A Associação Gaúcha dos Engarrafadores de Vinhos (Agevin), composta por 16 vinícolas de pequeno e médio portes da Serra gaúcha, comemora os resultados do ano e projeta 2009. Em 2008, a entidade, responsável por 11% da produção nacional de vinhos de mesa, com 20 milhões de litros/ano, reduziu, por exemplo, os custos com as compras em conjunto em 8,5%, lançou o manual de boas práticas de fabricação e definiu a criação do Selo de Qualidade Agevin. O objetivo do selo é diferenciar o vinho envasado pelos integrantes da associação e aumentar a comercialização do produto no próximo ano.
A Agevin conta com o apoio do Programa Juntos para Competir, ação impulsionada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae/RS) – por meio do Arranjo Produtivo Local (APL) de Vitivinicultura – em parceria com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O programa busca organizar e aprimorar as cadeias produtivas do agronegócio no Rio Grande do Sul, como a bovinocultura de corte, a suinocultura, a ovinocaprinocultura, a fruticultura, a floricultura, a vitivinicultura, a apicultura e a cultura da cana-de-açúcar e seus derivados.
De acordo com o presidente da Agevin, Neimar Godinho, apesar de o setor estar em crise no Brasil, as vinícolas associadas estão trabalhando em conjunto para melhorar a sua competitividade e aumentar a comercialização dos vinhos envasados pelo grupo. “É um sonho de longo prazo poder envasar tudo o que nós produzimos”, afirma. Atualmente, a maior parte da produção da Agevin é comercializada a granel para outras empresas que vendem o vinho da Serra gaúcha com os seus rótulos. Para tanto, os produtores estão projetando, em 2009, criar o Selo de Qualidade Agevin. O selo vai identificar os vinhos de mesa de qualidade da entidade, que serão classificados dentro de padrões mínimos e máximos de acidez, de coloração, de teor de açúcar e outros. “Nossa idéia é criar diferenciais que possam valorizar o vinho da Serra gaúcha e torná-lo ainda mais competitivo no mercado”, projeta.
Constituída, em 2005, a Agevin nasceu dentro do Programa Redes de Cooperação – uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai), em parceria com a Universidade de Caixas do Sul (UCS), e iniciou suas atividades em fevereiro de 2006. A associação adquire, por safra, a produção de cerca de 2 mil famílias de viticultores da Serra gaúcha. Entre os benefícios garantidos pela entidade destacam-se a redução de custos de produção, a diminuição de riscos de investimento, e compras conjuntas de mercadorias, material de expediente, máquinas e equipamentos, além do acesso a grandes marcas.
“O grande mérito dos produtores associados é conseguir trabalhar verdadeiramente em conjunto, com objetivos comuns, em ações coletivas e poder comprovar na prática os benefícios deste modelo de atuação, através dos resultados financeiros”, analisa a gestora do APL de Vitivinicultura da Serra Gaúcha, Raquel Rohden. Segundo ela, os produtores estão sendo acompanhados pelo Sebrae/RS, em ações como o desenvolvimento do planejamento estratégico, capacitação gerencial, e apoiados em feiras como a Adibe, em São Paulo. Além disso, a Entidade contribuiu para o desenvolvimento do software de compras conjuntas, que facilita e agiliza as negociações do grupo e está auxiliando os produtores no programa de certificação e normas para criação do Selo de Qualidade.
APLs são aglomerações de empresas localizadas em uma mesma região, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre elas e com outros agentes locais, como governos, associações empresariais e instituições de crédito, ensino e pesquisa.
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