domingo, 22 de dezembro de 2013

2013 – um ano de sucesso para Guatambu Estância do Vinho



Valter José Pötter e três filhas: Isadora, Mariana e Gabriela nos vinhedos

Isadora Pötter recebendo prêmios da Estância Guatambu

Gabriela Pötter, a responsável pelo projeto
Fotos Arquivo JN

Além de diversos prêmios, o ano foi marcado pela inauguração da vinícola enoturística. A Guatambu Estância do Vinho iniciou 2013 com sua maior colheita de uva, reunindo mais de 100 toneladas da fruta, entre tintas e brancas de oito variedades víniferas, o dobro do que o ano anterior, devido ao fato deste ano estarem entrando em produção 11 ha a mais de vinhedos.
Em março, o espumante Poesia do Pampa Brut foi avaliado em primeiro lugar na categoria Brut Charmat no Ranking Vinho SIM de Espumantes Nacionais 2012-2013, promovido pelo site Vinho Sim. De um total de 28 amostras de 17 vinícolas da região Sul, o espumante recebeu pontuação final 17,25 de um máximo de 20. Foi o único, entre brancos e rosés, a receber nota acima dos 16 pontos. O concurso contou com nove jurados especialistas na área, através de degustação às cegas.
Em junho, a Guatambu inaugurou sua sede enoturística, focada no turismo rural. O evento, para imprensa, autoridades e convidados, contou com a presença do ator Thiago Lacerda, que participou dos lançamentos de dois novos rótulos: o espumante Rosé Brut e o vinho Rastros do Pampa Tannat.
O espaço conta com sala de degustação, auditório, salão de eventos para 200 pessoas com parrilla e loja, além da área de produção. A estrutura total é de 3.000 m², sendo o prédio feito em dois níveis, empregando a técnica da gravidade na produção de vinhos, considerada a melhor para produção de vinhos finos de qualidade. É no espaço subterrâneo que são elaborados todos os rótulos da vinícola, visando preservar sua qualidade com maior controle de temperatura.
A loja estilo “boutique” funciona em horário comercial e oferece, além dos vinhos e espumantes produzidos pela Guatambu, produtos produzidos na região da Campanha. As visitas guiadas e degustações acontecem através de agendamento. 
As obras para construção do prédio da vinícola iniciaram em fevereiro de 2011, com projeto assinado por Celestino Rossi.  A área turística apresenta referências das estâncias da região do pampa, com decoração rústica, parrilla e móveis feitos com madeira rústicas de antigas cercas e instalações dos campos da família, com decoração assinada pelas arquitetas Deise Pires e Renata Lazzaretti. O salão Rastros do Pampa permite contato visual constante com a natureza local e foi pensado para eventos que reúnem originalidade, requinte e aconchego a uma ocasião.
O tour oferecido apresenta todas as seções de elaboração dos vinhos, desde a produção das uvas, recebimento e desengace das frutas, apresentação da área de controle de qualidade (laboratório), visita às caves e ao engarrafamento. “Se o visitante tiver mais tempo, poderá fazer cavalgada nos vinhedos e conhecer mais sobre a criação de ovinos e bovinos da Estância”, revela Gabriela Pötter.
Em julho, a vinícola recebeu medalhas de ouro e prata no 10º Concurso Mundial de Bruxelas Brasil, com os vinhos Rastros do Pampa Tannat e Cabernet Sauvignon 2012. O evento é chancelado pelo Councours Mondial Bruxelles, considerado a maior premiação da categoria no mundo, chamado de “Copa do Mundo” da degustação de vinhos, julgados por especialistas de diversos países.
Em agosto, a Guatambu participou dos eventos que marcaram o lançamento do filme “O Tempo e o Vento”, de Jayme Monjardim, integrando a carta de bebidas dos coquetéis de lançamento na Expointer, no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Bagé, reforçando a parceria com a produção do longa metragem, que ofereceu os espumantes da  vinícola na Missa Campal que abriu as gravações, em março de 2012.
Em setembro, dois vinhos da Guatambu foram classificados entre os 30% mais representativos da safra 2013 na Avaliação Nacional dos Vinhos, realizada em Bento Gonçalves. Considerada o Oscar da vitivinicultura brasileira, a avaliação selecionou o vinho Tannat Rastros do Pampa e o base espumante Chardonnay.
A amostra de base espumante da Guatambu foi a única da região da Campanha classificada entre os 30% superiores da safra. Conforme a enóloga Gabriela Hermann Pötter, este vinho foi elaborado para mais tarde ser lançado como espumantes Guatambu Nature e Guatambu Extra Brut, produtos de alta gama da vinícola. 
Em outubro, os rótulos da vinícola começaram a ser comercializados pelas 12 adegas de vinhos de alta gama do grupo Angeloni, nas cidades de Criciúma, Florianópolis, Balneário Camboriú, Blumenau, Curitiba, Joinville e Maringá. A rede de supermercados é reconhecida como a maior de Santa Catarina, a terceira da Região Sul e a nona do país. Contando com 27 lojas, a empresa foi eleita dez vezes como “Supermercado do Ano” pela Associação Catarinense de Supermercados, e figura entre as 500 maiores empresas brasileiras, conforme ranking elaborado anualmente pela Revista Exame.  
No final do mês, a Guatambu recebeu o Prêmio Vencedores do Agronegócio – edição 2013, promovido pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul – FEDERASUL. O case Vinícola Enoturística Guatambu Estância do Vinho foi o vencedor na Categoria Produção Agropecuária.

