sábado, 29 de março de 2014

Spa do Vinho lança 1º condomínio vitivinícola 5 estrelas do Brasil

Adriano Miolo, enólogo, Deborach Villas-Boas Dadalat e Aldemir Dadalt, os sócios
                     Vinicola Miolo no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonaçlves
                        Fotos .Doc
  
A história de produzir o próprio vinho entrou mesmo na moda, no Rio Grande do Sul, assim como já acontece na Europa, nos Estados Unidos e em alguns países da América Latina, como Chile e Argentina. A Vinícola Miolo está propondo um sistema que prevê arecadar R$ 25 milhões em investimentos no Vale dos Vinhedos.
O primeiro condomínio vitivinícola com serviços cinco estrelas e Denominação de Origem do Brasil acaba de ser lançado no mercado. O Spa do Vinho, premiado complexo enoturístico do Vale dos Vinhedos, agora abre seus vinhedos para enófilos que desejam cultivar e produzir seu próprio vinho com a única Denominação de Origem do Brasil – a do Vale dos Vinhedos. A expansão do negócio prevê levar R$ 25 milhões em investimentos e uma nova atividade econômica ao Vale dos Vinhedos. 
Inaugurado em 2007 no coração da principal região produtora de vinhos finos do país, o Spa do Vinho ingressa em uma nova etapa – além de luxury-hotel, spa vinoterápico e centro de eventos enogastronômicos, o complexo acaba de fundar uma confraria dedicada à produção de vinhos em sistema de condomínio. “Esta ampliação do negócio específico do Spa do Vinho, de hotel para condomínio vitivinícola, já era uma meta desde quando assumimos o complexo, no entanto sabíamos que exigiria um longo período de maturação. Estamos na décima safra do nosso vinhedo, produzindo um vinho de comprovada qualidade, o hotel consolidou-se com um dos vinte melhores do país em seu segmento, o Spa Caudalie segue ganhando prêmios e temos uma bandeira internacional dentre os mais exclusivos luxury-hotels da Marriott. É o momento certo para a ampliação”, relata o sócio-diretor Aldemir Dadalt.
Agora sob o título de Spa do Vinho Hotel & Condomínio Vitivinícola, o empreendimento traz um novo modelo econômico ao Vale dos Vinhedos. Destaque no cenário turístico nacional, foi eleito “Melhor Spa do Brasil” (Prêmio Viagem & Turismo 2011/2012) e chancelado pela Marriott International como único representante do país do selo “Autograph Collection”, uma seleta rede de hotéis independentes escolhidos por sua excelência e exclusividade. Esta trajetória consistente permitiu à Harvest, sócia-operadora do Spa do Vinho, evoluir para um conceito ainda mais completo de enoturismo, no qual o enófilo não apenas visita o terroir, mas tem oportunidade de nele cultivar e produzir seu próprio vinho. 
O projeto foi desenvolvido pela sócia-diretora Deborah Villas-Bôas Dadalt a partir de condomínios vitivinícolas de sucesso em tradicionais regiões vinícolas como Napa Valley e Mendonza. “Podemos dizer que esta será a ultimate experience para os amantes do vinho, uma oportunidade real de acompanhar o cultivo, colher, vinificar, rotular e levar para casa seu próprio vinho premium, com denominação de origem”, explica Deborah. Uma reunião de investidores, realizada esta semana no próprio hotel (fotos anexas), instituiu oficialmente o condomínio. 
As principais diretrizes desta nova etapa do empreendimento são claras – a experiência de produzir o vinho pode ser tão elegante e prazerosa quanto a de degustá-lo. Assim, quem se torna membro desta exclusiva confraria adquire não apenas um lote de vinhedo, mas também um apartamento ou suíte no hotel, com direito a toda mordomia de um cinco estrelas world class, como a prestigiada revista americana Wine Enthusiast classificou o Spa do Vinho no ano passado.
Cada cota do Lote 41 custa R$ 350 mil por ano. Vinte já foram adquiridas, especialmente por empresários da região Sudeste do país. A expectativa é incorporar outros 40 confrades até o final do ano, finalizando a capacidade para os atuais 1,5 hectare de vinhedo da variedade Merlot, com 10 anos de cultivo. Nos próximos cinco anos, a ideia é chegar a 13 hectares, permitindo a entrada de novos sócios – limitados a 120 no total – e incluindo todas as uvas autorizadas pela D.O. Vale dos Vinhedos (Chadonnay, Pinot Noir e Cabernet Franc, além da Merlot). Nesta etapa, os sócios também poderão elaborar vinhos brancos e espumantes também. Hoje, só é possível vinho tinto.
