Gastronomia, música, dança são algumas das atrações
oferecidas pela Quinta do Olivardo, na região de São Roque, em São Paulo. Já se passaram
cinco séculos desde que os primeiros portugueses aportaram no Brasil, tempo
suficiente para construir laços que vão além da consanguinidade. Entre os
principais legados da união desses dois povos está a gastronomia e a cultura,
segmentos que são impossíveis de serem desvinculados.
Em São Roque, interior de São Paulo, a Quinta do Olivardo
tem realizado um trabalho de preservação das tradições portuguesas,
especialmente da região da Ilha da Madeira. O restaurante promove eventos
tradicionais, como a festa de São Martinho e a pisa da uva no lagar. Também
oferece bebidas de qualidade servidas no clima tradicional, como o desenterro
do ‘vinho dos mortos’. Para fechar o ciclo, a casa resgata receitas seculares,
como a espetada madeirense, truta à transmontana, sopa de pedras e pastel de
natas - produzidos e assados na frente do cliente -, entre outras delícias que
fazem da gastronomia lusitana uma das sete maravilhas do mundo.
A Quinta do Olivardo também promove periodicamente
apresentações artísticas com a participação de diversos intérpretes da música
portuguesa, como o fado. Já as principais festas lusitanas são
comemoradas com a participação do grupo ‘Folclore Etnografia Região Autônoma da
Madeira’, vinculado à Casa da Madeira, lembrando um espetáculo mambembe, com
personagens caracterizados com roupas típicas e interagindo com o público
durante números musicais e recreativos. A cenografia traz objetos de época,
como a renda e o odre, um antigo recipiente feito de pele de animal –
geralmente de cabras - que serviam para o transporte de vinhos.
Vinho dos Mortos
A truta à transmontana, acompanhada do ‘vinho dos mortos’, é
um dos pratos mais representativos da história de Portugal é servido sempre no
jantar do terceiro sábado de cada mês, na Quinta do Olivardo. A história que
originou este prato é fascinante. Durante a invasão das tropas francesas às
regiões de Trás dos Montes e Beira Alta, em Portugal, em plena Guerra Peninsular
(1807), os lusitanos tiveram seus bens e alimentos saqueados pelos soldados. A
truta, único alimento abundante na região, passou a ser um dos pratos
principais da comunidade e eram preparadas de diversas formas, principalmente
recheadas. Quando os invasores viam os peixes costurados, acreditavam que eles
estariam envenenados e não comiam.
Já a tradição do ‘vinho dos mortos’ foi uma medida adotada
pelos portugueses para preservar a bebida dos constantes saques franceses.
Enterravam as garrafas no meio da pastagem, das plantações de uvas e debaixo
das adegas. O que os portugueses não imaginavam é que esse armazenamento
inusitado deu novas características ao vinho envelhecido, atraindo mais
apreciadores.
Reconhecimento
Recentemente o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do
Estado de São Paulo reconheceu o trabalho desenvolvido pelo empresário Olivardo
Saqui em prol da cultura portuguesa. Para o fundador da Quinta do Olivardo, a
homenagem recebida demonstra a importância da divulgação da cultura desses dois
povos. “As relações seculares entre Brasil e Portugal se sobrepõem ao simples
caráter de amizade e respeito, comumente atribuído à história em comum de dois
países. Considero de total importância o fato de o país ter sido colonizado
pelos portugueses, que deixaram como seu principal legado o idioma e as
tradições que são mantidas vivas até hoje”, frisa.
A Adega e Restaurante Quinta do Olivardo está localizada no
km 4 da Estrada do Vinho, em São Roque (SP), com acesso pelo km 58,5 da Rodovia
Raposo Tavares (SP-270). As reservas de mesas têm validade até as 13h e podem
ser feitas pelos telefones: (11) 4711-1100 e 4711-1923. Informações adicionais,
fotos e vídeos estão disponíveis no site www.quintadoolivardo.com.br.
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