A família Carrau, embora oriunda da Cataluña, na Espanha, com forte presença no Uruguai, teve uma contribuição importante para a inovação e consolidação da moderna vitivinicultura gaúcha. Juan Carrau, construtor do Chateau Lacave, em Caxias do Sul, foi pioneiro na importação de clones sem vírus que possibilitaram o surgimento dos vinhedos certificados e com todas as plantas geneticamente iguais, o que aumenta a produção e a qualidade das uvas e dos vinhos. Também foi um dos precursores dos vinhos finos no estado. Seu filho, Javier Carrau, acompanhou os norte-americanos da Universidade de Davis, da Califórnia, que, em 1963, desbravaram terras em Bagé e Livramento para criar uma nova província vinícola, hoje pujante com a Almadén e outras empresas, inclusive a própria Carrau, que instalou vinhedos e cantina em Rivera, no lado uruguaio.
Javier Carrau esteve em Porto Alegre, dia 29 de agosto, para apresentar seus melhores vinhos uruguaios – Ysern, cabernet e tannat, e sauvignon blanc, e Vilasar, nebbiolo -, que passaram a ser representados no Brasil pela Vinhos do Mundo. Embora o Brasil seja um dos menores importadores de vinhos uruguaios, Carrau acredita que o mercado vai crescer, principalmente para estes cortes de tannat, com taninos menos acentuados que o tannat tradicional.
O almoço de apresentação dos vinhos, no Espaço Gourmet da Vinhos do Mundo, na avenida Carlos Barbosa, 425, contou com um cardápio montado e preparado pelo chef Álvaro Ravera, do Uruguai, formado pela Escola de Gastronomia de Montevidéu. Ele iniciou com bruschettas acompanhadas por vinho Ysern Roble Sauvignon Blanc 2008; depois, apresentou uma salada de endívias, figos e palmito, harmonizada com o mesmo vinho branco. O prato principal foi picanha ao tannat, com carne macia e bem temperada, sem que o vinho sobressaísse muito, acompanhada por Ysenr Tannat-Tannat Tardición 1752, safra 2005, um vinho com muita e taninos redondos, bem mais suaves que os dos tannats convencionais, e a sobremesa foi torta “chajá”, harmnizada com Espumante Moscatel Amadeu. O Tannat-Tannat, que é um blend de dois vinhos tannat colhidos em regiões diferentes – Cerro Chapéu e Lãs Violetas - é um vinho diferente, que se destaca pelo potencial de duas regiões com solo e clima distintos.
Mas, o que mais me chamou a atenção foi o Tannat Arerunguá, um sofisticado vinho de guarda, produzido em terras que pertenceram ao general José Artigas, o fundador do Uruguai. É um vinho de taninos firmes, mas não agressivos, forte e complexo. É ideal para acompanhar um churrasco de cordeiro e queijos.
Foi um belo almoço com Javier Carrau proporcionado por Leocir Vanazzi, diretor da Vinhos do Mundo, que passou a distribuir os vinhos Carrau no Brasil.
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Um comentário:
Vale notar que a Vinhos do Mundo é distribuidora dos vinhos Ysern e Arerunguá, e não dos vinhos Juan Carrau.
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