Café da manhã à francesa, centro de eventos de última geração, galeria de arte, spa francês de vinoterapia, dois restaurantes gourmet e uma esplendorosa adega – a maior dentro de um hotel no país, com capacidade para 40 mil garrafas e acervo de mais de 600 rótulos – são alguns dos diferenciais que os novos vitivinicultores terão à sua disposição enquanto cuidam de seus vinhedos certificados. Cada proprietário tem pelo menos quatro semanas de cortesia no hotel para garantir sua presença em cada uma das etapas da vitivinicultura, nas diferentes estações do ano. Mas este período pode ser ampliado sempre que desejar, pois todas as áreas do complexo oferecem tarifas diferenciadas para os membros da Confraria Spa do Vinho, além de uma programação mensal de degustações, palestras técnicas e visitas à vinícolas.
Sócia fundadora do Spa do Vinho, a Vinícola Miolo será a principal parceira do empreendimento para o processo de cultivo e vinificação. Esta cooperação já é histórica, pois os enólogos Adriano Miolo e Michel Roland – consultor da vinícola durante anos – criaram com Aldemir Dadalt o VE, o tinto 100% Merlot premiado como um dos melhores do Vale dos Vinhedos e vendido unicamente no hotel.
Através do condomínio, os proprietários podem vinificar seu lote do parreiral em parceria com a vinícola de sua opção pessoal, recebendo anualmente a quantidade correspondente à fração ideal de sua unidade –com mínimo de 10 caixas (60 garrafas) por safra vinificada – e podendo escolher o estilo do vinho e fazer uma rotulagem própria. Os membros da Confraria Spa do Vinho também podem comercializar seus vinhos, o que é interessante para aqueles que possuem diversas unidades e consequentemente produzirão centenas de garrafas ao final de cada safra. O Merlot VE 2005, por exemplo, é comercializado a R$ 400,00 a garrafa. 
Além do valor do apartamento, o único gasto dos novos vitivinicultores é a taxa mensal de condomínio (no valor de R$ 4 mil) destinada à conservação e manutenção da unidade e do vinhedo (incluindo toda a vinificação, barricas de carvalho francês, garrafas, rolhas e trabalhos da vinícola parceira), que inclusive pode não ser cobrada. Isto porque durante as semanas em que o proprietário não o utiliza, o apartamento permanece à disposição do pool do hotel, destinado a hóspedes e participantes de eventos. Diferenças entre o resultado positivo e a taxa de condomínio são rateadas e distribuídas mensalmente em forma de rendimentos para os proprietários. “Cultivar um magnífico terroir, produzir um vinho de excelência e ainda ter a possibilidade de receber rendimentos mensais é uma equação atraente até para quem não é um enófilo inveterado”, comenta o CEO Adriano Miolo. Ele sabe muito bem do que fala, pois há anos coordena um projeto pioneiro da Miolo para vitivinicultores iniciantes chamado “Winemakers”, reunindo enófilos de vários estados brasileiros.
 Às vésperas da Copa 2014, o Spa do Vinho renovou-se completamente para honrar o contrato firmado com A FIFA, através da Match, para abrigar delegações e turistas estrangeiros. Com 12.500 m2 de área construída, no alto da colina do Lote 41 da Linha Leopoldina, seus vinhedos já têm capacidade para produzir mais de 10 mil garrafas de Merlot D.O. a cada safra.
A partir deste mês, com a ampliação de suas atividades, o Spa do Vinho torna-se pioneiro em oferecer ao mercado nacional um condomínio vitivinícola com serviços de luxo e produção rateada de vinho com denominação de origem. Com o novo modelo de negócio, o perfil enoturístico de sucesso – que alia marca valiosa, serviços de luxo e bandeira internacional – se mantém e ainda ganha valorização patrimonial, dada a alta demanda do mercado para a as propriedades em condomínios vitivinícolas. “Hoje contamos com duas dezenas de proprietários fundadores, que investiram no empreendimento desde 2007. Para tornar-se um novo confrade é preciso contar com a anuência do conselho, pois buscamos garantir a unidade de interesses e a longevidade do grupo”, informa Dadalt, que já tem em mãos uma lista de espera para a reservas das novas unidades. “Como o preço é convidativo, acredito que possamos rapidamente dobrar o número de vitivinicultores do Vale dos Vinhedos”. 

Esta é, aliás, a boa notícia capaz de dar um impulso extra ao desenvolvimento da principal região vinícola do país – ao invés de loteamentos residenciais ou fábricas, agora poderá ser mais lucrativo transformar as belas colinas do vale no paraíso de diversos pequenos vitivinicultores apaixonados pelo bom vinho brasileiro.

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