Juarez Valduga e seu chapéu de palha
Arquivo JN
Classificando-se antes de tudo como colono e enfatizando
a necessidade de se valorizar o produtor rural, o empresário Juarez Valduga,
presidente do Grupo Famiglia Valduga, de Bento Gonçalves, encantou os cerca de
50 empresários e executivos participantes do segundo encontro empresarial,
promovido pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Sebrae
Vales do Taquari e Rio Pardo na noite de terça-feira (06.10) no salão de
eventos da entidade. Certamente, contou a história que mais gosta, a de que,
quando era jovem e estava iniciando sua vida empresarial, tinha dificuldade de
entrar em alguns lugares, principalmente bancos, por seu aspecto de colono, com
roupas simples e chapéu de palha. Era obrigado, por exemplo, a tirar o chapéu
para ter acesso aos bancos. Hoje, poderoso, com sucesso e dinheiro, anda sempre
de chapéu...
Formado inicialmente pela Casa Valduga, fundada em 1º de
maio de 1973, Casa Madeira (1992), Domno Importadora/.Nero (2014), o grupo
amplia sua diversificação com duas novas empresas criadas em 2015 – a
Leopoldina Jardim, focada na produção de cervejas artesanais finas, e a
Vinotage, produtora de cosméticos à base de uva. O grupo distribui seus
produtos para os 26 estados brasileiros e 21 países. Os vinhos e espumantes
Valduga são os produtos escolhidos para serem servidos em todas as recepções às
autoridades e grupos estrangeiros recebidos no Palácio Itamaraty, em Brasília.
O presidente explica que esta particularidade facilitou a expansão e abertura
do mercado internacional para os vinhos e espumantes da empresa, sediada na
Linha Leopoldina, no coração do Vale dos Vinhedos.
O empresário sensibilizou o público ao contar de forma
simples e bem-humorada a história de empreendedorismo da família, de intenso
trabalho ao longo de mais de 40 anos e as decisões que culminaram na
diversificação e fortalecimento do grupo. A Famiglia Valduga hoje atua com
enoturismo, cursos (degustação), culinária (restaurante Maria Valduga),
hotelaria (possui cinco pousadas), eventos (espaço para casamentos, eventos
corporativos e confraternizações) e enobutiques (delicatessen, vinoterapia,
bistrô e gelatteria). O grupo produz anualmente seis milhões de litros, sendo
52% de espumantes e 48% de vinhos.
No momento de interação com os convidados, interrogado
pelo presidente da Acil, Alex Schmitt, Valduga estimulou o Vale do Taquari a
descobrir a sua vocação e investir na busca da denominação de origem (DO),
conquistada pela região do Vale dos Vinhedos depois de mais de 20 anos de
intensa mobilização. Como exemplo, surgiram ideias de serem trabalhadas
vocações como a produção de lácteos ou de carne suína, dentro do segmento
alimentício. O empresário, que foi um dos líderes que mais atuou para a
conquista da primeira DO de uma região geográfica no Brasil, prontificou-se a
ser o “padrinho” do VT para a mobilização. Ao final, os participantes, convidados
pelo empresário, brindaram com espumantes da Casa Valduga, sendo após servido o
jantar.
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