Ruy Gessinger,
ex-magistrado, é um apaixonado pelo campo. De sua fazenda, em Unistalda,
dispara mensagens que estão sempre enaltecendo as virtudes do campo e das
atividades campeiras. É criador de bovinos e de ovinos, gado Angus e ovelhas
Ile de France. Também aderiu ao cavalo crioulo. Tem uma neta da lendária La
Invernada Hornero.
Eis uma de suas mensagens, enviada dia 24 de
março:
“Se você é urbano, deixa eu explicar que, no
que tange a ovinos, quando um nasce chama-se cordeiro ou cordeira; mais tarde,
borrego ou borrega e na fase adulta os machos castrados são capões e as fêmeas,
ovelhas.
Isso no chamado " rebanho geral".
Para a Cabanha (nem todos os criadores de ovinos as tem) apenas vão os animais ditos puros. Esses têm cuidados especiais, com acompanhamento especializado, sendo que os machos ficam inteiros e, na fase adulta, chamam-se de carneiros.
Poucos machos, portanto, estão aptos à reprodução.
Aqui na estância nós passamos uma oleosidade com tinta vermelha ou preta no peito dos reprodutores. Recolhemos todas as fêmeas para a mangueira ao anoitecer e as deixamos com os carneiros. Quando ocorre a cópula a ovelha fica com seu lombo marcado pela tinta. Sinal que foi coberta e pode ser solta para o campo.
Ao amanhecer os machos voltam para seu merecido spa na cabanha e as fêmeas retornam para a pastagem ao ar livre.
Não é todo o peão que gosta de lidar com ovinos. Dá muito trabalho, é um animal sensível, abicha fácil e é " morredor" uma barbaridade.”
Isso no chamado " rebanho geral".
Para a Cabanha (nem todos os criadores de ovinos as tem) apenas vão os animais ditos puros. Esses têm cuidados especiais, com acompanhamento especializado, sendo que os machos ficam inteiros e, na fase adulta, chamam-se de carneiros.
Poucos machos, portanto, estão aptos à reprodução.
Aqui na estância nós passamos uma oleosidade com tinta vermelha ou preta no peito dos reprodutores. Recolhemos todas as fêmeas para a mangueira ao anoitecer e as deixamos com os carneiros. Quando ocorre a cópula a ovelha fica com seu lombo marcado pela tinta. Sinal que foi coberta e pode ser solta para o campo.
Ao amanhecer os machos voltam para seu merecido spa na cabanha e as fêmeas retornam para a pastagem ao ar livre.
Não é todo o peão que gosta de lidar com ovinos. Dá muito trabalho, é um animal sensível, abicha fácil e é " morredor" uma barbaridade.”
Como velho
ovelheiro dos campos de São Diogo, onde passei parte de minha infância e
juventude, nos tempos em que se levantava ovelha nos braços para jogar dentro
do banho contra sarna, concordo totalmente com o dr. Ruy. Apenas acho que ele
terminou seu texto meio pessimista. Ele tem razão quando escreve: “Dá muito
trabalho, é um animal sensível, abicha fácil e é " morredor" uma
barbaridade.” A “ovelha morre de susto”, como diziam os antigos, mas, hoje em
dia, quando a ovelha passou a valer bom dinheiro, os cuidados são maiores e já
não morre tanto à toa, quanto antigamente. Lá nos campos do Sarandi, gente da
família, cuida de 3.800 ovelhas e a mortandade não é tão grande, a não ser no
inverno, quando os cordeirinhos sofrem com a geada. Para isso também há
solução, mas o pessoal não quer saber de recolher os animais para locais mais
abrigados durante a noite. Dá trabalho! Talvez se a ovelha dobrar de preço
novamente (já mais do que dobrou), eles começarão a sentir que cada cordeiro
morto pelo frio ou pelo abandono da mãe é mais do que a tristeza de ver os
campos branqueando de animaizinhos enregelados...
A Pecuária
Gessinger acaba de ser filiada à Associação Brasileira de Brangus, gado
resultante do cruzamento entre Angus e Zebu. É o antigo gado Ibagé, que levou
este nome, inicialmente, porque desenvolvido pela Embrapa, em Bagé.
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