Lideranças do setor, em conjunto com parlamentares
gaúchos articularam retirada do termo 'artesanal' da redação. O Plenário da
Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (2º) os destaques ao texto-base
do Projeto de Lei Complementar 25/07, que inclui o vinho no regime especial de
tributação do Simples Nacional (Supersimples). Ontem, os deputados já haviam
aprovado o aumento no limite de enquadramento em 250% para as microempresas,
que passará de R$ 360 mil para R$ 900 mil. No caso das empresas de
pequeno porte, a participação no sistema simplificado de tributação será
permitida para o intervalo de R$ 900 mil a R$ 14,4 milhões anuais. O aumento
nos enquadramentos serão escalonados, entre os anos de 2017 e 2018.
O destaque para a retirada do texto do termo 'artesanal' foi pedido pela
bancada do Partido Progressista (PP), sob a articulação do deputado gaúcho
Afonso Hamm. Os deputados Jerônimo Goergen (PP) e Mauro Pereira (PMDB)
foram articuladores para viabilizar a aprovação dos destaques, que contou com
apoio das bancadas dos estados do Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina
(SC) e Minas Gerais (MG). Conforme estudo da consultoria Barral M Jorge,
a estimativa é de que cerca de 2 mil produtores de vinhos podem ser
beneficiadas - a maioria ainda informais - com a medida.
“A aprovação na Câmara dos Deputados é uma vitória para o
setor, mas temos ainda um longo caminho a ser percorrido, já que a proposta
precisa passar pelo Senado e ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff”,
avalia o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos
Paviani. O dirigente acompanhou a votação do texto-base e dos destaques e
articulou o apoio dos parlamentares ao projeto, junto ao diretor executivo da
Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Darci Dani, e do presidente do
Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas
Derivados da Uva e do Vinho RS (Sindivinho), Gilberto Pedrucci. "Este
trabalho de articulação do setor precisa continuar para que o projeto seja
aprovado e buscar alternativas para melhorar a competitividade do setor que,
mesmo num período de dificuldades econômicas, cresceu 4,6% em vendas no
primeiro semestre", lembrou.
O diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça
(IBRAC), Carlos Lima, ajudou na articulação para a retirada do termo
'artesanal' do texto, ao lado da bancada do PTB. O texto-base aprovado é uma emenda
apresentada pelo relator, deputado João Arruda. A emenda prevê a vigência de
todas as novas regras do projeto a partir de 1º de janeiro de 2016. Entretanto,
para as pequenas empresas, haverá uma transição. Em 2017, o novo limite será de
R$ 7,2 milhões. Somente em 2018 poderão participar do Supersimples as empresas
com receita bruta maior que essa, até R$ 14,4 milhões.
O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa
(SMPE), Guilherme Afif Domingos, e o presidente do Sebrae Nacional, Luiz
Barreto Filho, apoiaram a inclusão do setor vitivinícola no Supersimples.
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