileiro está consolidado”, comentou um dos
pioneiros da raça no Brasil, David Fontoura Martins, “e agora vamos
partir para o mercado sul-americano, o qual sabemos está sedento pelos
ovinos desta raça especial de carne”.
A intenção é procurar o apoio da Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), entidade que vem tendo
muito sucesso em seus objetivos e já possui programas de apoio
relacionados a animais, como o das raças Hereford-Braford. Um passo
paralelo será constituir uma entidade sul-americana da raça, talvez
uma Associação Sul-Americana de Criadores de Texel. Outro, conseguir o
interesse da secretaria estadual da Agricultura e do ministério da
Agricultura e Pecuária para obter a intervenção do Itamarati e
derrubar as barreiras que alguns países, o Uruguai, por exemplo,
colocam para a exportação de animais em pé.
Pioneiro na criação da raça, David Fontoura Martins, da Cabanha Novo
São João, comemorará, em 2013, os 40 anos da Texel em Livramento,
trazida, entre outros, por Orlando Martins, e desenvolvida por
Claudino Loro, hoje um dos maiores criadores, e Cláudio Arteche. Eles
também foram os criadores do Mercotexel, que, nesta edição, vendeu 213
animais em pista, totalizando R$ 123.920,00, e mais um nos bretes, o
que elevou o resultado para R$ 125.170,00. Alguns, acostumados com os
altos preços obtidos nos últimos anos, acharam o remate fraco, mas não
é pouco pagar R$ 6.400,00 por um carneiro PO ou uma média de R$
2.122,86 por fêmeas PO. Os SO, bastante procurados, tiveram médias de
R$ 299,00 (fêmeas) e R$ 800,00 (machos). A presidente da Brastexel,
Maria Teresa Queirolo, que estava presente, apoiou a ideia da busca
pelo mercado sul-americano.
Na minha opinião, que acompanho a ovinocultura gaúcha há muitos anos,
o sistema de vendas atual está superado. Não está sendo fácil levar os
compradores até os leilões. Acho que alguma coisa precisa mudar. Não
sei como. Será questão de reuniões de todos os ovinocultores, de todas
as raças, para discutir o assunto. O mundo mudou, novas maneiras de
comercialização estão em uso. Será preciso adaptá-las ao setor.
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