No segundo dia da Expovinis, que aconteceu entre 28 e 30 de abril, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, o Chardonnay 2005, da jovem vinícola gaúcha Cordilheira de Sant'Ana foi premiado como o melhor chardonnay da feira. O pequeno stand da vinícola ficou muito concorrido por todo o evento e por muitos enófilos que quiseram conhecer este vinho que bateu vários exemplares importados, vinhos em geral mais valorizados pelos próprios brasileiros, e por isso o gosto da vitória foi tão importante para Rosana Wagner, proprietária da Vinícola. Foi, também, importante para mim, pois a vinícola é lá da minha terra, Sant´Ana do Livramento, ao pé do Cerro Palomas, terra onde nasceu o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva.
Quem conta é a jornalista Denise Cavalcante: sem conseguir conter sua alegria a enóloga Rosana, junto com seu marido o também enólogo Gladistão Omizzolo, declarou ao receber o troféu: “Nos sentimos muito orgulhos e satisfeitos com o prêmio. Para nós, ele significa o reconhecimento por todo um trabalho realizado e demonstra que as nossas escolhas foram acertadas, principalmente no que diz respeito a escolha do terroir para a implantação do nosso vinhedo, bem como da filosofia de trabalho, que é a de privilegiar sempre a qualidade, procurando a excelência na elaboração de todos os nossos vinhos. Apesar de sermos muito jovens no mercado, já conseguimos atingir vários dos nossos objetivos. Conseguimos demonstrar que o Brasil tem todas as condições para produzir ótimos vinhos e temos certeza de esta no caminho certo. Construímos com segurança os alicerces do nosso negócio, estabelecendo claramente nossos objetivos e não nos desviando quando surgem as dificuldades, que tem sido inúmeras", assinala Rosana.
"O amor e a paixão pelo trabalho na enologia é o combustível que nos move. Sabemos também que este prêmio aumenta ainda mais nossa responsabilidade”, comentou Rosana emocionada.
Já provei este Chardonnay, com a Rosana e o Gladistão, saboreando um belo churrasco de cordeiro, em coampanhia do Claudino Loro, na própria vinícola, em Palomas. O projeto da montagem dessa vinícola é o resultado maduro da experiência de dois profissionais que somam 60 anos de enologia. Apenas com o amplo conhecimento das regiões vinícolas no Brasil é que poderiam ousar a se aventurar essa arriscada empreitada de criar uma vinícola do zero. Seus primeiros vinhos foram ao mercado em final de 2005 e logo agradaram críticos e consumidores.
O trabalho no vinhedo começou em 1999 e seus proprietários tiveram a paciência de esperar 6 anos para lançarem os seus primeiros vinhos, de uma produção muito limitada. Todas as fases de produção, desde a produção das uvas até o seu engarrafamento acontecem dentro da propriedade sob os atentos olhos de seus proprietários que exercem com prazer a liberdade de decidir o momento exato para colher as uvas e engarrafar o vinho.
A Cordilheira de Sant’Ana privilegia a qualidade em detrimento da quantidade com uma
produtividade muito baixa por hectare. As uvas são colhidas somente quando alcançam o máximo do seu potencial. A região escolhida para o empreendimento foi Palomas, na chamada Campanha Gaúcha, no sudoeste do Rio Grande do Sul, a 31º de latitude sul. A escolha desse terroir é fruto do conhecimento adquirido através de muita pesquisa e da experiência dos enólogos na região, principalmente na Almaden, onde ambos trabalharam.
Os vinhos se revelam estruturados e potentes, aromáticos, com excelente acidez, taninos equilibrados e boa graduação alcoólica natural. Os vinhos passam por maturação em carvalho ou inox, dependendo da casta.
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