sábado, 30 de junho de 2012

Produtores gaúchos de vinhos em Londres

Com o objetivo de conhecer o mercado inglês, o projeto Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), promoveu uma missão técnica inédita em Londres, no Reino Unido, durante a realização da London International Wine Fair, em maio. As visitas incluíram seis vinícolas – cinco integrantes do Programa Primeira Exportação (PPE), que procura capacitar as pequenas cantinas para iniciarem a exportação de seus rótulos. Cooperativa Vinícola Garibaldi, Dunamis, Don Guerino, Don Giovanni e Galiotto, pelo PPE, mais a Boscato, conheceram cinco estabelecimentos que serviram de exemplo da cadeia comercial de vinho londrina, que envolve importadores, agentes, distribuidores, varejistas, restaurantes, pubs e wine bar.
Maior importador de vinhos do mundo, o Reino Unido tem sido um dos três principais compradores de vinhos brasileiros nos últimos dois anos. O mercado britânico ainda é importante para as empresas verde-amarelas por ser aberto a novidade, importando vinhos de mais de 35 países. Em ordem decrescente, nas cinco primeiras posições, estão Austrália, França, Itália, USA e Chile. Depois vem África do Sul, Espanha, Alemanha, Nova Zelândia e Argentina. “A ação teve a intenção de apoiar as empresas brasileiras com treinamento, informações e capacitação para a exportação”, afirma o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani.
Uma das empresas visitadas foi a Jeroboams, composta por uma cadeia de oito lojas de vinhos de alto padrão, localizada nos melhores bairros de Londres. Outra foi a Majestic, rede que integra 180 lojas de vinhos em toda a Inglaterra. “Eles fazem a distribuição para restaurantes e vendem diretamente aos consumidores. Também comunicam novidades por facebook e twitter e vendem on-line, entregando, geralmente, no mesmo dia. É o maior e o melhor distribuidor de vinhos do Reino Unido”, conta Paviani. Segundo Nicholas Ropnder, gerente da loja de St John’s Wood, em Westminster, os clientes seguem muito os conselhos dos vendedores que têm treinamento. “Nosso destaque são os vinhos Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, responsáveis pelo maior volume de vendas da loja, seguido por Champagne da França”, relata.
O grupo também esteve na Vinoteca, um misto de loja, restaurante e wine bar, com três unidades. A motivação da equipe conta sempre com novidades. A cada seis meses degustam 300 novos vinhos para escolher 60 rótulos que são incorporados ao estoque. A empresa faz importação direta da França e através de agentes e distribuidores de outros países do mundo. “Esta foi uma empresa que demonstrou muito interesse em ampliar o número de rótulos do Brasil”, comemora Paviani. Também promove degustações temáticas com harmonização de vinhos, tem preços considerados acessíveis e recomenda, na carta, para cada prato o vinho que melhor harmoniza.
A Selfridges, loja ícone de Londres por causa dos seus vinhos, chamou a atenção por vender Château Petrus 2005 por 4,5 mil libras, assim como Château Margaux e Lafite. Há quatro filiais da rede em todo o Reino Unido, uma Londres, outra em Birmingham e duas em Manchester. Produtos da Miolo – linha Fortaleza do Seival estão nesta loja. Já a Philglas & Swiggot apresentou um exemplo de negócio familiar, classificando-se como varejo independente. Mike Rogers, proprietário, explicou que o consumidor de vinhos evolui em sua percepção de gosto e sabor. Ele inicia comprando vinhos no supermercado, que tem preços médios de 5 libras. Depois ascende para vinhos disponíveis em lojas especializadas, como a dele, que tem preço médio de 17 libras por garrafa. “Um país novo, como o Brasil, precisa de uma identidade (por exemplo, um vinho varietal) que fosse fácil de reconhecer, para poder ganhar força no mercado”, recomenda. Ele sugeriu que isso seja feito em conjunto com a gastronomia do país, estabelecendo ligações entre os vinhos e as comidas.
Conforme Raquel Bonadiman, da Via Consultoria, que acompanhou a missão técnica pelo projeto Wines of Brasil, o objetivo da missão foi alcançado pois proporcionou acesso a muitas informações. “Será mais fácil para os empresários estabelecer suas estratégias e planos de ação para vender vinhos no mercado ingles”. As visitas foram organizadas pela equipe da JK Marketing, de Judy Kendrick – empresa de relações públicas contratada pelo projeto para promover ações na London International Wine Fair e outras que se seguirão durante o ano.


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Missão incluiu visitas à lojas de vinhos
Fotos Orestes de Andrade Jr.



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