O belo jardim da casa José Maria da Fonseca, em Setúbal
Barricas novas com o
excelente Moscatel
A CVR da Península de Setúbal (Vinhos da Península de
Setúbal) investirá meio milhão de euros no mercado brasileiro. A entidade certificadora dos
vinhos Moscatel de Setúbal (DO) e Moscatel Roxo (DO), Palmela (DO) e Península
de Setúbal (IG) é presidida pelo Henrique Soares que tem por
objetivo aumentar em 10% as vendas para o mercado brasileiro em relação a 2013,
quando exportaram 1.253.756,3 litros para o Brasil, correspondendo
aproximadamente 3.000.000€.
De acordo com Soares o mercado brasileiro é
historicamente o mais importante para os Vinhos da Península de Setúbal. “Assim
é há pelo menos dois séculos. É, aliás, graças à frequente exportação de vinhos
para o Brasil que surge o fenômeno dos vinhos “Torna Viagem”, quando após
algumas barricas terem retornado a Setúbal se constatou a melhoria que os
vinhos tinham sofrido após terem viajado até ao Brasil e retornado a Portugal,
dai “Torna Viagem”, comenta. Vi algumas destas barricas, quando lá estive
e provei excelentes moscatéis antigos. Agora, quando fui ao Arquivo em busca de
fotos, lembrei-me que, exatamente, na visita à José Maria da Fonseca, terminou
a bateria de minha máquina fotográfica e perdi a oportunidade de fazer
interessantes fotos da vinícola, do museu, das barricas antigas e do pessoal da
casa.
Com 1.200 vitivinicultores e 120 produtores, a Península
de Setúbal produz 40 milhões de litros de vinho anualmente, de qualidade e
premiações nacionais e internacionais. O Moscatel de Setúbal 1947 da José Maria da Fonseca,
produtor mais antigo da região, por exemplo, recebeu pontuação máxima (100 pontos) do Robert Parker. Já o Moscatel de Setúbal
Reserva 2006 da Venâncio da Costa Lima teve a primeira colocação na lista do
concurso TOP 10 Muscats Du Monde. Esse sucesso é resultado dos investimentos nas uvas e vinhas, além da
modernização do processo de produção e das adegas nos últimos anos.
Entre os principais produtores regionais que marcam
presença no Brasil estão a José Maria da Fonseca, Bacalhôa Vinhos de Portugal,
Herdade da Comporta, Casa Ermelinda Freitas, Casa Agr. Assis Lobo, Adega
Cooperativa de Pegões, Soberanas, Manzwine, Casa Agr. Horácio Simões, José Mota
Capitão e António Saramago Vinhos. Afora o
Brasil, os principais mercados são Angola, Canadá e
China, além de Escandinávia, Países Baixos e Inglaterra.
A entidade promoverá diversas ações para aumentar as
vendas no Brasil, tais como a contratação de uma pesquisa de mercado para
alavancar as vendas considerado o vinho perfeito: o do Moscatel de
Setubal. Para Henrique Soares a singularidade da bebida advém do
equilíbrio perfeito entre frescura, álcool e doçura. “É um vinho exuberante que
jamais se esquece após um primeiro contato porque impressiona de tal maneira o
palato e o olfato que apetece sempre beber mais um pouco. O Moscatel de Setúbal
é um vinho muito gastronômico, ao mesmo tempo doce (“ataque de boca”) e seco
(“final de boca”). Frutado e muito aromático combina perfeitamente com a
gastronomia brasileira”. Ainda de acordo com Soares, quando servido fresco
imponência estas propriedades e torna-o ainda mais apetecível em diversos
momentos de consumo, como aperitivo, como vinho de sobremesa, com queijos, e
mesmo acompanhando toda a refeição. “Desde que bebido com parcimônia!”, brinca.
A Costa Azul, como também é conhecida a Península de
Setúbal, abrange o Distrito de Setúbal com 13
Concelhos portugueses. Muito fértil em belezas naturais, é limitada ao norte
pelo rio Tejo, ao sul e leste pelo Alentejo e a oeste pelo Oceano Atlântico.
Suas principais castas são Castelão, Moscatel
de Setúbal (casta branca), Fernão Pires (casta branca), Touriga Nacional,
Aragonez, e internacionais como Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot.
A CVRPS tem como principal missão a defesa das DO Setúbal
e Palmela e IG Península de Setúbal, bem como a aplicação da respectiva
regulamentação, o fomento e controle dos vinhos produzidos nas respectivas
áreas geográficas e a garantia da sua origem, genuinidade e qualidade.
Na Península de Setúbal
produzem-se três tipos de vinho certificado:
- Vinhos DO Palmela:
certifica vinhos: brancos, rosados e tintos, frisantes, espumantes e licorosos.
A sua delimitação geográfica engloba os concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo
e a freguesia de Nossa Senhora do Castelo, do concelho de Sesimbra. Corresponde
à mesma àrea de delimitação da DO Setúbal.
- Vinhos DO Setúbal: é
aplicável exclusivamente, para vinhos generosos, brancos (à base da casta
Moscatel de Setúbal) ou tintos (à base da casta Moscatel Roxo). A sua
delimitação geográfica engloba os concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e a
freguesia de Nossa Senhora do Castelo, do concelho de Sesimbra. Corresponde à
mesma àrea de delimitação da DO Palmela.
- Vinho Regional Península
de Setúbal: é aplicável a vinhos brancos, tintos e rosados, frisantes,
licorosos e vinho para base de espumantes. De grande dimensão geográfica,
inclui todo o distrito de Setúbal. Engloba os concelhos Alcochete, Almada,
Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Alcácer do Sal,
Grândola, Santiago do Cacém e Sines.
Outras informações estão
acessíveis pelos sites: www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt www.moscateldesetubal.pt
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