A venda de vinhos, sucos de uva, espumantes e outros
produtos vitivinícolas no último trimestre de 2015 deve registrar um aumento de
até 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Para os espumantes e para o
suco de uva, especificamente, a perspectiva é de um aumento ainda maior, de
cerca de 15%. A projeção é de dirigentes do setor e está baseada nos números
registrados até setembro deste ano - crescimento de 7,2%, em geral, de 20,4%
nos espumantes e de 7,5% nos vinhos finos. Tradicionalmente, os últimos três
meses concentram os maiores volumes de venda de vinhos, sucos e, principalmente,
de espumantes, vendidos para os brindes de Natal, Réveillon e outros
eventos.
O vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, cita o momento econômico
brasileiro conturbado e afirma que a alta do dólar, isoladamente, não interfere
de forma imediata no aumento de comercialização do vinhos brasileiros. "O
que muda é que os compradores voltam a enxergar nossos vinhos como produtos
mais competitivos em relação aos importados. Porém, devemos também levar em
conta que muitos trabalham com margens elevadas e outra parcela de lojistas
ainda tem produtos em estoque e pode adiar o repasse do aumento para o consumidor",
pondera.
O diretor executivo da Associação Gaúcha de
Vinicultores (Agavi), Darci Dani, faz referência ao crescimento da venda de
vinho de mesa engarrafado como uma das novidades nos últimos anos. "É um
produto que vem conquistando o consumidor pela qualidade e pela procedência
garantida, já que é produzido e engarrafado no estado do RS e que tem valor
maior valor agregado em comparação ao vinho de mesa vendido a granel",
explica. O presidente do Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho/RS), Gilberto Pedrucci, explica que, por ser o período em que ocorre o maior volume nas vendas, o último trimestre deve ser positivo para o setor. "É muito importante esse crescimento que temos observado nos vinhos finos e nos espumantes porque nos dá fôlego para acreditar num bom final de ano", afirma. Pedrucci, que integra o Comitê de Tributação do Ibravin, avalia que há uma tendência de aumento significativo nas vendas até o final do mês de novembro em função da mudança na forma de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciado pela Receita Federal e que passará a vigorar em 1º de dezembro.
O gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini, está otimista com relação aos resultados de vendas no final de ano. O sentimento é justificado, segundo ele, devido à exposição dos produtos brasileiros na mídia nacional, à alta do dólar e à tendência de antecipação de compras pelos lojistas já verificada pelos departamentos comerciais das vinícolas. Bertolini destaca a nova etapa da novela Além do Tempo, da Rede Globo, em que os protagonistas terão forte ligação com o vinho e que se passa na atualidade, como outro ponto que deve contribuir para o aumento nas vendas. O presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS), Oscar Ló, reforça a projeção dos demais dirigentes. Segundo ele, as vendas de suco de uva tendem a superar a marca de 100 milhões de litros neste ano. Ló também cita a continuidade dos bons resultados com os espumantes e a retomada do crescimento dos vinhos tranquilos. "O mercado já está se preparando para as compras de final de ano e está bastante otimista. A maioria das nossas cooperativas associadas já vendeu mais do que em anos anteriores", comemora
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