Carlos Raymundo Paviani, diretor do Ibravin
Arquivo JN
Na entrevista coletiva de quinta-feira, dia 21, que
contou com a presença do secretário da Agricultura, Luiz Mainardi, o Ibravin
garantiu que houve aumento da participação dos vinhos brasileiros no mercado
interno. Favorecido por fatores como a aproximação com varejistas e
distribuidores, ações de promoção, reconhecimento do consumidor e câmbio, o
setor registra crescimento de 10,7%, com destaque para os rótulos finos, que
tiveram crescimento de 6,9%.
Apresentando crescimento de 10,7%, o setor vitivinícola
comemora o desempenho de vendas acumulado no período de janeiro a outubro,
frente ao mesmo período do ano passado. Entre os destaques, o vinho fino
registou alta de 7,08%, com a comercialização de 16,8 milhões de litros. Os
espumantes, por sua vez, ampliaram em 6,65%, com 10,3 milhões de litros, e os
vinhos de mesa, 3,55%, com 187,7 milhões de litros.
Os dados foram apresentadosna manhã de quinta-feira.
Estavam presentes o titular da pasta, Luiz Fernando Mainardi, o secretario
adjunto Claudio Fioreze, o coordenador das Câmaras Setoriais da Agricultura do Estado,
Milton Bernardes, e o diretor executivo do Ibravin, Carlos R. Paviani. O presidente Alceu Dalle Molle não apareceu. Enquanto
que, em outubro de 2012, a participação no mercado interno dos vinhos finos
brasileiros era de 20,85%, no mesmo mês deste ano ela ficou em 23,33%. Esta
pequena elevação no índice representa 1,5 milhão a mais de garrafas de vinhos
finos produzidos no Rio Grande Sul sendo comercializadas. Os espumantes
brasileiros também reforçaram a preferência de consumo, ampliando a
participação de 69,8% para 76,7%. Agregando os dados de vinhos finos, de mesa e
espumantes, os rótulos nacionais totalizam 77% do mercado.
Os sucos de uva 100% naturais mantêm o ritmo forte de
expansão registrado nos últimos anos. Nos primeiros dez meses de 2013, a
categoria pronta para beber inflou as vendas em 44,8%, com a colocação de 63,3
milhões de litros no mercado interno. Já os concentrados, cresceram 9%, com
28,4 milhões de quilos comercializados.
Na avaliação do diretor executivo do Ibravin, Carlos R.
Paviani, os bons resultados se devem a um conjunto de fatores, a se destacar a
aproximação gerada entre o setor vitivinícola e os varejistas e importadores,
fruto do acordo de cooperação para promoção do vinho brasileiro no mercado
interno, as mudanças no câmbio que tornaram os produtos nacionais mais
competitivo, e também o reconhecimento do consumidor a respeito da qualidade
dos rótulos brasileiros. Neste último caso, esse resultado é fruto do
amadurecimento das estratégias de atuação comercial de um conjunto de empresas,
e também às ações promocionais feitas pela entidade ao longo do ano. Em
comparação com o ano passado, foram duplicadas as ações e atividades realizadas
junto ao trade, formadores de opinião e consumidor final. “A campanha de final
de ano vem reforçar esta estratégia junto ao mercado, potencializando os
resultados a favor do vinho brasileiro em um momento de alta no consumo”,
complementa Paviani.
Mainardi complementou a avaliação, informando que nos
últimos dois anos foi ampliado o repasse de recursos por meio do Fundo de
Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado (Fundovitis), passando de 25% para
50%. A injeção financeira também contribui para o aprimoramento estrutural da
cadeia produtiva. “Na prática, o estamos aplicando quase 100%, pois a outra
metade que não é gerida pelo Ibravin, nós aplicamos em projetos e ações
voltadas para o desenvolvimento do setor”, observou.
O desempenho positivo observado nos produtos nacionais
não se repetiram nos importados, que registraram recuo de 9,14%. A maior
retração é verificada nos espumantes com 25,10%, enquanto que os vinhos finos
tiveram queda de 8,06%. As duas categorias contabilizaram a venda de 59,3
milhões de litros até outubro. O desempenho negativo significou que, em relação
ao ano passado, 7,9 milhões de garrafas deixaram de ingressar no mercado
brasileiro.
Outro segmento que apresentou bons resultados, foi o de
vinagres. A retirada do mercado do agrin (produto fermentado acético de álcool
com 10% de vinagre de vinho em sua composição, com baixo valor agregado) e a
proibição de uso de corantes em vinagres de álcool repercutiu positivamente nas
diferentes categorias do produto elaboradas a partir do vinho. A venda de
vinagres registrou alta de 13,93%, somando 11,9 milhões de litros. Os melhores
desempenhos foram observados no vinagre duplo e no simples com alta de 269% e
111%, respectivamente. “Os próprios produtores se viram beneficiados com a
mudança na legislação que retirou o agrin de circulação. As vendas vinagres com
valor agregado maior cresceu significativamente”, observa o diretor técnico do
Ibravin, Leocir Bottega.
Perspectivas para as vendas de final de ano
No setor vitivinícola, o último trimestre concentra um
terço das vendas anuais do setor. Em função das comemorações de Natal e
Reveillon, em alguns segmentos, como o de espumantes, este percentual é ainda
mais significativo, chegando a 54%. Apesar da sazonalidade das vendas, os
produtores observam a criação de novos momentos de consumo deste produto,
contribuindo para a elevação das vendas também nos demais períodos do ano.
Favorecidos pelas ações de aproximação com o trade e
diretamente com o consumidor realizadas ao longo de 2013, e também pelo câmbio
desfavorável aos importados, o setor deve manter os índices de crescimento
verificados até outubro. Nos espumantes, caso seja repetido o desempenho
comercial do ano passado, que registrou incremento de 12%, serão
comercializadas 8,99 milhões de litros da bebida no acumulado dos últimos três
meses. De acordo com projeções feitas pelo setor supermercadista, o segmento de
vinhos deve registrar alta de 8%, representando, em volumes, 72 milhões de
litros entre rótulos finos e de mesa somados.
Contrariando o que dizem os pequenos produtores, o
secretário Mainardi, que se diz defensor deles, afirmou que “o trabalho
realizado pelo Ibravin é motivo e orgulho para o estado, pois além de atuar
através de uma forte articulação com o setor, agora está também estreitando
relações com o varejo”.
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