domingo, 28 de setembro de 2014

Avaliação Nacional de Vinhoa I - A safra de vinhos 2014 não estará entre as melhores




Galvão Bueno, Raul Randon e Darci Miolo, os grandes do vinho brasileiro, desta vez não levaram prêmios
Foto Edison Castêncio
Luciano Vian, presidente da Associação Brasileira de Enologia
Foto Jeferson Soldi

A safra brasileira de vinhos 2014 não ficará na história entre as de mais qualidade, se considerarmos a média das notas dadas pelos 120 enólogos que degustaram 290 vinhos de 58 vinícolas e selecionaram 90 como os mais representativos da safra 2014 e apresentaram 16 amostras, sábado, em Bento Gonçalves, na 22ª Nacional  de Vinhos. As notas oscilaram entre 88 e 89 pontos e nenhuma amostra chegou a 90 pontos, sem dúvida uma pontuação muito moderada em termos de qualidade. A explicação é que o excesso de chuvas e a baixa insolação, na maioria das regiões viníferas, resultaram num quociente de maturação abaixo do normal. Uva que não amadurece bem, não resulta em vinho excepcional. Os vinhos todos, brancos e tintos, registraram baixo teor alcoólico, outro indicador de qualidade. Haverá vinho bom, sim, mas não excepcional.
Eis a média das notas dadas pelos 120 enólogos para as 16 amostras  consideradas as melhores (entre parênteses está a nota que eu dei):
Vinho base espumante Chardonnay Domno do Brasil: 88 pontos (76);
Vinho base espumante Chardonnay-Pinot Noir-Riesnling Itálico Chandon: 88 pontos (88);
Vinho base espumante Chardonnay-Pinot Noir) Geisse: 89 (87):
Riesling Itálico Salton: 86 ponto (89);
Chardonnay Fazenda Santa Rita: 88 pontos (92):
Chardonnay Góes & Venturini: 88 pontos (91);
Chardonnay Aliança: 88 pontos (89);
Moscato Giallo Giacomin: 89 pontos (90);
Cabernet Sauvignon Giacomin-Hortênsia:  88 pontos (91);
Cabernet Franc Góes: 87 pontos (89);
Merlot Perini: 89 pontos (91);
Merlot  Casa Valduga: 88 pontos (89):
Cabernet Sauvignon Aurora: 88 pontos (88);
Ancellotta Don Guerino: 89 pontos (90);
Ancellotta Monte Rosário-Rotava: 88 pontos (87);
Tannat Valmarino: 88 pontos (91).
 A Avaliação, realizada pela Associação Brasileira de Enologia, como sempre (participei de quase todas), foi uma grande e bela festa, com mais de 850 enófilos, no grande salão do Parque de Eventos, provando os 16 vinhos considerados melhores e dando sua pontuação. Na mesa, 16 enólogos e especialistas brasileiros e estrangeiros – inclusive o narrador esportivo Galvão Bueno (TV Globo) e o ator Selton Mello – provaram e deram sua opinião sobre as amostras. Galvão, também produtor, fez uma defesa apaixonada do vinho brasileiro, dizendo que seu grande problema não é qualidade, é o preconceito que existe contra ele.

Causou surpresa a ausência de vinhos da Campanha, do Nordeste e do Paraná e chamou a atenção o grande número de pequenas e desconhecidas vinícolas entre os vencedores. A ausência dos vinhos do Nordeste foi explicada por Adriano Miolo, do Miolo Wine Group, por haver uma diferença entre o período de coleta das amostras e o momento em que os que vinhos de lá estão prontos para degustação.

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