Instigado pelo Olyr Corrêa, lá do Rio, o Pelão me
azucrinou com a história das vinícolas gaúchas de vinhos de mesa que colocaram
antibiótico no seus vinhos. Não resta dúvida que é mais um estargo na imagem do
nosso vinho, que rema contra a corrente, mas é preciso ficar bem claro que o
assuntoainda está sendo examinado pelas autoridades e que se trata do chamado
vinho de mesa, vinho comum, elaborado com uvas híbridas, de consumo popular.
Mesmo assim, e até por isso, não deveria ter antibiótico nem coisa coisa alguma
que não fosse derivado da uva. A punição deve ser exemplar se os produtores
cometeram algo errado.
Cleidi
Pereira, do jornal ZH, escreveu que “O Ministério
da Agricultura identificou a presença de antibióticos em vinhos
de mesa produzidos no Rio Grande do Sul. As amostras foram coletadas no ano
passado, em uma operação conjunta com a Secretaria da Agricultura
(Seapa). Os rumores vinham preocupando a secretaria há mais tempo, segundo
o gerente da Defesa Vegetal, José Cândido Motta. Mas a pasta não possui
condições técnicas de comprovar o uso de substâncias como,
principalmente, a natamicina — um tipo de conservantes cuja utilização é
permitida na fabricação de queijos e embutidos.”
“As substâncias seriam utilizadas, segundo ele, em vinhos e espumantes suaves e em suco de uva,
que contêm açúcar, fazendo com que as bactérias se proliferem com mais
facilidade. O uso continuado pode criar resistência e venha a perder seu efeito
quando necessário".Conforme apuração da Rádio Gaúcha, 13 indústrias vinícolas
são investigadas por adulteração no vinho. Os processos por fraude no vinho
estão sendo concluídos pelo Ministério da Agricultura e serão encaminhamento ao
Ministério Público. Os nomes das empresas não foram divulgados.
O Ibravin, como emprese, desconhece
"formalmente" o problema. Em nota, o Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin) alegou desconhecer "formalmente esse tipo de
problema", e destacou que cabe aos órgãos responsáveis "investigar,
punir os responsáveis e orientar o setor a fim de não prejudicar a reputação da
cadeia produtiva". A reputação do vinho gaúcho, que já enfrenta percalços,
já foi atingida como mostram as reações do Olyr e do Pelão, certamente a mesma
de muita gente pelo País afora. No Rio Grande do Sul, o setor produtivo da uva e
do vinho envolve 15 mil propriedades vitícolas e 735 vinícolas com cadastro
ativo. O problema é saber quando todos vão agir corretamente?
O Ibravin informou à Zero Hora ainda que o projeto para
atualização tecnológica do Laboratório de Referência Enológica (Laren), que
realiza as análises, foi pré-aprovado pelo Ministério do Planejamento e pelo
Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). Orçado em R$ 5 milhões, a
proposta está em fase final de avaliação para liberação dos recursos.
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