quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Com direito à bênção

Já escrevi, aqui no Blog, sobre a oficialização da Indicação Geográfica Monte Belo, na serra gaúcha. Agora, o faço com mais detalhes, pois a entrega do registro de reconhecimento aconteceu na Igreja Matriz São Francisco de Assis, com direito à bênção.
O inusitado marcou o nascimento, na tarde de sexta-feira, dia 13 de dezembro, da Indicação Geográfica (IG) Monte Belo. A solenidade de entrega do certificado de registro da mais nova IG de vinhos finos e espumantes do país aconteceu na Igreja Matriz São Francisco de Assis, símbolo maior de Monte Belo do Sul (RS), município que detém 80% da área da Indicação (estando os outros 20% em Bento Gonçalves e em Santa Tereza). O reconhecimento foi concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), à Associação dos Vitivinicultores de Monte Belo do Sul (Aprobelo), formada por 11 vinícolas – Adega da Serra, Adega Del Monte, Armênio, Calza, Casa Angelo Fantin, Faé, Famiglia Tasca, Honório Milani, Megiolaro, Reginato e Santa Bárbara. O evento, assistido por aproximadamente cem pessoas, contou, inclusive, com bênção, ministrada pelo pároco Lóris Cortese. E, como toda celebração que se preze, seguiu com vinho e comes, no salão paroquial.
Anfitrião, o pároco Cortese abriu a solenidade, lembrando do milenar vínculo entre uva, vinho e fé, citando trechos bíblicos em que a bebida é mencionada. “E as torres desta Igreja dizem: ‘Olhem para o alto”’, afirmou, evocando a importância do templo, com suas torres de 65 metros de altura, e da religiosidade na comunidade de Monte Belo do Sul.
O presidente da Aprobelo, Antoninho Calza, destacou a expectativa de, por conta da conquista da Indicação Geográfica, Monte Belo passar de fornecedor de matéria-prima para a condição de produtor de vinhos finos e espumantes reconhecidos. “Não é admissível que uma região tão conhecida pela qualidade das uvas que produz, como das variedades Riesling e Chardonnay, não seja também pela bebida que elabora”, assinalou. Ele também ressaltou o apoio dado pela Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), para o desenvolvimento da IG, “por demanda da Associação, prontamente atendida”. Ainda, recordou, entre outros aspectos, que foi na unidade de pesquisa onde foram produzidos os primeiros vinhos-base e espumantes com marca das vinícolas associadas à Aprobelo – as quais hoje elaboram os produtos em suas próprias instalações.

O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido, observou que o desenvolvimento da Indicação foi impulsionado por um desejo coletivo – o das vinícolas da Aprobelo –, envolvendo, para sua concretização, de igual modo, uma série de instituições. Ele lembrou das diversas etapas do processo de estruturação da IG, iniciado em 2004, como a qualificação dos técnicos dos estabelecimentos da Associação, ministrada por pessoal da Embrapa

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