Foram selecionadas pela Comissão Julgadora iniciativas inovadoras de reconhecido mérito pelo trabalho, pela excelência, resultados, modelo de gestão e qualidade, envolvendo os negócios do complexo da produção rural, do Agrovarejo, Agroindústria e Agroserviços. A Guatambu conquistou o prêmio por ter diversificado a matriz produtiva com a inauguração da vinícola enoturística, agregando vinho, turismo e
 gastronomia nas tradicionais atividades já existentes na propriedade, de agricultura e pecuária.
Após a inauguração da vinícola, o faturamento aumentou em 120% em relação ao mesmo período de 2012. Mensalmente, a vinícola tem recebido em média 750 pessoas, totalizando 3.000 visitantes em quatro meses de funcionamento. 
Perspectivas para 2014
Para o próximo ano, a Guatambu projeta aumentar a produção em 50%, passando de 100 para 150 toneladas de uva processadas, e o faturamento seguir em curva ascendente. Serão lançados em 2013 novos rótulos, como vinho Luar do Pampa Chardonnay 2013, e o vinho da Estância Branco 2013, um corte das uvas Gewürtraminer, Chardonnay e Sauvignon Blanc, engarrafado com moderna tampa rosca, “screw cap”. 
Além disso, na próxima safra, o investidor francês Gaspar Desurmont fechou parceria com a empresa e irá elaborar um vinho na vinícola com uvas da Campanha Gaúcha, para exportar para a França. O projeto se chama “Vinhetica”.
Origem
A origem do empreendimento vitivinícola foi há dez anos, quando foram implantados os primeiros vinhedos, visando diversificar as atividades da Estância Guatambu, do médico veterinário Valter José Pötter. Na época, sua filha Gabriela, formada em Agronomia, motivou a família a fazer um projeto piloto com uvas Cabernet Sauvignon e Chardonnay para aproveitar o excelente clima da região da Campanha (com verões mais secos, com alta insolação, topografia levemente ondulada, inverno adequado para dormência da videira e alta amplitude térmica), extremamente favorável à atividade. Estas características favorecem a produção de uvas com maturação fenólica, taninos maduros, complexidade aromática e gosto aveludado. Com o apoio dos pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho, foi elaborado o primeiro vinho Cabernet Sauvignon da Guatambu em escala industrial em 2008, chamado Rastros do Pampa. A estreia no mercado foi um sucesso de comercialização e arrebatou prêmios internacionais, fato que impulsionou os proprietários a investirem solidamente no ramo. 
Produção atual
Atualmente são 22 hectares de área plantada, com uma produção de 100 mil garrafas por ano, e previsão de aumento para 180 mil unidades a partir de 2014. Os vinhedos estão localizados na latitude 30º58’ sul – a mesma de países como Argentina, Chile, África do Sul e Austrália, referências na produção de vinhos. A vinícola investiu na produção das uvas Cabernet
Sauvignon, Tannat, Tempranillo, Merlot, Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Gewürztraminer. A produção de vinhos é assinada pela Eng. Agrônoma e enóloga Gabriela Hermann Pötter, juntamente com os enólogos uruguaios Alejandro Cardozo e Javier Gonzalez Michelena. “Nossos vinhos e espumantes são elegantes, frutados e macios”, comenta Gabriela.
Produção sustentável
Até 2014, toda a energia utilizada para funcionamento da vinícola será fornecida pela propriedade, através de uma estação de coleta de energia solar. “Como a região é extremamente favorecida de sol, resolvermos investir na captação desta energia”, conta Pötter.  A fase 1 do projeto já está em funcionamento, com 18 painéis de sistema fotovoltaico, fornecendo 7% da energia necessária para a vinícola. A fase 2 contará com 300 painéis solares, que serão instalados ao lado da vinícola. Este projeto está em fase de importação dos equipamentos. Quando terminado, o projeto constituirá a primeira usina solar da região da Campanha e a única em vinícola no Brasil.
Além de economia de energia elétrica, o sistema registra a economia na emissão de CO2 e devolverá à rede de energia a produção sobressalente que não for utilizada.  “Nosso consumo no pico é de 20 mil quilowatts por mês. Com a instalação do sistema fotovoltaico, vamos garantir uma economia financeira e de energia”, conta. Foram investidos R$ 680 mil para a implementação do projeto. “Nossa trajetória empresarial sempre foi norteada pela inovação e sustentabilidade econômica, social e ambiental dos empreendimentos. No caso da vinícola não poderia ser diferente”, afirma.
A sustentabilidade também é encontrada no fornecimento de água do local. Reservatórios foram construídos para captar água da chuva, que é utilizada para PPCI e irrigação dos jardins. Outra parte segue para estação de tratamento, construída dentro dos padrões da Organização Mundial da Saúde, produzindo 500 litros de água potável por hora, que é utilizada para no complexo industrial e enoturístico.
Outro destaque é o jardim nativo formado com plantas oriundas do pampa gaúcho, implementado pela equipe da Face Nativa, coordenados pelo gestor ambiental Eduardo Fernández Iglesias e pelo biólogo Fernando Capsi Pires. “Este é o primeiro empreendimento no Brasil que possui um jardim de plantas nativas do pampa gaúcho”, revela Eduardo. O projeto contou com mais de 25 espécies de plantas da região, sendo o primeiro jardim concebido naturalmente no Rio Grande do Sul, incluindo o gramado de campo nativo e o pomar com seis tipos diferentes de frutas. A pesquisa, planejamento e execução do projeto durou um ano. As pedras utilizadas também são do local, encontradas durante a construção das fundações do prédio.

No que tange a produção de uvas, a Guatambu também utiliza uma técnica sustentável e ecológica no controle de doenças fúngicas, com a utilização da máquina Lazo TPC (Thermal Pest Control), que produz um jato de ar quente nos cachos de uva.

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