Em Minas Gerais, quem quiser conhecer as raças Dorper e
White Dorper, deve visitar a VII Exposição de Ovinos e Caprinos de Barbacena,
entre 14 e 18 de maio, no Parque de Exposições “Senador Bias Fortes”. A
promoção é da NUCCORTE (Núcleo dos Criadores de Caprinos e Ovinos das Regiões
dos Campos das Vertentes e Zona da Mata).
Criadores de outros estados também confirmaram presença,
inclusive, com seus melhores animais inscritos na pista de julgamento. Segundo
estimativa do departamento técnico da Associação Brasileira dos Criadores de
Dorper (ABCDorper), sediada em São Paulo (SP), entre 30% e 40% dos 250 mil
ovinos distribuídos no território mineiro são animais das duas raças, sejam
puros ou cruzados. “Dorper e White Dorper são raças relativamente novas no
País, introduzidas aqui há pouco mais de duas décadas, mas já expressam
liderança no mercado brasileiro”, diz Paulo Augusto Franzine, presidente da
associação.
O motivo de tanto sucesso está na rusticidade e qualidade
que podem transmitir aos cordeiros, gerando a carne e a carcaça desejadas pelo
consumidor moderno. Seus cortes nobres, como o famoso Carré de Cordeiro, têm
ótimo rendimento cárneo e aceitação. Algumas pessoas dizem que a carne de
ovinos meio-sangue Dorper e White Dorper é a mais saborosa. Fato é que a única
carne de cordeiro que recebeu selo de certificação de padrão internacional pela
qualidade, mérito alcançado pelo empresário Valdomiro Poliselli Junior, da VPJ
Alimentos.
A própria NUCCORTE, organizadora da VII Exposição de
Ovinos e Caprinos de Barbacena, também recomenda essa genética aos seus mais de
54 associados. Dentro do programa, são abatidos apenas cordeiros superiores,
aqueles que atingem entre 25 e 50 quilos de peso vivo com idade inferior a 150
dias.
A exposição de Barbacena reunirá entre 250 e 300 caprinos
e ovinos de diferentes raças e faz parte da programação oficial da tradicional
Exposição Agropecuária de Barbacena, que vai para a 47ª edição. Também foi
incorporado ao ranking oficial da ABCDorper para estimular a participação dos
criadores.
Mercado aquecido – A VII Exposição de Caprinos e
Ovinos de Barbacena e a própria Nuccorte representam um mercado em ascensão em
todo Brasil. A carne proveniente de cordeiros jovens geram demandas que
ainda não somos capazes de atender. Até pouco tempo atrás a ovinocultura não
conhecia grandes investimentos. Com a aplicação de tecnologias, começaram a
surgir demandas e a indústria, por sua vez, passou a renumerar melhor o
ovinocultor. Hoje, a arroba de cordeiro é cotada entre R$140 e R$180, igual ou
superior a de um boi gordo.
Essa reviravolta no mercado é recente e a cadeia
produtiva ainda não conseguir se organizar, até mesmo pela falta de escala. Uma
forma de aproveitar melhor este cenário é a produção em sistemas de parceria,
como acontece na NUCCORTE, projeto que nasceu em 2010 com cerca de 500 matrizes
de 06 associados e hoje reúne 54 associados em torno de 14 mil matrizes. Seu
sistema de comercialização é referência nacional, com mais de 7.900 cordeiros
de qualidade excepcional sendo abatidos. “Nos últimos 40 meses, por exemplo,
entregamos para frigoríficos, de forma ininterrupta [algo raro atualmente], 66
cargas com 120 cordeiros em cada uma delas, para São Paulo e Rio de Janeiro.
Todos padronizados quanto à idade e ao peso e com regularidade na entrega,
permitindo atender, de maneira contínua, um mercado que cresce a cada dia”, avalia
Luciano Piovesan Leme, presidente da NUCCORTE.
Para incentivar investimentos no setor, o núcleo
promoverá, numa atitude ousada e pioneira, o I Circuito Mineiro da
Ovinocaprinocultura, que promete ser o maior do setor, com 10 meses de duração
de 28 de Março a 14 de Dezembro, realizando 26 etapas, contemplando workshop,
palestras, cursos, dias de campo, seminário e simpósio.
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